Para Gabrielli, acusações do Caso Pasadena são eleitoreiras

Da Folha de S. Paulo

 

Oposição faz campanha contra Dilma, diz ex-presidente da Petrobras

JOÃO PEDRO PITOMBO
ENVIADO ESPECIAL 

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli afirmou neste sábado (29), na Bahia, que há um exagero nas informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), motivado por questões eleitorais.

“Não há dúvida de que essa exacerbação das informações é campanha eleitoral. É claramente uma ação da oposição contra a presidente Dilma [Rousseff]. Não tenho dúvida de que é uma questão política”, disse Gabrielli a jornalistas ao chegar à reunião anual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Costa do Sauípe (85 km de Salvador).

A compra da refinaria de Pasadena é alvo de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU), da Polícia Federal e do Ministério Público Federal por suspeita de superfaturamento.

Gabrielli presidiu a Petrobras de 2005 a 2012, quando assumiu a Secretaria de Planejamento da Bahia. Neste sábado, ele defendeu a compra da refinaria norte-americana como um bom negócio no contexto da época da aquisição, em setembro de 2006.

O ex-presidente afirmou que atualmente a refinaria tem produção de 100 mil barris por dia, gerando um faturamento de R$ 3,6 bilhões para a petroleira brasileira. “A refinaria dá lucro para a Petrobras”, afirmou.

Ele ainda classificou como falsa a informação de que a refinaria norte-americana teria custado R$ 1,1 bilhão à Petrobras.

“A refinaria saiu, em termos de ativo da refinaria, por US$ 486 milhões, que correspondem a US$ 4.860 por barril. Eu desafio qualquer analista a dizer que este preço está acima do mercado”, afirmou.

Gabrielli lamentou o pedido de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar suspeitas de irregularidades envolvendo a compra da refinaria, mas disse que, se convidado, vai prestar esclarecimentos por “não ter nada a esconder”.

“Nós já tivemos uma CPI [instalada em 2009 para investigar a Petrobras]. Acho que sou um dos poucos brasileiros vivos com a experiência de ter duas CPIs na vida”, disse.

COMPRA SUSPEITA

A Petrobras está no centro de uma crise política desde a revelação, no último dia 19, de que a presidente Dilma apoiou, quando ministra de Minas e Energia da gestão Lula e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, em 2006, uma compra suspeita de irregularidades envolvendo uma refinaria de petróleo em Pasadena (EUA).

Grosso modo, suspeita-se que a Petrobras tenha pagado mais do que o necessário e aceitado cláusulas que a prejudicaram em um litígio posterior com o sócio no negócio, uma empresa belga.

Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, que divulgou a informação, a presidente reconhecia pela primeira vez ter apoiado a compra apenas em razão de “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho” que recebera. Desde então, perderam os cargos dois funcionários da Petrobras, entre eles o engenheiro José Orlando Azevedo, primo de Gabrielli, que ocupava cargo de diretor comercial em uma das subsidiárias da empresa.

Azevedo presidiu a Petrobras America entre 2008 e 2012, período em que a petroleira brasileira esteve envolvida na disputa judicial como grupo belga Astra Oil pelo controle da refinaria de Pasadena. A Petrobras America era o “braço” da Petrobras na sociedade com os belgas.

A onda de más notícias envolvendo a Petrobras foi reforçada pela prisão, na quinta-feira (20), do ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, detido pela Polícia Federal sob suspeita de envolvimento em suspeitas de fraudes na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Redação

15 Comentários

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  1. Acredito no presidente da

    Acredito no presidente da Petrobrás. Mesmo porque seria o final dos tempos essa transação ter se realizado nos moldes de que a tratam as oposições política e midiática, os ingênuos e os mal intencionados em geral. 

    Não teria nenhuma lógica e incorreriam num grosseiro e explícito crime seus responsáveis uma transação tão díspare: comprar por 42 e pagar 1,12 bi. Só por aí já se observa uma total falta de senso e de responsabilidade alardear-se tal despautério. 

    Precisamos colocar mais seriedade no debate político. Disputa eleitoral não é um vale tudo. A Petrobrás é a maior empresa brasileira; tens ações em bolsa e explora um negócio de altos riscos(financeiros e operacionais). 

    Não se trata de jogar lixo para debaixo do tapete. Não. Primeiro tem que se averiguar que estamos tratando de “lixo” ou de mais um negócio que aparentemente foi frustante – não na proporção apocalíptica lardeada, mas que na época foi dentro dos ditames do chamado “mercado”. 

    Somente após uma investigação neutra, livre de paixões políticas-ideológicas, se poderá fazer juízo definitivo de valor. Por enquanto as explicações de Gabrielli, corroboradas por alguns especialistas, me satisfazem. 

  2. Enquanto isso

    Enquanto isso, as duas Presidentas, da República e da empresa, só pensam em se eximir de uma suposta irregularidade, agindo, exatamente, como querem a oposição e a “grande” mídia, seu maior partido. Aliás, Dilma foi quem deu o “ponta pé inicial” em todo este atual alarido, com sua precipitada e desnecessária nota, dando importância demais ao Estadão.

    1. Banco não dá aval nem para a

      Banco não dá aval nem para a mãe do banqueiro, um banco deu um “parecer” que não significa nada porque nenhuma empresa paga por um parecer CONTRA o negocio que ela quer fazer. Esses bancos que dão “relatorios”” para recomendar um negocio tem a moral de “garotas de programa” fazem  do jeito que vc queiser.

          1. Qto ao parecer não é o que o

            Qto ao parecer não é o que o seu site diz..

            Qto ao “pé de chinelo” que vc diz eu gostaria de ver uma Shell tão vigiada qto a Petrobras para saber se os “pé de chinelo” de lá são tão bons qto os daqui?

            E a Nigéria?

      1. “Banco não dá aval nem a mãe

        “Banco não dá aval nem a mãe do banqueiro…”, Dá mais do que aval, presta fiança bancária, a garantia mais líquida e desejada em operações de crédito (muito mais do que uma hipoteca), a depender (obveiamente) da credibilidade do banco. 

  3. Concordo com Gabrielli a

    Concordo com Gabrielli a compra da refinaria de Pasadena foi e é um excelente negócio para a Petrobrás. As cláusulas de opção de compra e Merlin foram razoáveis e refletiram interesses da Petrobrás e da Astra, inista-se (esta) não produtora e refinadora de petróleo mas apenas uma empresa comercializadora do produto pronto. A Petrobrás está fincada no território dos EUA (maior produtor e consumidor mundial), está em franca produção e gerando lucros 

    1. Meu caro
      Dar lucro é ,muito

      Meu caro

      Dar lucro é ,muito diferente de ser viável. Dar lucro significa que as receitas sao maiores que as despesas. Mas e o investimento está sendo remunerado?? Vai ser pago em quanto tempo??? AQual é o VPL desta operação??? Até Dilma já confessou o péssimo negócio e vem o Gabriele se defender com meias verdades.

  4. Do CEO de uma das maiores

    Do CEO de uma das maiores empresas do mundo se espera um QI altissimo, dizer que a acusação é eleitoreira é papo de prefeitinho de Cachoeira das Formigas, em um caso desses cabem explicações objetivas e não dizer que o “cara que acusou não gosta de mim e quer me prejudicar””, isso é abixo de primario, conversinha do seo Nézinho do Bode, vereador de Sucupira.

  5. abobrinhas do Gabrielli

    Fala sério, Gabrielli.

    O Caso Pasadena é eleitoreiro.

    O aumento de impostos e da tarifa de energia elétrica pra depois da eleição de Dilma é eleitoreiro.

    A eleição é eleitoreira.

    É a suprema regra do jogo. Não tem do que reclamar.

  6. JB
    Concordo com vc.  As

    JB

    Concordo com vc.  As coisas não podem ser tratadas com arromobos. Mas o principal problema é que cada declaração de Dilma e da Graça poem lenha na fogueira.Parecm até duas pessoas desesperadas em se livrar do assunto. Fica dificil acreditar que algo muito grave não está acontecendo. Os fatos são derriveis:

    Diretor preso

    Comite que a presidente da empresa diz que não conhecia

    Presidenta dizendo que foi enganada no conselho

    O PT em vez de esclarecer os fatos de forma clara e argumentando prefere atribuir tudo que está acontecendo a oposição.

     

  7. Pasadena foi só um negócio

    A compra de Pasadena foi só um negócio, dentre as centenas de negócios realizados pela Petrobras – qual a empresa (ou pessoa) do mundo que eventualmente faz um mau negócio? E pelo que tenho visto, Pasadena está se tornando um bom negócio, refinando 100.000 barris por dia

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