Parlamentarismo? Mas com estes parlamentares?, por Ricardo Kotscho

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Do Balaio do Kotscho

Sempre que o país entra numa crise, surgem logo as duas soluções mágicas: reforma política e parlamentarismo. Um arremedo de reforma política já está em curso, sob o comando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e suas bancadas amestradas, que, sem ouvir a sociedade, até agora praticamente só aprovaram medidas de interesse dos próprios parlamentares.

Agora, o mesmo Cunha vem com a proposta de colocar logo em votação a volta do parlamentarismo, uma experiência que já não deu certo no Brasil, durante o governo de João Goulart,  e foi rejeitada por ampla maioria, em 1993, num plebiscito que manteve o presidencialismo.

“A grande evolução que se deve ter é que temos que discutir o parlamentarismo no Brasil, e rápido. Um debate para valer e votar”, defendeu o todo-poderoso presidente da Câmara, em entrevista à Folha, nesta segunda-feira.

Sem entrar no mérito da questão, a primeira pergunta que me vem à cabeça é esta que está no título do post: mas com estes parlamentares? Se a situação já está ruim para todo mundo, pode-se imaginar o que aconteceria se o poder fosse transferido para este Congresso Nacional que temos hoje, o pior, em todos os sentidos, e o mais retrógado da nossa história recente.

Para evitar que se fale em “golpe branco”, Cunha ressalvou que qualquer mudança de regime só valeria a partir das próximas eleições, mas anunciou que já está em campo para buscar apoios: “O tema tem ganhado força. Tenho conversado com quase todos os agentes políticos, PSDB, DEM, PPS, PMDB, PP, PR, com todos os partidos. Com José Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati” _ por coincidência, claro, todos senadores da oposição. E garantiu: “Com certeza, vamos tentar votar na minha presidência”.

E vamos que vamos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. Uai, mas não foram eleitos pelo povo sobernano?

    O.K. estou sendo maldoso e cruel, mas será que quem mandou para Brasília esses camaradas, não mereceria tê-los no poder para ver quem são eles realmente?

    Acabei de me lembrar do povo alemão e suas escolhas dos anos 1930, então vamos ficar como está, o povo brasileiro , apesar de todos seus pecados, não merece estes trastes.

    1. O que merecemos

      Temos o que merecemos, embora eu esteja feliz com a pessoa que está hoje no Planalto, sem duvida a melhor entre os postulantes.

      E você qual prefere:

      UMA TRAÍRA

      UM ZEN

      UMA ZEN

      UM PASTOR

      UM PLAYBOY?

    1. Boa, alexis! Que se protele a

      Boa, alexis! Que se protele a ideia do parlamentarismo por pelo menos vinte anos, tempo em que quem está entrando na escola agora leva para ser eleitor. E que se providencie educação de qualidade, inclusiva, universal e gratuita já.

  2. Caro Kotscho. Você não

    Caro Kotscho. Você não entendeu a pegadinha.

    Quando queriam falar com seus concorrentes, adversários ou inimigos, os piratas do século XV e XVI invocavam o costume de “Parlè” (corruptela da palavra inglesa “Parley”, que significa parlamentar, conferenciar, discutir – Dicionário Inglês-Português // Português-Inglês, Ubiratan Rosa, Editora LEP S/A, São Paulo, p. 455).

    Quando fala em Parlamentarismo, Eduardo Cunha (um criminoso do colarinho-branco perseguido pelo MPF porque se comporta como se fosse um Pirata a soldo de sonegadores de impostos) está se referindo não ao regime de governo que estava em vigor no Brasil durante o reinado de D. Pedro II e sim do “Parlè” dos Piratas do século XV e XVI que fustigavam o litoral brasileiro. É obvio que Eduardo Cunha pode ter e terá o “Parlè” dele, mas o mesmo não será instalado no Congresso e sim no Presídio da Papuda. 

  3. Desgovernado

    E vamos que vamos. Como um carro desgovernado, passando por cima de tudo e todos. E da-lhe o parlamentarismo branco do cucunha!

  4. Dante criou no inferno o circulo do CUnha

    Parlamentarismo sem partidos e com um cacique “chave de cadeia” é a mais nova descoberta desde Pedro Cabral.

     Este cara está conduzindo os ratazanas deste fuleiro parlamento ao som do pífano para o desastre, fosse apenas deles concordaria, mas no meu não.

    Por um momento imagino que todo projeto de lei o modificação Ca Costituição deverá ser acertado pessoalmente com cada achacador e diariamente. A vantagem que o espetro partidário seria simplificando ao “quid prodest” e sem maiores interferências rumo ao cofre.

    Este cara é doido de jogar pedra em avião.

  5. Se os parlamentares fossem outros, melhorzinhos,

    esse tipo de asneira nem seria levantada, por isso que E. Cunha tem pressa para aprovar tudo que puder com seus comparsas antes de novas eleições.

  6. Não pretendo atazanar
    Não pretendo atazanar ninguém. Mas a pergunta é: se aprovarem o parlamentarismo, pra quanto irá o salario e os benefícios de suas “excelências”? Tem que ver se o Brasil tem dinheiro!

  7. Não pretendo atazanar
    Não pretendo atazanar ninguém. Mas nesse momento de crise, acho que o Executivo, deveria baixar uma medida provisória, reduzindo os benefícios dos três poderes. Bom momento também de renegociar a dívida interna do País. Precisamos economizar, e que cada um dê sua cota de sacrifício.

  8. Parlamentares?

    E os presidenciáveis, foram melhores do que os Parlamentares? Dilma vs Aécio? (risos). Marina Silva? Faça-me o favor. A qualidade está baixa sim, mas é generalizada.

    Veja de outra forma: 2018 se aproxima, e há um risco enorme de Aécio Neves ganhar. E todos nós sabemos o que é o governo de Aécio Neves, o Moro nos deu uma leve amostra. Então o Parlamentarismo nos salvaria disto.

    Parlamentarismo também é democracia, os Primeiro Mistros continuariam a ser eleitos, o poder de voto é preservado.

    Parlamentarismo tem a vantagem de numa crise como estas, o parlamento poder ser dissolvido, e convocar novas eleições, ao invés de ter de esperar mais três anos.

    De qualquer maneira, o Parlamento já dá as cartas, manda no país; a diferença é que o presidencialismo de hoje, a presidente Dilma só está no cargo para levar a culpa.

  9. parlamentarismo: solução ou mais problema?

    Mas o pior de tudo é o novo argumento: ” Se a gente quizer tirar o primeiro ministro é só derrubar o gabinete.” Ouvi isto de Roberto Freire, o que me deu náuseas. Evidentemente , esta é a ideia do Serra, que marioneta o ex-comunista, atual coxinha. Então , já pensaram que maravilha? Os deputados descontentes com a importãncia lhes dispensada pelo primeiro ministro, podem ” impichima-lo” de uma penada. Que maravilha!!! Haja mensalão, petrolão, furnalão e outros ão. Pois , sabemos que todos estes esquemas de corrupção, servem também ou mais do que tudo, a enriquecer os senhores congressistas. Yousef tinha ligação com o PT? E Paulinho, que foi enfiado goela abaixo do Lula, era do PP? Roberto Jefferson : PTB? Pedro Correa: PP. Cunha: PMDB ( e provável 1o. ministro) , ou Renan ( o mesmo que o Cunha). Já pensaram o que eles vão exigir para manter o gabinete? Deus me livre!!! Agora, se querem acreditar que a Dilma é corrupta, que comprem a história. a minha vida não vai mudar nada se ela sair ou ficar. Já não mudou em outras ocasiões. Porque mudaria agora? Quem costuma ficar reclamando é a Burguesia que fede e não quer feder. Problema é deles.  

  10. Talvez Cunha nos faça um favor

      Não sou um especialista em política, mas tenho mais simpatia pelo regime parlamentarista do que o presidencialista. Entre os fatores que fundamentam a minha opinião está o fato de que o único pais desenvolvido e presidencialista no mundo são os Estados Unidos e, mesmo assim, lá o voto é indireto e existema apenas dois partidos fortes, o que dá poucas escolhas à população.

    Além disso, o presidencialismo concentra muito poder na figura do chefe do executivo, o que cria as condições ideais para a corrupção ( o poder corrompe). Uma das principais formas de corrupção do presidencialismo é o loteamento de cargos da administração e em estatais em troca de apoios do legislativo, sem a que o chefe do executivo não governa. Trata-se, portanto, de uma corrupção compulsória e inevitável ao regime presidencialista, tal qual o conhecemos no Brasil.

    Acredito que se devemos procurar um modelo de país para nos inspirar, este modelo deveria ser a Suécia, Noruega, ou algum outro em que as instituições funcionam, o povo vive melhor e há mais democracia que nos Estados Unidos. Portanto, mesmo que o parlamentarismo seja implantado por intermédio de um golpe, ainda assim ele pode trazer algum benefício, porque o caminho do presidencialismo não costuma levar os países a condições muito melhores que aquela que já alcançamos no Brasil.

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