Petrobras em crise e cadeia de fornecedores ameaçada

Jornal GGN – A Operação Lava Jato está impactando diretamente a indústria naval brasileira. Ao colocar a Petrobras no centro da investigação toda a cadeia de fornecedores foi atingida. O assunto foi tema de debate no 57º Fórum de Debates Brasilianas.org.

Para o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Bacci, o governo brasileiro, o Congresso Nacional e a sociedade precisam buscar acordos de leniência para proteger a indústria. “Não dá para meia dúzia de malfeitores fazerem o que fizeram e toda a indústria nacional ser levada junto”, disse.

De acordo com Bacci, até junho de 2014, a indústria brasileira vivia um momento mágico, mas com a Operação Lava Jato tudo mudou. Ele acredita que ainda existe oportunidade, que a indústria nacional ainda está estruturada e que a indústria internacional ainda deseja entrar no mercado. Mas critica o fim dos incentivos do governo, a falta de apoio da Petrobras e a parada na participação do sistema financeiro.

Ainda assim, os escândalos de corrupção são apenas um dos problemas da estatal a atingir a cadeia de valor. O próprio cenário macroeconômico brasileiro representa um desafio a ser superado. A crise da economia e o preço de petróleo criam novas dificuldades em um cenário já bastante conturbado.

“O preço do petróleo, em queda desde setembro de 2014, ofusca o mérito das conquistas alcançadas que produziram o aumento da produção de petróleo e gás no Brasil. A queda no preço da commodity limita o acesso ao crédito e pode afetar a demanda prevista”, acredita Bacci.

Ele entende que é preciso separar as pessoas das empresas na hora de punir os responsáveis. Também pensa que a Petrobras precisa se organizar, fechar o balanço e dar perspectiva para o mercado das encomendas futuras. “Sem elas o Brasil corre o risco de desindustrialização. A indústria naval carece de planejamento”.

Enquanto isso, a Petrobras procura fora do país soluções para seus contratos. É o caso dos módulos das Plataformas P-75 e P-77, que deverão ser contratados em licitação internacional.

Bacci também criticou a política de conteúdo local que, para ele, precisa ser aprofundada. “Tem que ver o que queremos de conteúdo local. Se pegar mão de obra e aço dá quase 60% de conteúdo local. As empresas investem em mão de obra e aço e cumprem o conteúdo local”, disse.

https://www.youtube.com/watch?v=txt0RpnyIBk width:700 height:394

Redação

1 Comentário

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  1. O otimista

      A curta explanação do Sr. Bacci, mostra que ele ainda é um dos poucos otimistas – a realidade, e as possibilidades que se avizinham no horizonte da nossa industria de construção naval off-shore, se mostram bem piores, pois alem do estrago irrecuperavel, diuturnamente mais aprofundado, que a “lava-jato” ( car-wash) está causando ao macrosetor de O & G + Naval, tambem está pondo as claras os erros anteriores de uma “falsa politica ” de conteudo local, baseada em mão de obra e peso de embarcações, o que em certo sentido é um trunfo na mão de nossos parceiros internacionais, pois transferir a montagem de uma plataforma para Cingapura ( em um Jurong – nosso parceiro aqui ), até é mais comodo para um Jurong, STX, Hyundai ( exemplos apenas), pois os “long term itens “, tipo: geradores, motores, guindastes, programações, computadores etc.., já encomendados, poderão ser lá instalados, e o caminho da Coréia, Japão, para Cingapura é bem mais perto.

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