Pizzolato é preso pela polícia italiana

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Henrique Pizzolato, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, foi preso pela polícia italiana com passaporte falso, de acordo com informações da Folha de S.Paulo. Segundo a apuração inicial do veículo, ele foi pego por portar esse documento falso, que seria de um irmão morto.

Pizzolato estava foragido na Itália desde novembro. Foi condenado pela Ação Penal 470 e, por ter dupla cidadania, resolveu tentar na Itália uma segunda chance de julgamento. A sua prisão foi decretada no Brasil, e desde então, ele foi registrado no banco de procurados da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.

Seu julgamento no Brasil foi realizado com base no Inquérito 2245, da Polícia Federal, acusando-o de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Ele seria, segundo as denúncias, o responsável pelos repasses de dinheiro da Visanet no Banco do Brasil.

Entretanto, um segundo Inquérito foi desmembrado deste primeiro e foi mantido em sigilo pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Trata-se do Inquérito 2747, que apresentaria investigações sobre Fernando Barbosa de Oliveira, diretor de Varejo e do Conselho Administrativo da Visanet, e Douglas Macedo, gerente-executivo da Diretoria de Varejo, também do conselho.

Nessas investigações da Polícia Federal, seriam eles os responsáveis por assinar as notas técnicas que condenaram Pizzolato, e que teriam responsabilidade sobre os repasses de dinheiro.

Desde que Barbosa esteve de férias, o ministro Ricardo Lewandowski foi o presidente interino do STF e forneceu o pedido de vista a 8 dos acusados pela Ação Penal 470 para o Inquérito 2474, até então mantido em segredo de Justiça.

Um deles é Henrique Pizzolato, que juntamente com outros 7 condenados, tentam desde 2009 o acesso legal a essas informações, mas foram barrados por Joaquim Barbosa de analisar as provas da própria Polícia Federal que comprovam ou desmentem o envolvimento de Pizzolato com o caso do mensalão.

Legalmente, como as condenações já estão sem possibilidade de recurso, com trânsito em julgado, assim que aberto, os dados do inquérito 2474 não poderão ser utilizado como provas para a Ação Penal 470.

Entretanto, existe uma ação penal que é cabível para decisões condenatórias que transitaram em julgado no primeiro grau ou na instância superior. É a Revisão Criminal. Ela está sujeita a, entre outros critérios, o de após a sentença, existir novas provas da inocência do condenado ou de circunstâncias que determinem ou autorizem diminuição especial de pena.

Ainda não há informações sobre as consequências da prisão pela polícia italiana de Henrique Pizzolato. Entretanto, o motivo de detenção do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil foi por portar documento falso.

Por isso, ainda existem várias possibilidades para o desdobramento: a polícia italiana poderá ou não extraditar Pizzolato ao Brasil; pode ser aberto um novo processo de investigações com as provas repassadas da Polícia Federal brasileira para a italiana; se no Brasil, Pizzolato também pode tentar a Revisão Criminal.

A Polícia Federal ainda não divulgou nenhuma informação.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

35 Comentários

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  1. Olha só, que coisa

    Eu levantei a hipótese dele ter viajado com passaporte falso e os fakes habituais trollaram o debate. A falácia, dita em tom de sabedoria, era a de que, se ele era italiano, ele teria viajado com o passaporte italiano e não com o brasileiro, que teria sido apreendido. Falácia, claro. Não se segue do fato de ser italiano que ele necessariamente viajou com o passaporte italiano dele verdadeiro. Entre uma coisa e outra, existem várias possibilidades. Mas os defensores dos réus do mensalão já abandonaram a racionalidade faz tempo. Os defensores dos réus do mensalão se aperfeiçoaram na arte de afirmar coisas falsas.

    E agora sai essa notícia, dizendo que ele foi preso por usar passaporte falso. Ou seja, eu tinha razão, claro.

     Pizzolato conseguiu se desmoralizar mais do que já estava. O cara é culpado até a alma.  Sem condições. Desmoralizado, completamente.

      1. Os fatos me deram razão. Ele

        Os fatos me deram razão. Ele provavelmente não seria preso se tivesse o passaporte original. A não ser que você ache que Pizzolato é tão idiota que mesmo tendo o passaporte original, iria precisar usar na Itália como se fosse seu o passaporte do irmão morto (!). Aliás, não sei que tipo de porte seria esse ao ponto de levar a uma prisão se não restasse evidenciado o uso de um documento de outra pessoa. Por que ele faria isso? Não faz sentido. Se tinha o original, era com esse que ele estaria e não com o do irmão morto (!).

        1. Mas Alessandre, de qq forma,

          Mas Alessandre, de qq forma, mesmo que ele tenha saído do Brasil com o passaporte do irmão e tenha sido detido na Itália com o documento falso. Em que isso altera o fato dele ter sido condenado, sem provas ou apesar delas, aqui no Brasil? O laudo 2828, atesta a necessidade de mais diretores assinando as notas e tb que não foi ele quem assinou…. Continuo achando tudo isso muito cronometrado para ser coincidência. Tb não entendo essa euforia que está corredno a rede e que relaciona essa detenção com a reabertura da AP 470… Eu não tô entendendo nada. Provar que Pizzolato falsificou documentos ou que tem contas não sei onde, não altera o fato de ter sido condenado da maneira que foi na AP 470; é outra situação; outro momento… QQ coisa que qq um dos réus faça daqui para frente, não pode influir numa decisão já tomada.

          1. Sim, vc está certa

             A notícia não nos diz nada sobre o que ele fez quando era diretor de marketing e comunicação do Banco do Brasil, apesar de eu achar que Pizzolato exbiu disposição de não cumprir a lei quando fugiu. Mas essa é a minha opinião, que também considero que ele é mesmo culpado das acusações a que respondeu no processo do mensalão.

          2. Mais uma coisa, Alessandre;

            Mais uma coisa, Alessandre; se é verdade que essa documentação já estava sendo providenciada desde 2007. Isso significa que antes do julgamento ele já sabia que seria condenado ou, pelo menos, tinha uma forte convicção. Se ele é cidadão italiano, pq não providenciou seus próprios documentos? Pq pode acontecer de vc ter a cidadania e deixar os docs p/ depois. Vc fica com a certidão. Para Itália, não faria diferença, ser ele ou o irmão o cidadão italiano. Ele teria guarida de qq forma. Além disso, esse documento é expedido pelo Consulado, foto e digitais, colhidas na hora… pelo que roda na rede esse irmão já teria morrido há quarenta anos, uma renovação depois de tanto tempo deveria ser mais cuidadosa, até pq em 2007, os 40 réus da AP já eram meio conhecidos do público em geral. É bem verdade que com relação a Pizzolato, especificamente, não houve tanto estardalhaço, até a fuga. E, na fuga, o Consulado, informaria que a pessoa em questão saiu como Celso; uma única consulta pelo nome e o Consulado daria de cara com a foto de “Celso” Pizzolato. Não tem como isso ter sido descoberto hoje. Esse é um ponto cego nesse julgamento e sempre foi. Não vou embarcar nessa estória  pq tenho certeza que a ideia é salvar a credibilidade do mensalão ( postei sobre isso semana passada mas usei o MV, como exemplo ) para mídia esse fato será a ” prova” de que existiu o mensalão e depois o asssunto vai morrer. Num  momento em que o STF está nas cordas, os réus estão conseguindo pagar, com a ajuda da militãncia multas absurdas… cai o sigilo do 2474… e, Pizzolato é preso com docs falsos na Itália… É coincidência demais para mim. Isso tudo na hora de pagar a multa do JD e dele estar prestes a sair p/ trabalhar… 

          3. Ora, minha cara Cristiana

            Ora, minha cara Cristiana Castro, ele certamente providenciou os documentos no nome do irmão porque ele sabia que os dois passaportes dele seriam apreendidos (o italiano e o brasileiro). Foi uma precaução de quem sabia que iria ser condenado, afinal, é um pouco difícil explicar o recebimento dos mais de 300 mil reais do valerioduto, só a título de exemplo.

            Pizzolato pensou em tudo desde muito antes do fim do julgamento.

            Sobre a renovação do passaporte, nem sempre as autoridades seguem os procedimento estabelecidos.

            Vivemos numa sociedade de massas. Regrinhas básicas de segurança são descumpridas a torto e a direito. O próprio Pizzolato é um exemplo disso: ele nunca tomou nenhuma providência para fiscalizar o uso do dinheiro pelo valerioduto.

            Marcos Valério fez jogatina financeira com os recursos, investiu em fundos da DNA com o dinheiro oriundo do Fundo Visanet, fez empréstimos em valores próximos, mesclou os recursos, etc. Pizzolato não fazia nada diante disso, quando dele era a responsabilidade de fiscalizar. Depois de muito favorecer a DNA, é flagrado recebendo dinheiro do valerioduto. Qualquer um normal no lugar dele saberia que iria ser condenado.

          4. Considero Cristiana Castro

            Considero Cristiana Castro uma linda e inocente abelhinha….de onde tirei essa imagem nao sei….

    1. Eu ainda não entendi muito

      Eu ainda não entendi muito bem o que aconteceu… Não sei se tinha cidadania mas não tinha o passaporte e por isso estava com o do irmão ou se portava o passaporte do irmão para dificultar sua identificação na Itália. Tb não entendi se ele saiu daqui com o passaporte do irmão… Enfim, vou aguardar mais um pouco, pq tb tô achando muita coincidência, essa detenção,justo no momento em que cai o sigilo do 2474 e que a Ata Notarial com o registro dos docs desprezados pelo plenário do STF, fica pronta. Pode ser algum tipo de manobra para abrir a possibilidade de um novo julgamento na Itália. Vou aguardar mais um pouco.

    2. DESMORALIZADO PRA VOCÊ

      Pra mim você iria criticar os juízes que o condenaram forjando provas e escondendo as provas da inocência de Pizzolato. Para mim ele continua o mesmo, se o STF pode de alguma forma alterar regras claras da constituição federal, isso dá ao Pizzolato o direito de se defender com as armas que lhe sobraram, porque lhe retiraram todas as garantias de defesa. Como diz o ditado: “Em rio que tem piranhas, Jacaré nada de costas”.

      1. Oh, please

        Forjando provas?  Quem forjou alguma coisa foi PIzzolato, quando, no mínimo, foi preso usando o passaporte do irmão. Pizzolato tinha que ter enfrentado a condenação do mensalão, como todos os réus condenados fizeram (Bob Jeff ainda não foi preso porque está pendente a decisão sobre o estado de saúde dele).

        Todos os réus condenados estão errados e somente Pizzolato está certo?

        1. FORJANDO SIM!!!!!!

          Pois quando se desmembra um processo e daí surge outro e se esconde o que era do interesse do réu, é uma manobra forjada com interesses escusos. Será por que JB ficou na saia justa no pedido de vistas do inq. 2474? Mas pra você é apenas uma questão jurídica sem relevância que nada mudaria o curso do processo, mas como bem disse o Min. Celso de Mello: em direito penal as cartas devem ficar na mesa e as claras. Me parece que todo apenado tem direito à fuga, ainda mais quando o tribunal é de pura exceção, vou aguardar o seu pronunciamento como fez hoje ao lembrar que foi dito por você anteriormente que Pizzolato havia fugido com documentos falsos, quando as provas da inocência dele forem reveladas.

          1. Provas de inocência de Pizzolato?

            Eu, sempre que pude, li tudo o que foi postado sobre a defesa de Pizzolato. NUNCA encontrei nada que o inocentasse, ao contrário, ele sempre esteve muito comprometido. Até nesse caso da fuga ele esteve comprometido. O certo era para ele ter enfrentado a acusação no Brasil. Mesmo que ele se considerasse um injustiçado. Injustiçado ele pode se sentir. É um sentimento normal de quem é condenado. Mas daí a dizer que é um perseguido político? Oito anos para se defender e é um acusado político? Come on, isso não faz sentido. Ainda mais ele, que era membro do partido do governo e chegou a ocupar um alto cargo político (Diretor de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil).

    3. Foi pego por portar…

      “ele foi pego por portar esse documento falso, que seria de um irmão morto.”

      Ele foi pego lá portando o documento do irmão, não diz se ele entrou com o tal documento.

      Claro que existe a hipótese, mas eu acho que seja difícil pra caramba conseguir entrar simplesmente portando todos os documentos de terceiro.

      1. É uma questão de contexto

        Você acha que ele seria preso por apenas portar? Claro que ele foi preso porque o porte evidenciou que era o único documento de identificação que ele usava, o que, no mínimo, indica tentativa de fazer-se passar por outra pessoa. No máximo, ele pode até mesmo ter adulterado o passaporte do irmão morto. Ou pode ter tentado usar o passaporte para praticar alguns atos em solo italiano, como, por exemplo, providenciar documentos italianos.

        Claro que a notícia é muito superficial para entender o que realmente aconteceu. É preciso mais informações. Mas acho muito difícil que ele tenha sido preso na posse do passaporte do irmão morto e isso não ter evidenciado que ele não possuía um outro passaporte. Seria a primeira coisa que ele iria dizer em sua defesa, o que seja, que tinha o seu passaporte original, que não usava aquele etc.

         

        1. Agora sim!

          Agora corroboro com ar incerto que você deu à sua resposta, em detrimento da convicção de seu primeiro comentário. Realmente não tem como ter certeza que era falso, como eu disse.

          Também é razoável imaginar a possibilidade dele ter alegado que o passaporte era seu, e o departamento policial ter atestado que se tratava de uma alegação falsa. É crime mesmo que ele estivesse entrado com o seu próprio passaporte. As possibilidades são muitas, e é perda de tempo tentar presumir.

          1. Não é tão incerto assim

            Basta você pensar que não faz sentido ele usar (se preferir, portar) um passaporte de um irmão morto. Por que ele faria isso?

            Por que Pizzolato estaria portando o passaporte de um irmão morto? E por que teria sido preso, se houvesse uma boa explicação para isso?

            PS: Já está provado que ele usou documentos forjados em nome do irmão. E agora? Eu estava certo, não estava?

      2. Claro que era falso, isso

        Claro que era falso, isso porque os passaportes de todos os condenados foram apreendidos por Barbosa. Mas o que me causa estranheza é o fato, que a própria PF divulgou, de que o passaporte foi falsificado em 2007. Portanto antes mesmo do Joquim receber a denúncia da AP 470. Conclusão: maior picareta esse Pizzolato. E ele tá ferrado, porque será processado por uso de documento falso lá na Itália, e lá o bicho pega, a justiça é mais rigorosa que a nossa, o Berlusconi é um exemplo, condenado pela justiça italiana.

  2. Culpado ?

    Veja, só, Argolo. Para ser culpado teria que ter tido um julgamento justo, com direito a ampla defesa, etc,… ah! deixa prá lá! não vou perder meu tempo contigo.

      1. CORRUPTO? Prove, porque os

        CORRUPTO? Prove, porque os seus amigos do stf não provaram.  O pastelão da pgr/stf é a maior furada jurídica que se tem notícia no Brasil.

        1. Não, foi o Pizzolato

          O que gerou foi a constrangedora situação de Henrique “fake” Pizzolato, que até usar o nome do falecido irmão usou para cometer mais crimes.

          O que você acha disso?

          1. Argolo

            AP 470: Dr. Alessandre Argolo está chegando

            Ele chegará em breve…
            Virá aqui, ainda hoje e explicará Plim Plim por Plim Plim, digo tim tim por tim tim, que o mensalão já está provado sem a menor sombra de dúvidas, que o presidente do PTB morreu mesmo numa data anterior – e o fato do coveiro esquecer, por 3 meses, de enterra-lo não muda em nada a culpa do Dirceu -, que o parecer de duas auditorias não tem nenhum valor, que JB está certíssimo, que as provas são tão contundentes que a culpa deveria ser estendida ao presidente Lula – pelo domínio de fato petista – e que na verdade o PT não fez caixa 2, mas caixa 3 – o que é um crime muito mais grave e é punido com a proibição da legenda pela legislação de algum país obscuro do leste europeu -. Irá alegar que o PIzollatto não era somente petista e diretor do BB, mas  teria status de ministro do governo Lula, e que  a assinatura dos outros diretores do BB eram “fakes”, e que a assinatura do Pizollatto era a única verdadeira e que mostra a exclusiva roubalheira petista no episódio.
            Aguardem, ele não demora.
            Carlos Dias

            Fonte:

            http://blogdobriguilino.blogspot.com.br/2013/08/ap-470-dr-alessandre-argolo-esta.html

             

  3. MAIS DIA, MENOS DIA IRIA ACONTECER

    Pizzolato na realidade já esperava por isso, ainda mais que o GAVETÂO foi aberto por Lewandowski, quanto a sua extradição teremos de aguardar pra ver, pois durante esses meses ele certamente fez articulações com advogados italianos que irão defendê-lo e pode ter adotado uma estratégia de se entregar, mesmo que fosse por posse de documento falso (a se comprovar). Tenho certeza que o STF está alvoroçado com as provas reveladas de inocência de Pizzolato e concomitantemente com a sua prisão, causará danos irreparáveis na maior corte de justça do país. vamos aguardar com serenidade o desdobrar dos acontecimentos, muita coisa vai acontecer, na minha mísera opinião a mídia se calará com o passar dos dias.

  4. Só uma dúvida: Alguém poderia

    Só uma dúvida: Alguém poderia me dizer se a informação que ele movimento 2 milhões na Suiça é verdadeira? Porque alguém como ele teria 2 milhões lá? Ele era empresário? É dinheiro de crime? (não falo do Mensalão, digo de outro crime).

    1. FOI MAIS UMA BARRIGA DA MÍDIA GOLPISTA

      Mais uma notícia plantada pelo Estadão em estao comatoso, ninguém deu bola para essa mentira, estavam tentando abafar a notícia do bloqueio de 6,5 milhões de dólares do MENSALÃo do DEM na Suiça.

    2. Respondendo a sua dúvida…

      O jornal corrigiu a informação. A Interpol conseguiu detectar, não um, mas três saques do Pizzolato, além dos dois milhões de euros que ele sacou na Suíça, ele sacou um milhão de dólares no Uruguai, e mais dois milhões de euros em Luxemburgo. 

  5. Vale a pena ler essa ampla

    Vale a pena ler essa ampla materia do Correio Baziliense….e os militantes nem ficam de cara vermelha..

    Correio Braziliense: Pizzolato e sua fuga anunciada

    Por: Correio Braziliense 
     

    Condenado na Ação Penal 470, Henrique Pizzolato iniciou ainda em 2006 o plano  para escapar da futura punição da Justiça, com a transferência e a venda de imóveis. Em 2013, a estratégia teve fim com a saída clandestina para a Itália

    ANA D”ANGELO

    Fiel amigo de Henrique Pizzolato, o blogueiro Alexandre Teixeira garante que o réu do processo do mensalão, hoje com 62 anos, só decidiu fugir do país em cima da hora, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) negou, em 4 de setembro do ano passado, os embargos de declaração à condenação de 12 anos e 7 meses de cadeia em regime fechado. O ex-diretor do Banco do Brasil (BB) não tinha direito aos embargos infringentes, a exemplo de José Dirceu e Delúbio Soares. O Correio apurou, no entanto, que os planos de Pizzolato para escapar da mão da Justiça começaram oito anos atrás.

    O passo inicial foi se desfazer de quase todos os 11 imóveis que possuía em 2005. Uma busca feita pela reportagem nas últimas três semanas em cartórios do Rio de Janeiro e de cidades no Sul do país revelam a movimentação imobiliária de Pizzolato desde o início de 2006. O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, divulgado em 28 de março daquele ano, confirmou o pior, embora já esperado por Pizzolato, conforme as sinalizações recebidas. Ao indiciar 60 pessoas, o ex-tesoureiro da campanha de 2002 de Luiz Inácio Lula da Silva foi enquadrado pela CPI nos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e peculato.

    “Nesse momento, ele identificou que o mundo estava caindo em cima dele”, contou o amigo. Duas semanas depois, a Procuradoria-Geral da República ofereceu a denúncia contra 40 réus ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele trabalhou com planos A, B e C”, reconheceu o amigo de Pizzolato, após questionamentos do Correio sobre a desmobilização do patrimônio. O ex-diretor do BB ainda acreditou que pudesse ser inocentado no fim, mas não deixou de se preparar para o extremo, a cadeia. E dela escapar. Petistas ouvidos pela reportagem descreveram Pizzolato como uma pessoa meticulosa, disciplinada e excelente estrategista.

    Quando soube que o relatório da CPI viria implacável, o ex-diretor do BB deu início a um dos planos, que era livrar os bens de um eventual bloqueio judicial para a fuga. Ele já havia tido uma experiência nada boa. Entre junho de 2002 e fevereiro de 2003, ficou com os bens indisponíveis por ordem judicial, por conta de uma intervenção do governo federal na Previ, o fundo de pensão do BB, do qual foi diretor de 1998 até maio de 2002.

    Em julho de 2005, quando veio à tona que ele recebeu R$ 326,6 mil em dinheiro sacados da conta da agência de propaganda de Marcos Valério no Banco Rural, que lhe foram entregues por um contínuo da Previ, ele possuía 11 imóveis, entre casas e apartamentos, declarados à Receita Federal. À época, estavam avaliados, de forma conservadora, em R$ 2,2 milhões, conforme levantamento feito pelo Correio em cartórios do Rio e de algumas cidades do Sul.

    Na lista, está inclusa a cobertura em Copacabana, adquirida em fevereiro de 2004, por R$ 400 mil (hoje avaliada em quase R$ 4 milhões), 35 dias após receber os R$ 326 mil, dos quais R$ 100 mil foram pagos em dinheiro. À Receita, além dos imóveis, ele declarou, no final de 2004, cerca de R$ 500 mil em investimentos (incluídos R$ 100 mil em nome da mulher, sua dependente na declaração) e R$ 81 mil em dólares e euros. Seria o correspondente a ter atualmente R$ 1 milhão em conta e em moeda estrangeira.

    Partilha

    Em abril de 2006, Pizzolato e a mulher, Andrea Haas, 51 anos, foram parte num processo judicial de partilha de bens, na 4ª Vara de Família do Rio. O casal, que se juntou ainda na juventude, se separou no papel, mas nunca deixou de estar junto. Andrea mora com Pizzolato na Itália. Uma procuração firmada em cartório no Rio indica que eles se casaram novamente, desta vez, com separação de bens. Na partilha, homologada em dezembro de 2006, ela ficou com três dos imóveis mais valiosos.  

    Coube a ela a casa luxuosa de 310 metros quadrados num condomínio de alto padrão no bairro Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Construída entre julho de 2003 e 2004, à época, era avaliada em mais de R$ 600 mil, e hoje, em torno de R$ 2,5 milhões. Andrea ficou também com o apartamento de cobertura de 102 metros quadrados num prédio de quatro andares também na Lagoa da Conceição — em 2006, avaliado em R$ 300 mil e, hoje, em cerca de R$ 800 mil. Ainda teve direito ao apartamento duplex de 158 metros quadrados na Rua República do Peru, em Copacabana, a uma quadra da praia, que valia R$ 500 mil à época e hoje, R$ 2,5 milhões.

    Naquele ano de 2006, em que a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra 40 réus foi apresentada e recebida pelo Supremo Tribunal Federal, Pizzolato vendeu três apartamentos: dois em Curitiba e um em São Leopoldo, totalizando R$ 203 mil, conforme está no registro em cartório. Outros dois, também localizados no município do interior gaúcho, foram transferidos a terceiros em 2009, por R$ 118 mil registrados no total. Embora declarasse à Receita como seus integralmente, esses dois apartamentos estavam também em nome de um amigo.

    Exterior

    Enquanto desmobilizava o próprio patrimônio, entre 2006 e 2012, Pizzolato passou a maior parte do tempo no exterior. A justificativa foi amparar uma sobrinha, filha da irmã que morava no sul da Espanha, com problemas de saúde e em tratamento. Foi nesse período que ele providenciou a cidadania italiana e um passaporte daquele país. Questionado, Teixeira disse que ele obteve a cidadania “há uns cinco anos”.

    Em novembro de 2012, encerrada a primeira fase do julgamento que resultou na condenação de 25 réus, Pizzolato entregou ao STF os dois passaportes que tinha, o italiano e o brasileiro. E afastou eventual suspeita de que pudesse fugir. Na ocasião, seu advogado, Marthius Sávio Lobato, declarou ser absurda a ordem do STF de recolher os passaportes, pois a sentença não transitara em julgado, e anunciou que a contestaria no próprio STF.

    Naquele fim de ano, Pizzolato quase não conseguiu executar o plano de fuga, quando o procurador-geral da República decidiu pedir a prisão antecipada dos condenados, às vésperas do Natal. “Em 22 de dezembro (de 2012), fiquei na casa dele esperando a polícia chegar. Ele estava em pânico. Não conseguia entender como recebeu a maior condenação e a maior multa”, relatou o amigo Teixeira. Passado o susto, Pizzolato pôde aplicar, em 2013, o que ele considerou o pulo do gato e, assim, tomar um voo legalmente para a Itália.

    Livre, rico e com passaporte italiano

    Em 2013, quando fugiu, só restavam em nome de Henrique Pizzolato três dos 11 imóveis que ele tinha em 2005, declarados à Receita Federal. Há uma casa em Concórdia, onde mora o pai e alguns parentes, e outra em Toledo, no interior do Paraná. Há suspeitas de que não mais lhe pertençam, mas as eventuais escrituras de compra e venda não foram registradas nos respectivos cartórios de registro de imóveis.

    Também continua em nome de Pizzolato o apartamento mais valioso, uma cobertura na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana, a uma quadra da praia, de quase R$ 4 milhões. Em relação a esse imóvel, a decisão foi estratégica. Ao mantê-lo em seu nome, não despertou suspeita de sua intenção de fugir, pois era sua residência conhecida desde a eclosão do escândalo do mensalão. Conforme informações obtidas pelo Correio, ele fez um contrato de comodato, que é um empréstimo gratuito de coisa não fungível (caso do imóvel), com um casal de amigos antigos, com registro de divisão do imóvel. Pizzolato teria só metade do apartamento. Ele foi condenado também a pagar  multa que deve chegar a R$ 2 milhões.

    Com a posse de dois ministros no STF —Teori Zavascki, em novembro de 2012, e Luiz Roberto Barroso, em junho de 2013 —, cresceu a esperança dos 28 condenados do mensalão de conseguirem reverter a sentença no julgamento dos embargos de declaração, iniciado em agosto do ano passado.

    No entanto, quando os primeiros recursos de Pizzolato foram rejeitados, em 4 de setembro do ano passado, ele deflagrou o plano de fuga. No fim daquele mês, quando seus advogados propunham os segundos embargos de declaração — e a 45 dias da ordem de prisão —, ele já estava na Itália.

    Autorização

    Pizzolato deixou a cobertura de Copacabana na madrugada de 23 de setembro, uma terça-feira, com apenas uma mochila nas costas para não levantar suspeitas. Entrou no carro dirigido por um amigo e seguiu em direção ao Paraguai. Os dois percorreram 1,6 mil quilômetros em 21 horas seguidas até o Rio Grande Sul. Ele caminhou a pé os últimos cinco quilômetros até cruzar a fronteira, onde o esperava um outro amigo, de carro, em território paraguaio.

    Lá, ele tirou da manga seu coringa, a identidade italiana, que lhe permitiu obter uma autorização especial de viagem na Embaixada italiana no Paraguai. Não havia qualquer impedimento ou restrição ao seu nome naquele momento, apesar de já estar condenado pelo STF e passaportes retidos.

    Como todo voo do Paraguai para a Europa passa pelo Brasil, ele seguiu de carro para a Argentina — a exemplo da saída do Brasil, a via terrestre é o meio mais fácil de cruzar a fronteira, sem identificação, ao contrário do que aconteceria se viajasse de avião. Em Buenos Aires, embarcou em um voo para a França e, de lá, seguiu de trem para a Itália.

    Recursos

    Com uma aposentadoria de R$ 20 mil por mês e imóveis em nome da mulher, que valem cerca de R$ 6 milhões em valores atualizados — que podem render aluguéis mensais, ou serem vendidos quando ela quiser —, Pizzolato tem condições de viver tranquilamente na Europa. Há informações de que ele vendeu outros imóveis, e o dinheiro abasteceu uma conta no exterior, mas o Correio não conseguiu localizá-los. Esses bens não constam da declaração de Imposto de Renda de 2004.

    Conforme informações obtidas pelo Correio, ele não está, no entanto, movimentando contas em seu nome. A suspeita é de que a conta que a Polícia Federal teria descoberto na Suíça, conforme informou o jornal Estado de S. Paulo, no mês passado, é da mulher dele, Andrea, contra a qual não há nenhuma pendência cível ou criminal no Brasil.

    Bancário e sindicalista

    Henrique Pizzolato, 62 anos, catarinense, ingressou no Banco do Brasil em 1974, em São Leopoldo (RS). Foi presidente do Sindicato dos Bancários de Toledo (PR) e presidente da CUT do Paraná. À frente da Associação dos Funcionários do BB, foi indicado, em 1993, para o Conselho da Previ. Entre 1998 e 2002, foi diretor de Seguridade do fundo de pensão. Saiu para coordenar a arrecadação da campanha presidencial do PT. Em 2003, virou diretor de Marketing do BB. Caiu em julho de 2005, após a descoberta do saque de R$ 326,6 mil no Banco Rural. Aposentou-se em seguida, aos 53 anos.

    Patrimônio pulverizado

    Dos 11 imóveis que Henrique Pizzolato tinha às vésperas do mensalão, em 2005, só três permanecem em nome do mensaleiro foragido

    Transferência/venda

    São Leopoldo (RS)
    » Apartamento de 86 m² na Rua Thomas Flores, adquirido em novembro de 1981
        Situação: vendido em 31/08/2006 por R$ 53 mil (valor de avaliação em 07/2005, R$ 55 mil)

    » Quitinete de 28m² na rua Independência, adquirida em novembro de 1981
        Situação: vendida em 19/01/2009 por R$ 53 mil (comprada em conjunto com Vitalino Venanci, estava avaliada em R$ 30 mil em julho de 2005)

    » Apartamento de 52m² na Rua Marques do Herval, adquirido em junho de 1982
        Situação: vendido em 19/01/2009 por R$ 65 mil (comprado em conjunto com Vitalino Venanci, avaliado em R$ 55 mil em julho de 2005)

    Curitiba
    » Apartamento de 123m² no Bairro Cabral, adquirido em 1997
        Situação: vendido em 6/11/2006 por R$ 70 mil (valor de avaliação em julho de 2005: R$ 90 mil)

    » Apartamento de 146m² na Av. Pres. Afonso Camargo, adquirido em 1998
        Situação: vendido em 4/01/2006 por R$ 70 mil (valor de avaliação em julho de 2005: R$ 110 mil — comprador revendeu o imóvel em julho de 2013 por R$ 320 mil)

    Florianópolis
    » Apartamento de cobertura de 102m² na Lagoa da Conceição, adquirido em novembro de 2002
        Situação: transferido para a mulher, Andrea Hass, em dezembro de 2006 (avaliado hoje em R$ 800 mil)

    » Casa de 310m², de três pavimentos, no condomínio de luxo Jardim Rio Tavares — terreno de 820m² adquirido em 1995 por R$ 4 mil (a casa foi construída em 2005)
        Situação: transferida para a mulher, Andrea Hass, em dezembro de 2006 (avaliada hoje em R$ 2,5 milhões)

    Rio de Janeiro
    » Apartamento duplex de 158 m² na Rua República do Chile, em Copacabana, adquirido em agosto de 1998
        Situação: transferido para a mulher, Andrea Hass, em dezembro de 2006 (avaliado hoje em R$ 2,5 milhões)

    Em nome de Pizzolato

    Rio de Janeiro
    » Cobertura de 182m² na Rua Domingos Ferreira, em Copabacana, adquirido em fevereiro de 2004 (avaliada de R$ 3,5 milhões a R$ 4 milhões)

    Toledo (PR)
    » Casa de 170m² (terreno de 360m² adquirido em 1986), avaliada hoje em R$ 600 mil

    Concórdia (SC)
    » Apartamento de 73m², adquirido em maio de 2003 (avaliado hoje em R$ 500 mil)

    Fonte: Cartórios 

    Pedido por um novo julgamento

    Confiante de que não há a menor possibilidade de ser extraditado da Itália, por ser cidadão italiano e sem qualquer restrição ou condenação naquele país, Henrique Pizzolato tenta levar o processo do mensalão para lá e ser julgado novamente pela justiça local. Para isso, o Ministério da Justiça tem que iniciar o processo de extradição e enviar a íntegra do processo para o país europeu. O primeiro passo é confirmar e avisar ao STF que Pizzolato está na Itália.

    Procurado, o Ministério da Justiça informou que não há nenhum processo de extradição aberto ainda em relação a Pizzolato, que é considerado foragido e está na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. O Correio perguntou se o órgão informou o STF acerca da localização do ex-diretor do BB na Itália, mas não houve retorno.

    Ao ser questionado sobre o risco de Pizzolato sofrer condenação também no país europeu e, assim, perder a oportunidade de viver livre por lá, o amigo Alexandre Teixeira respondeu que ele tem a certeza de que será inocentado. Os amigos que defendem o ex-diretor do BB em blogs na internet questionam o fato de o STF ter cravado que os R$ 326 mil que ele recebeu em dinheiro das mãos do contínuo da Previ são propina por ter prorrogado contrato da agência DNA, de Marcos Valério.

    “Só que a prorrogação foi feita em 11 de fevereiro de 2003, e ele tomou posse no BB em 17 de fevereiro de 2003”, disse Teixeira. “Ele fez de tudo para divulgar os documentos que provavam sua inocência, achando que a Justiça pudesse ser efetiva”, comentou. (AD)

     

  6. Armação.

    A PF não sabe , não divulga, aparece foto do Celso Pizzolatto. Está muito estranha esta história. Não me parece que está tudo correto, faltam elementos.  Algo não se encaixa. Por que ele seria idiota de portar na Itália um passaporte falsinficado com o nome do  irmão, se ele poderia ter o próprio, uma vez que é cidadão italiano?Por que não teria feito 2 passaportes, uma para escapar e outro para fica na Itália, pois lá estaria livre.Quem reconheceria  o Pizzolato na Itália(procurado pela INTERPOLkkkk)?

    Venhamos e convenhamos , ele é desconhecido na Itália, não precisaria se esconder na figura do irmão.

     Além disto o próprio governo italiano já havia dito que ele seria um cidadão italiano, por que ele se mascaria para se condenar na Itália, no país que estaria ileso e legalmente vivendo? A PF chama todo mundo de idiota deste jeito…

    Penso na situação, chega o policial italiano e pergunta : quem é você?Não, descobrimos que sua indentidade é falsa, mas meu governo o reconhece como cidadão italiano legal e sem crimes aqui.Venha para a “delegacia” prestar depóimentos.Aliás, onde está este depoimento?

    MIDIA que pega IDIOTAS e faz acreditar na sua tese doida….

     

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