Produzir um avião caça 100% nacional é um sonho utópico

Por Ricardo Jurczyk Pinheiro
 
Comentário ao post “Para entender a compra dos Gripen
 
Pessoal, antes de tudo, eu escrevi uma série de posts no meu blog sobre a concorrência F-X2, logo recomendo a todos que deem uma olhada e sua opinião. Pode ser útil.
 
Vamos lá:
 
– Os Gripen já existem e voam. Os que estão na Força Aérea Sueca e mais 7 forças aéreas ao redor do mundo é o modelo A/B, ou o C/D. O Gripen NG é o modelo E/F, do qual o Brasil participará do projeto, e as primeiras encomendas estarão prontas em 2018. Ah, A ou C são os modelos monopostos, e B ou D são os modelos bipostos.
 
– A FAB está em entendimentos para ter Gripens C/D operando aqui em 2014, em regime de empréstimo, já que os Mirage 2000 serão descomissionados na próxima 3a, dia 31. É possível que tenhamos Gripens voando aqui até o final do próximo ano.
 
– Uma linha de montagem de aviões caça não é tão rápida quanto uma linha de montagem de um automóvel. A linha de montagem do Rafale, por exemplo, entrega 10 ou 11 caças por ano. Ou seja, leva mais de um mês para produzir um caça. E não se monta um avião num galpão qualquer, o processo é lento e trabalhoso.

 
– A Saab tem interesse em produzir aqui porque fica mais fácil para exportar o Gripen para outros países. O Brasil se beneficia porque agora é um projeto dividido entre nós e eles, e parte do valor da venda é nosso. Como o Brasil tem boas relações com América Latina, África e Pacífico Sul…
 
– Turbina e radar são commodities. A turbina do Gripen é a F404, da GE, projeto americano. Mas a turbina usada pode ser a RM12, da Volvo (sueca), ou alguma da Rolls-Royce (inglesa). Turbinas para geração de energia em plataformas e turbinas de avião são bem diferentes.
 
– O Gripen foi feito para as condições suecas, no caso de uma guerra: manutenção fácil e rápida (a turbina pode ser trocada em menos de 1 hora), levanta e pousa em pistas curtas e mal preparadas, é rápido, ágil, usa quase todo tipo de armamento para combate ar-ar etc. Não tem o poder de fogo de outros concorrentes, nem faz ataque ao solo, mas permite que o Brasil compre outros no futuro, até a variante Sea Gripen para operar no porta-aviões São Paulo.
 
– Produzir um avião caça 100% nacional é um sonho utópico, ninguém mais faz isso, tirando os Estados Unidos (que estão comendo o pão que o diabo amassou com o F-22 Raptor). Tudo é muito caro. Logo, o que o brigadeiro falou seria o ideal, mas aí teríamos que investir muito dinheiro e tempo, e não temos nem um nem outro.
 
Enfim, convido todos a cederem alguns minutos e lerem o que eu escrevi, no meu blog, a respeito. São seis posts: http://estudiodaintrospeccao.blogspot.com.
 
Abraços, Ricardo.
Redação

40 Comentários

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  1. Perfeito. O que muito lemos

    Perfeito. O que muito lemos aqui é “genérico” do assunto. Os poucos que entendem sabem que é o projeto ideal para o Brasil e os que tem experiência avaliam o “salto” da qualidade tecnologica que alcançaremos. O resto é “tro-ló-ló” de palpiteiro. 

  2. Os ufanistas da

    Os ufanistas da esquerdolandia acham perfeitamente possivel. Já falam inclusive do Brasil de João Santana como grande expotador de aviões de caça equipados com turbinas iguais aquelas que a Petrobras usa nas plataformas (que são importadas).

    1. sonhar é preciso

      Os eternos colonizados da direitalandia preferem caminhos em descida sonham cam a troca do “Ordem e Progresso” para aquela de São Paulo invertida.

      Para sonhar e realizar a idade ajuda, o dna pode atrapalhar dede o nascimento.

    2. CAramba Araujo, como você é

      CAramba Araujo, como você é mentiroso! Não nega a raça de direitista inesescrupuloso hein?

      Dizer que eu falei de usar turbinas aeroderivadas de produção de energia nos aviões é uma grande mentira, digna de um indivíduo indigno.

      O que eu comentei foi sobre o fato do Brasil ser um grande cliente das turbinas da GE, a mesma fabricante das turbinas que equipam o Grippen. Em momento algum eu disse que se pode usar essas turbinas nos aviões.

      A questão é ser um grande cliente da empresa, o que gera interesses comerciais que seriam atingidos no caso de um boicote americano ao uso das suas turbinas nos aviões brasileiros.

      Aí você pega e diz que eu afirmei outra coisa. Mas tudo bem, não espero nada além de mentiras e má-fé vindos de você.

      O autor do post disse em uma frase o que eu procurei dizer em minha colocação: TURBINAS SÃO COMMODITIES.

      E é bom esclarecer antes que você venha de novo mentir e atribuir a mim coisas que eu não disse, com isso eu quero dizer que a turbona não é a parte mais importante desta aeronave, pois a turbina utilizada não é um projeto secreto e muito menos exclusivo, sendo um projeto tão conhecido que foi inclusive adaptada (e daí o termo AERODERIVADA) para a produção de energia.

      É uma estupidez achar que se pode retirar uma turba dessas para equipar um avião, por isso mesmo eu não disse tal asneira, mas o Araujo MENTIU ao atribuir a mim tal afirmação.

      E por que ele mentiu desse jeito? Porque o que eu estou afirmando é a realidade: A turbina não vai ser um item que os americanos possam vetar e com isso inviabilizar a produção nem a venda dessas aeronaves pelo governo brasileiro a quem quer que seja.

      É sempre terrível discutir com pessoas crivadas de má-fé, que distorcem os fatos e os ornamentam com mentiras descaradas, mas a falta de honestidade intelectual do comentarista Araujo já é conhecida e eu já esperava que ele usasse mentiras de grosso calibre, como é de seu costume.

       

          1. As turbinas Rolls Royce são

            As turbinas Rolls Royce são cogitadas como possíveis substitutas das turbinas GE nos Grippen.

            Mais uma vez é necessário esclarecer (dada a distorção de fatos feita por comentaristas mentirosos) que não estou dizendo que as turbinas de produção de energia podem ser instaladas nos aviões, mas sim que pegaram as turbinas aeronáuticas e adaptaram as mesmas para uso na produção de energia quando é necessário pouco peso e grande potência. As adaptações no entanto não mudam o fato de ser o mesmo projeto original e o mesmo fabricante.

             

          2. Meu caro Ruy ao que me consta

            Meu caro Ruy ao que me consta a Rolls Royce Marine, Jet Turbines and Defense e hoje a Rolls Royce Corporation e esta sediada em Houston, Texas., portanto e uma empresa americana. Ja Rolls Royce veiculos e hoje  se nao me engano de

            alemaes.

          3. Não sei de que empresa você

            Não sei de que empresa você está falando, mas eu citei a Rolls-Royce Group plc, empresa do ramo de aviação militar que foi separada da Rolls-Royce Motor Cars desde 1971.

            http://pt.wikipedia.org/wiki/Rolls-Royce_plc

            http://www.forbes.com/companies/rolls-royce/

            Ela se define como uma “empresa global”, mas sua sede fica em Londres, no número 65 da rua Buckingham Gate.

            http://www.rolls-royce.com/contact/headquarters.jsp

            Mas é claro que eu sei que os ingleses fazem tudo que os americanos mandam e por isso mesmo em meu comentário referenciado no link abaixo:

            https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-a-compra-dos-gripen#comment-181770

            eu comentei sobre a possibilidade de troca pela turbina Eurojet, colocando a referência abaixo:

            Sobre a possibilidade de troca da turbina do Gripen para a Eurojet EJ200

            http://www.aereo.jor.br/2010/07/07/sobre-a-possibilidade-de-troca-da-turbina-do-gripen-para-a-eurojet-ej200/

            Porém quando citada a Rolls Royce eu comentei sobre esse fabricante ter sido cogitado como alternativa de substituição dos motores do Grippen. LÓGICO que em meu comentário sobre a Rolls eu NÃO disse que essa troca era motivada pela preocupação a respeito de um possível boicote do governo americano, apenas citei o fato de ser uma alternativa de motorização possível.

            Seria bom você postar a referência que usou para dizer que a sede da Rolls Royce fica no Texas. Eu usei o site da própria empresa, conforme referência (link) citada acima.

            Aliás seria bom que você referenciasse mais suas afirmações porque muitas delas (muitas) são desmentidas através de uma simples pesquisa na rede. Pode ser que as pesquisas sejam simplórias e que sua sapiência encontre-se acima dos simples mortais (coisa que não corroboro nem desminto), mas isso não o impede de colocar referẽncias corroborando suas afirmações.

          1. Realmente eu fico nervoso com

            Realmente eu fico nervoso com desonestidade intelectual e com mentiras. O Leonidas sabe disso porque é useiro e veseiro desses recursos de retórica medíocres e deploráveis.

          2. Eu nao minto nos posts,

            Eu nao minto nos posts, quando falo que a esquerda é naturalmente sofismatica isso é um fato nao opinião

            E sendo bem sincero se usar os criterios que vc usa para definir o Andre como mentiroso, vc ta na roça colega…rs 

          3. Metalinguagem para ninguém

            Metalinguagem para ninguém botar defeito.

            Você dizer que não mente, é a maior mentira de todas.

            O que é difícil é ver você falando uma verdade ou provando o que diz.

            E puxar o saco do Araujo não vai ajudar você a obter alguma credibilidade porque os participantes do blog já te conhecem (e as suas mentiras) de longa data.

        1. Cinismo realmente combina com

          Cinismo realmente combina com desonestidade intelectual e mentiras. Araujo não nega seu histórico no blog…

          Só falta dizer que o termo “esquerdolândia” não se refere à posição política de esquerda mas sim a algum parque temático da Disney…

      1. Bem turbina é sim um

        Bem turbina é sim um componente vital para qualquer caça e nao é qualquer uma que pode ser adaptada sem intenso apoio do fabricante

        Tenho sérias duvidas ( em que pese o colega Junior 50 ter afirmado o contrario ) se de fato o governo norte americano nao teria condiçoes de vetar esse componente em caso de animosidade entre os dois paises

        Vamos ver…

        1. A respeito da possibilidade

          A respeito da possibilidade de substituição da turbina do Grippen eu já havia colocado uma referência em um post anterior meu:

          https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-a-compra-dos-gripen#comment-181770

          Aproveito para reproduzir a referência aqui. São afirmações da própria Saab:

          Sobre a possibilidade de troca da turbina do Gripen para a Eurojet EJ200

          http://www.aereo.jor.br/2010/07/07/sobre-a-possibilidade-de-troca-da-turbina-do-gripen-para-a-eurojet-ej200/

          1. Você tinha a oportunidade de

            Você tinha a oportunidade de contrapor outra fonte à minha referência, mas preferiu agir de forma pérfida, insinuando que o fabricante não tem credibilidade para dizer que a substituição da turbina é viável sem apresentar nenhuma informação técnica ou referência corroborando sua posição. Apenas usou de insinuações vazias, sem um mínimo de conteúdo e colocada de forma insidiosa, como aliás é de seu hábito.

      2. O PDF abaixo define o que são

        O PDF abaixo define o que são turbinas aeroderivadas (ver página 8):

        http://labprop.dmt.upm.es/ljuste/Lec_11_TURBINAS%20DE%20GAS.pdf

        “turbinas de gas aero-derivadas: Unidades de generación de potencia que tienen su origen en motores de aviación, en los cuales se ha quitado el fan y se han añadido etapas de turbina. Potencias de 2.5 a 50 MW, rendimientos del 50%”

        A mesma página mostra a turbina aeroderivada LMS100 da GE:

         

        derivada da turbina aeronáutica GE90

         

        1. Engraçado, não apareceu

          Engraçado, não apareceu ninguém para apontar a literatura que diz que não existem turbinas de geração de energia derivadas das turbinas aeronáuticas.

          Esse pessoal só sabe chutar. Se colar tudo bem, senão eles desconversam.

        2. Engraçado, não apareceu

          Engraçado, não apareceu ninguém para apontar a literatura que diz que não existem turbinas de geração de energia derivadas das turbinas aeronáuticas.

          Esse pessoal só sabe chutar. Se colar tudo bem, senão eles desconversam.

          1. Sr. Ruy Aqua Viva,
            A sua

            Sr. Ruy Aqua Viva,

            A sua postulação está correta. Turbinas aeronáuticas são convertidas para uso como geradores de energia.

            Para isso são convertida para uso de gás. Elas também são usadas em belonaves, como opção motriz que requeira grande potência por eixo.

             

            Sds.

            Ilya.

  3. Um belo trabalho

    Quando vi a postagem e seu título, pensei em passar batido devido ao “utópico”… Mas resolvi ler e encontrei o melhor material produzido para nós, leigos, publicado sobre a FX-2. Cansei de acessar os sites Poder Aéreo, Defesa Aérea e Naval e outros congêneres para ler coisas esparsas e sem a porofundidade que o Ricardo Pinheiro deu aos seus seis textos. Meus parabéns a ele que contribuiu muito para um debate sério, sem o cviés ideológico, e no nível que nos interessa a nós que não conhecemos engenharia aeronáutica e não somos pilotos de caça, sobre o assunto. Obrigado Nassif pela postagem.

  4. Tudo o que se escreveu no

    Tudo o que se escreveu no post é de uma obiviedade que salta aos olhos.Quem se interessa minimamente sobre o assunto,sabe que construir,dominar a tecnologia de um caça,lógico que  não é como um automovel,leva-se anos.Ate para formação de um piloto militar,tambem não é barato,e tambem leva-se tempo .Besteira maior é supor que achemos que turbina é tudo igual.Nas condições em que o Brasil se encontra hoje,maior falácia é tentar desqualificar a busca do país em ter um plataforma  para desenvolvimento de tecnologia militar.aerea,naval e terrestre.Temos que ter um potencial militar,não só quantitativo,mas de qualidade que desestimulem quaisquer aventuras.Dinheiro,temos,pouco agora,mais no futuro.E o desnvolvimento de tecnologia militar,como a história tem mostrado,beneficia a industria civil,bem como a aeroespacial.Não há mais como o país ser um mero comprador,a situação exige que sejamos atores neste cenário.O complexo de vira latas,de trirar o sapatos,ja não é aceita pela sociedade,nem a inocencia deslumbrada de que seremos “protegidos” pelo grande irmão do norte..

  5. Nem a China que tem politica

    Nem a China que tem politica de estado voltada para isso Há decadas pode se gabar de algo assim

    O J10 o caça de fato eficiente e moderno foi construido com compra do projeto do finado IAI Lavi de Israel

    E as turbinas chinesas ainda nao alcançaram condiçoes satisfatorias para serem usadas no J11 ( copia pirata do Su 27 Russo ) enfim existem mais naçoes que dominam o ciclo da energia nuclear do que naçoes que produzem motores ( leia-se ) turbinas, hoje é basicamente Inglaterra , França, Estados Unidos e Russia, e agora a China ( que ainda nao alcançou um padrao tido como confiavel )

    O Brasil possui Know How para projetar aeronaves comerciais de pequeno medio porte

    Mas o ” cerebro  ” ( avionicos ) e o “coraçao ” ( turbinas ) vem tudinho de fora 

    O AMX nos deu o Know How para fazermos os E jet, mas como nao houve politica de estado ficamos estagnados no desenvolviemtno de um caça mesmo que fosse leve

    Vamos ver agora ( duvido seriamente disso ) se havera compromiso do governo para ao menos alcançarmos o intento original de comprar 120/50 caças

    O desenvolvimento de uma versao naval do Grippen NG ( ideial para a Marinha ) é um sonho pois nao creio que haja determinaçao politica para isso, ate pq nao haveria razoa para desenvolver um grippen navla para comprar 30 caças ainda mais tendo em vista que o unico cliente dele seria o Brasil pois somos os unicos utilizadores de porta avioes convencinal fora a França e os Estados Unidos e mais recentemente a China… 

  6. Apesar dos custos uma  naçao

    Apesar dos custos uma  naçao dominar o ciclo de produçao para um caça de alto desempenho é VITAL ( nao precisa ser um caça furtivo necessariamente )

    obvio que fazer um caça de 5º é algo caro, porem o Japao por exemplo espera colocar o prototipo deles em termos operacionais por volta de 2021

    ainda que nao possamos fazer algo como o F 22 alias sequer um caça de 4º como é o Grippen

    dominar o ciclo ( projeto de fuselagem, avionica e turbina ) é indispensavel

    Naçoes como a França com o Rafale e a Inglaterra, Espanha, Alemanha , e Italia com o EFA 2000 podem negociar a construçao de caças em conjunto devido aos custos mas nao a tecnologia em sí

    Ou seja, primeiro voce domina  a tecnologia para depois falar em compartilhar projeto

    Do contrario fica a ver navios

    apesar de caro, Russia, Estados Unidos e China ja tem projetos proprios para caças de 5º geraçao, França, Inglaterra nao, e o Japao planeja colocar um em serviço com motores provavelmente norte americanos … 

  7. Por que utópico ?

    “Produzir um avião caça 100% nacional é um sonho utópico”

    Por que utópico ?

    Quais as dificuldades ? Conhecimento ? dinheiro ? material humano ?

    Dinheiro, via pré-sal teremos, conhecimento e material humano com o tempo e treinamento consegue-se. E não importa quanto tempo leve, é projeto para futuras gerações.

    Há sempre alguém tentando colocar dificuldade, onde se tem a possibilidade de oportunidade.

     

  8. Nas rodovias.

    Uma característica interessante dos aviões Suecos, desde modelos anteriores ao Gripen, é que podem usar e usam, como pistas, as rodovias suecas.

    Uma estratégia desenvolvida pela defesa da Suécia, que todos sabem é vizinha da Rússia e da ex-URSS, foi reforçar trechos de suas rodovias para serem usados como pistas de pouso/decolagem, e seus aviões, de pequeno porte e versáteis, podem esconder-se nas imensas florestas de pinheiro do país.

    Parece interessante ao Brasil, dada sua imensidão, usar do mesmo estratagema, sem a necessidade de manter bases aéreas permanentes e onerosas.

     

    http://sistemasdearmas.com.br/ca/pista05dispersao2.html

     

     

  9. Li as tuas motivações no teu

    Li as tuas motivações no teu blog a coisa foi até razoável até ler as justificativas contra o SU-35. Pricipalmente a parte que comparas o sucesso de uma aeronave pelas vendas e “esqueces” que a China e a India possuem uma quantidade imensa de SU-30 que não falas que foi o intermediário entre o Su-27 e o Su-35. Estranho não? Pelo quase orgasmo nos elogios ao Super Super UIltra Hornet deu para sentir a tua posição política. Assim como na transferencia de tecnologia Francesa-Russa via Rafales da Índia. Esta mereceu destaque especial.

    Repito, se o projeto fosse agora o FS-2020 eu tiraria o chapeu. Mas a necessidade da força aérea é imediata. E assim como entrar nos custos de desenvolvimento do Pak FA é caro e incerto entrar no custo e desenvolvimento do NG também o é. E só para 2025? O que a Força aérea fará até lá? Pagar mais e receber os insuficientes Gripen C/E?

    Outra viajem Sueca: Vender depois de 2025 o Gripen NG. Quando o mundo todo vai estar vendendo aviões de 5ª geração.

    A partir de hoje vou torcer para que dê tudo certo e, em tempo record as coisas se resolvam. Que os custos não ultrapassem os contratados. Que apenas os 36 sejam montados e depois melhorados com o tempo. Que o projeto FS-2020 vire o principal e seja construido aqui. Confio na criatividade brasileira e nas soluções que possamos dar.

  10. Concordo que é difícil. Mas

    Concordo que é difícil. Mas ter um operário presidente também era utópico, e chegamos lá. Está na hora de cultivar outras utopias, em especial as que atrapalhem o grande capital espião norte-americano.

    Gostei da decisão pelos caças suecos porque aquele é um país que foge da polarização violenta entre EUA,  Rússia, China e resto da Europa. Um país em geral neutro, com mais preocupações humanitárias do que a média, que sempre teve um sistema social mais saudável em relação aos direitos humanos dos mais humildes, e sem ganas de ser hegemônico pela via militar. Neste ponto, casou bem com o que pensamos da ideologia do PT clássico. Foram bem, merecem elogio.

    O Brasil é uma economia grande o suficiente para forçar a construção do multilateralismo. Sozinho, o Brasil vai tropeçar. Mas unido à Suécia, Noruega, África e América Latina, torna-se uma liderança incômoda para quem quer mandar em um mundo sem regras.

    Temos que dar força à utopia do caça nacional. O maior prejuízo que teremos é “desperdiçar” dinheiro formando grandes engenheiros para trabalhar na Embraer. Melhor formar pessoas do que construir Minhocões para batizar de Costa e Silva, concordaria o Maluf. 

  11. Bem um avião bem mais simples

    Bem um avião bem mais simples que é nosso Super Tucano já não é 100% nacional; os Airbus e nossos comerciais da Embraer não o são, não sei se os raffale são 100% franceses, e qualé essa de 100% nacional, estaríamos falando até dos componentes eletrônicos que não produzimos.  Sem muito ufanismo gente, por avor.

  12. Turbinas não são commodities…

    O texto do Sr.  Ricardo Jurczyk Pinheiro, possui alguns equívocos, os quais aqui deverei repará-los.

     

    Antes de tudo, gostaria de chamar a atenção que o termo “commodities”, usado em alusão aos motores aeronáuticos foi usado pelo Sr. Lennart Sindahl, Vice-Presidente da SAAB. Uma comparação descabida e desprovida de sentido.

    Dos equívocos:

    Dizer que turbinas aeronáuticas e radares embarcados, são commodities.

    Mentira, desinformação, ou uma tentativa consciente de manipular informações para os leitores brasileiros, que não possuem conhecimento e tradição para acompanhar o assuntos relacionados à defesa, bem como a indústria bélica como um todo.

    Existem mais nações que dominam o ciclo completo da energia nuclear, do que aquelas que dominam a arte de fabricar e projetar turbinas aeronáuticas de auto-desempenho. A China enfrenta após 10 anos, dificuldades com suas turbinas aeronáuticas, em especial com a WS-10, e a Índia sofre com a Kaveri por 15 anos idos. Estas nações insistem em suas tentativas no tocante às turbinas aeronáuticas por saberem que estas são passives de serem embargadas, tanto como produto pronto, como em suas partes constitutivas, de acordo com a  vontade do construtor. É por este motivo que a Índia investe pesadamente em vetores e armas para a sua defesa, posto que adquire sempre a mesma classe de vetores de fornecedores diferentes, justamente para evitar, ou minorar a possibilidade de ocorrência de embargos.

    Daí eu pergunto: afirmar que turbinas são commodities, algo que não são, reflete o desconhecimento do propugnador, ou má fé, implícita na vontade em desinformar?

    O mesmo se dá quanto aos radares embarcados. São equipamentos cujos fabricantes contam-se nos dedos mundo afora, bem como as nações produtoras. São equipamentos que necessitam de componentes para serem substituídos com o tempo de uso, portanto, também passíveis de embargos. Não cabem como commodities, portanto.

    A pergunta feita sobre as turbinas aeronáuticas também cabem aqui: reflexo do desconhecimento do autor, ou vontade deste de manipular a informação e pautar a opinião alheia?

    Ademais, são poucas as nações do mundo capazes de integrar toda uma cadeia produtiva em mãos nacionais para produção de um caça de alto-desempenho. São estas: EUA, Rússia e França. A China está em vias de se tornar uma nação independente neste pormenor, enquanto a Inglaterra perdeu esta capacidade. A Suécia detém conhecimento para projetar um caça, mas depende de fornecedores estrangeiros para concebê-lo, aliás, pode-se dizer que os suecos são os campeões mundiais em produzir caças com peças estrangeiras.

    E por conceber caças com peças estrangeiras, que a promessa sueca de ampla transferência de tecnologia torna-se algo impossível de ser atingido, posto que a Suécia não detém os direitos de propriedade intelectual sobre as peças, e softwares, que não produz. Podem os suecos transferirem aquilo do qual detém a propriedade intelectual, mas, neste quesito, o que eles tem a nos passar já o sabemos.

    Eu disse isso em um outro post, “Gripen NG é um erro histórico”, mas a maioria dos leitores ao invés de realizarem um debate racional, deram-se ao exercício mercurial da luta contra a informação…

    Em termos industriais, pode ser que para a simpática AKAER, seja uma novidade realizar trabalhos de usinagem e laminação com tolerâncias mínimas, da ordem de 0,02 mícron… Mas, isso não é uma novidade para outras empresas do nosso setor aeroespacial e de engenharia especializada.

    Tenho a impressão, a cada dia que passa, que postar uma informação com precisão, para que ela seja objeto de análise do leitor, e que este formule por si a sua opinião é algo que ficou no passado. Vale, hoje, impor o seu ponto de vista, como se uma verdade advinda dos céus fosse, não importa a forma, ou o pouco caso feito para com o leitor. Não é raro apostar no desconhecimento prévio dos consumidores da notícia, principalmente, se o assunto possui uma característica por demais técnica, portanto, hostil a maioria dos leitores. É o que acontece com a revista VEJA, por exemplo, e de certa maneira, o que aqui acontece em relação ao Gripen…  Se turbinas aeronáuticas e radares embarcados são commodities, então reatores nucleares também o são… Basta uma pequena reflexão, para perceber o tamanho do absurdo desta afirmação.

     

    PS: Meu nome é César Antônio Ferreira. “Ilya Ehrenburg” é um avatar com o qual me faço presente em fóruns de discução militar (Defesa). Tenho publicações nos sites Plano Brasil, e Portal Defesa.

    1. Ilya, você tem razão no que

      Ilya, você tem razão no que afirma. Entretanto, como você já está careca de saber, não existe solução inteiramente nacional para este problema. Não fabricamos localmente nem os PIN diodes das antenas dos radares AESA, mas não tem outra maneira de se fazer a coisa. Tem que trabalhar com grandes estoques de partes sensíveis, botar para funcionar e criar foundries de semicondutores, dar impulso e manter nacionalizadas empresas com a Polaris. Aprendermos de novo a refinar ligas de Nb. A propósito, o que foi feito de um forno eletrônico de alto vácuo Leibold, que o país comprou há trinta anos por 1 milhão de dólares e instalou em Lorena/SP?

      1. Sr. Mariano S. Silva,
        Com

        Sr. Mariano S. Silva,

        Com sinceridade, informo que não tenho conhecimento sobre o destino do Forno Eletrônico de Alto Vácuo Leibold.

        Como sabemos, conhecimentos conquistados são perdidos. Na década de oitenta, mais precisamente no final desta, aprendemos a usinar e a laminar peças em titânio… Hoje, foi preciso um contrato com a Eurocopter, para que empresas brasileiras viessem a conceber peças neste material…

        Enfim. China e Índia buscam com sofreguidão tecnologias nestas duas aéreas: aeroeletrônica e turbinas aeronáuticas. Nós também buscamos, mas, no que tange ao projeto Gripen NG, nestas áreas, nada virá.

  13. Post literalmente “bárbaro!”

    Tinha um romano mui amigo, infiltrado nas hostes barbaras que lhes dizia:

    “Produzir lanças, armaduras e escudos como os romanos é sonho utópico!”

  14. 100% nacional

    100% nacional como o “brasileiro” EMB-190, “feito” pela transnacional EMBRAER, que tem mais capital estrangeiro que nacional :

    Gentes, nós nem sabemos fazer carro sozinho vamos fazer avião ???

     

    1. “Inutel” assumido?

      Pois então, o assunto aqui é começar a aprender a fazer.

      Como o de vc começar a aprender a comentar melhorzinho.

      Ficamos na torcida para que vc consiga entrar neste ciclo virtuoso.

      Ou continuará cantando “A gente(s) somos inútel”?

      Supondo que (logo quem) vc está fora…

       

  15. Nenhum aviao e 100% nacional

    Nenhum aviao e 100% nacional em nenhum Pais, a Boeing importa muitas peças da Asia, inclusive rolamentos do Japao, por uma questao de custos as empresas aeronauticas sao essencialmente montadoras. E tudo uma questao de tempo e custo, fazer tudo em casa pode dobrar o preço de um aviao e ocasiona enorme perda de tempo. Cada peça precisa ser testada e certificada, no caso de um projeto tipo Grippen, ja vai ser dificil montar aqui o aviao, imagine ir alem disso e fazer aqui todas as peças, nao tem nenhuma logica.

    Alem disso, parece que o projeto do Grippen preve motores GE, nao e facil substituir uma turbina ja projetada para o aviao por uma outra, quando se faz o projeto ha uma colaboraçao tecnica entre os dois fabricantes, mudar a turbina significa mudar o projeto, a menos que o projeto ja tinha sido desenhado com a possibilidade de turbinas de diferentes marcas, como no caso de algumos modelos comerciais da Boeing que admitem turbinas GE ou Pratt and Whitney ou do Airbus, que permitem turbinas GE ou Turbomeca-Snecma.

    1. No mundo ocidental, no que

      No mundo ocidental, no que tange as aeronaves comerciais, não existe a necessidade de se construir uma aeronave apenas com fornecedores nacionais devido a globalização existente na produção de componentes. Hoje em dia eu diria que isto afeta a todos os fabricantes de aeronaves civis.

      Mas… Isso não é verdadeiro no que tange as aeronaves militares. Americanos, Russos e Franceses independem de fornecedores externos.

      1. Uma pergunta:

        A compra de qualquer uma das outras alternativas garantiria, a independência de fornecedores internacionais? Em outras palavras, americanos, russos e franceses nos repassariam as tecnologias, para nos fazerem independentes de fornecedores externos?

        Você diz numa postagem abaixo, que “os suecos são os campeões mundiais em produzir caças com peças estrangeiras”. Eu acho isso o pulo do gato: saber fazer um avião com o uso diversificado de fornecedores. Há duas formas de ter independência em relação a um fornecedor externo; uma é fabricar o equipamento que ele nos fornece; outra é diversificar o número de fornecedores do mesmo equipamento. O que me parece que está sendo adquirido, junto com a propriedade intelectual do projeto, é o saber como integrar diferentes equipamentos na aeronave, a possibilidade de se fazer uma versão BR do avião sueco.

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