Professores da rede estadual de São Paulo decidem manter a greve

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Elaine Patricia Cruz

Da Agência Brasil

Os professores da rede estadual de ensino decidiram hoje (24) continuar com a greve iniciada em 13 de março. A assembleia da categoria ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Habitualmente, ela era feita no vão-livre do prédio. Mas, nesta sexta-feira, foram proibidos de fazer a reunião no local. Eles reivindicam, principalmente, aumento salarial de 75,33%.

“Isso demonstra a disposição de luta dos professores depois do reajuste de 0% dado pelo secretário da Educação. Se ele não apresenta reajuste, isso significa que é reajuste de 0%”, disse Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, presidente do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Momentos antes do início da assembleia, quando havia poucos professores, os policiais militares ocuparam o vão-livre, criaram uma barreira e foram retirando os manifestantes do local, afastando-os em direção à Avenida Paulista, onde a assembleia foi feita. A ação policial não sofreu resistência dos grevistas.

Um dos responsáveis pela operação, um capitão da Polícia Militar (PM) que não quis se identificar, disse à reportagem da Agência Brasil que a ação foi feita por solicitação do Masp, que reclama do barulho dos carros de som que estão provocando danos à estrutura do museu. O policial também falou que isso ocorrerá em qualquer manifestação que use como ponto de concentração o vão-livre do museu na Avenida Paulista. A reportagem da Agência Brasil procurou o Masp que não confirmou o pedido feito à PM.

A diretoria da Apeoesp atendeu à solicitação de deixar o local feita pelos policiais e, do carro de som, orientou os professores a se concentrarem na Avenida Paulista, sem forçar passagem para o vão-livre do museu. A assembleia ocorreu sem confronto.

“Eles [policiais] não permitiram [professores no vão-livre]. Isso nós vamos querer discutir com o comando [da PM]. Vemos outros movimentos fazendo manifestação aqui e não vão afundar [o Masp]. Mas nós vamos fazer e vai quebrar? Como assim? O aspecto bom disso é que mostra que eles se importam com a gente. Sempre ocupamos o vão-livre e nunca deu problema. Acho isso uma certa intolerância”, disse Bebel.

Além da continuidade do movimento, os professores também aprovaram uma nova assembleia para a próxima quinta-feira (30), a partir das 14h, na Avenida Paulista, em frente ao Masp. Neste momento, os grevistas fazem uma caminhada pela Avenida Paulista, com destino à Secretaria da Educação, localizada na Praça da República, no centro. O trajeto passa pela Rua da Consolação.

Ontem (23), houve confronto entre policiais e professores em frente à sede da secretaria, após uma reunião entre a Apeoesp e o secretário Herman Voorwald, que terminou sem acordo. Depois da reunião, um grupo de professores tentou ocupar o prédio, forçando a entrada e foi reprimido pela PM com gás de pimenta.

“Acho que nada justifica a violência. Mas não justifiquem essa violência deixando os professores por 42 dias com 0% de reajuste ou sentar em uma mesa, como fez o secretário, e ficar duas horas dizendo não [às reivindicações]. Acho que quando se tem uma situação de impasse, [governo e secretário] devem intermediar”, disse a presidenta da Apeoesp.

Segundo ela, os professores entraram com uma ação na Justiça para coibir que os professores tenham os dias parados descontados. Eles também entraram com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho solicitando que o TST atue como intermediário na negociação com o governo.

Durante a assembleia, a PM estimou a presença de mil professores no local, mas avaliou que até o fim do ato essa estimativa pode aumentar, devendo chegar a 10 mil. Já os organizadores calcularam em 50 mil o número de participantes.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Caro Nassif e

    Caro Nassif e demais

    Ingenuidade achar que os professores estão em uma greve, eles estão em guerra.

    O governo tucano e toda parafernália midiática já os transformou em bandidos, baderneiros.

    Pior do que a categoria Ó dos professores, é o que deseja Cunha e seus neobandidos.

    Saudações

  2. Infelizmente, a maioria dos

    Infelizmente, a maioria dos professores votaram para reeleger o Geraldo. Um conhecido meu, da rede estadual, disse que o ano passado ele e mais um colega normalmente era mandado para Cuba por cirticar e não votar no Geraldo. Disse ele, que não era 1 ou 2 professores da escola, eram a grande maioria que tinha esse comportamento.  

    Ou seja, pelo jeito temos uma administração exemplar. Esse que estão manifestando devem ser loucos. 

  3.  Depois a pelegada vem com

    [video:https://youtu.be/HmTuvK4z7as%5D

     

    Depois a pelegada vem com discurso do ódio da direita!

    O Brasil não precisa de oposição, não precisa de “reacionários”, basta soltar os “exércitos do amor” da pelegada.

    À medida que o PT se perde nas próprias contradições, mentiras e corrupção, os tais “movimentos sociais” passam a demonstrar a que vieram.

    Não querem ordem e democracia, querem impor sua vontade à maioria na base da força e quebra-quebra.

    Milhões contra a lambança protestaram, em ordem, e foram taxados de pregadores do ódio. Uma minoria quebra tudo e são ” movimentos sociais”.

    Onde está a indignação dos “jornalistas” e “colunistas”, ou seja, dos militantes em geral?

    O PT (Perda Total) entrou no caminho da separação da sociedade, e parece que não tem volta.

    A credibilidade dessa moçada da indignação seletiva e dos baderneiros acabou de vez!

    Vão quebrando!

     

     

  4. Sr. Alckmin, o governador inepto, um candidato que derrete

    Está me parecendo que o Sr. Alckmin está se esforçando para sair da condição de primeiro nome das oposições para 2018. Sua recusa em abrir negociação séria com os professores está outra vez escancarando para o país sua incapacidade de lidar com qualquer tipo de problema que surja para um administrador público.

     

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