Serra, o camaleão desenvolvimentista

 

No “Valor Econômico” de ontem, uma longa entrevista com o senador José Serra. Esgrime argumentos desenvolvimentistas, critica o câmbio, tenta retomar o figurino que vestia nos anos 80, quando retornou do exílio e tornou-se um parlamentar eficiente.

A história política de Serra é significativa de um perfil típico da política brasileira: o camaleão ideológico.

***

No início do governo FHC, as bandeiras desenvolvimentistas estavam vagas. Serra empunhou-as, tornando-se uma espécie de porta-voz da indústria.

Mas apenas para fora. À medida que foram sendo vazados os bastidores do plano Real, os depoimentos dos economistas mostravam um Serra vazio, sem participar dos debates internos devido a um amplo desconhecimento da macroeconomia.

Para fora, Serra era contra o câmbio apreciado e a privatização selvagem. Conforme depoimento recente de FHC, para dentro era o mais intimorato defensor da privatização da Vale.

A partir de determinado momento, o economista que se fizera como sucessor das teses cepalinas (da Comissão para o Desenvolvimento da América Latina) envergonhava-se dessa condição. Eram tempos de neoliberalismo, e Serra não mais se adaptava ao seu figurino original.

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Em cargos executivos, a eloqüência de Serra sempre cedia lugar a um político acomodatício, fugindo de qualquer conflito.

No governo de São Paulo, quando estourou a crise de 2008, o antigo industrialista recusava-se a receber as associações da industriais. E sobressaiu o perfil mais fiel de Serra: aquele capaz de fazer a crítica correta, mas incapaz de tomar as medidas corretas.

De um lado, criticou o aumento de juros do Banco Central. De outro, em plena crise, aumentou substancialmente a tributação sobre as empresas com a figura do contribuinte substituto – que recolhia antecipadamente os tributos da cadeia de vendas.

Para ser recebido por Serra, a Abimaq ameaçou manifestação na porta do Palácio, ao lado da CUT e da Força Sindical.

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Quando o discurso econômico se esgotou e teve início a ofensiva moralista, imediatamente Serra converteu-se em um pastor tresloucado, lendo a Bíblia na casa das pessoas, deblaterando contra o aborto e as drogas.

Antigos jornalistas que, nos anos 80 ajudaram na formação da sua imagem, espantavam-se com sua superficialidade, com a maneira como seus conceitos tinham envelhecido sem entender nenhuma das revoluções empresariais dos anos 90 – os programas de qualidade, de inovação, a revolução no mercado de capitais.

Governador do mais importante e industrializado estado brasileiro, com as melhores cidades médias, os mais importantes institutos de pesquisa, as empresas mais modernas, Serra não logrou desenvolver um projeto sequer de competitividade, de reestruturação competitiva da economia paulista.

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Agora que a anomia de Dilma Rousseff entrega a política econômica nas mãos ortodoxas de Joaquim Levy, e que Aécio Neves se afunda em uma superficialidade ampla e irrestrita, Serra tenta recuperar a imagem que consolidou como parlamentar, em tempos distantes.

Não conseguirá. Sua imagem esta indelevelmente ligada aos dossiês contra adversários, ao oportunismo ideológico que o fez perder toda a confiança da esquerda sem ganhar nenhuma confiabilidade junto à direita.

Luis Nassif

59 Comentários

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    1. SERRA, O CAMALEÃO DESENVOLVIMENTISTA

      Cafezá, muitos que comentam este editorial, talvez nunca tenha tido necessidade de comprar um REMÉDIO GENÉRICO por estar com pouco dinheiro. Foi o serra que criou.

      Como sempre digo: as pessoas tem memória curta e falam por falar.

      Já neste mandato de senador, o Serra apresentou projeto do voto distrital, que o PT é contra, para as câmaras Municipais, tambem sobre recursos de pendências jurídicas dos Estados e Municípios, que tambem tem o aval da Marta Suplicy. Ela tambem apresentou este projeto. O Serra, Marta e uma boa parte dos políticos, são sensatos, comedidos, não agem por impulso.

      O Lula, em 2008 obrigou a Petrobrás doar R$1.000.000,00 para cada escola de samba do grupo “A” do Rio de Janeiro. Aí fica todo mundo caladinho. Lá se foram 12 M para o ralo. Será que com esses milhões não dava para construir uma escola ou tantas pelo interior carente deste País? Cadê o SOCIAL que tanto defende. É um demagogo mesmo! Por que ninguém comenta isso? Pois é, como disse um filósofo pensador: “Torna-se cúmplice quem apoia o culpado.”

      Muitas pessoas ouviram o pio dos pássaros, mas não sabem a direção. 

      Meu avô falava que não devemos falar sem ouvir primeiro e pensar no que vamos falar, pois palavras não tem volta.

      1. Já errou na 1ª linha:

        os genéricos foram um projeto do ministro da Saúde do governo Itamar Franco, o deputado sanitarista de RJ, Jamil Haddad (sem parentesco com o atual prefeito de SP).

        Como muitos dos feitos positivos atribuídos na mídia brasileira aos tucanos, este foi roubado da administração I. Franco.

        Não li o resto por falta de paciência.

        1. Genéricos

          Gente, justamente é isso que tanto prejudica o país, essa briga ideológica… o que mais se vê é a busca por um viés de crença. Tucanos vilões, Petistas Vilões… nosso sistema politico como um todo está “adoecido”, carente de novas visões, de novas CULTURAS, e ainda perdemos tempo discutindo com uma bandeira de partido politico na mão.

          Leiam o link abaixo sobre os genéricos, escrito pelo próprio Nassif.

          Esse ódio tão criticado pelos Petistas faz parte do discursso da própria militância petista, não é ilógico?? E vejam, não estou com isso levantando bandeira, tenho insistido em afirmar sobre a politica o tema “mais do mesmo”, pois tantos os politicos quanto sua militancia precisam se reciclar.

           

          https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-meritos-de-serra-na-criacao-dos-genericos

           

          1.   Então tá, o problema do

              Então tá, o problema do paísé a briga ideológica.

              Deixo por sua conta defender um escroque que se disfarça de ideológico. O buraco é mais embaixo.

              E se você souber, me conte: do que vive o Serra?

          2. André

            Mas André, não defendi! É justamente o que estou dizendo, TODOS se colocam “ao lado do povo”, mas toda a classe politica “entrou no sistema”,  virou fato comum conviver com certas situações. Veja, SERRA se elegeu Senador, assim como se José Dirceu fosse candidato a vereador ganharia com o pé nas costas. 

            O que tanto questiono é que não devemos eleger um lado bom e outro fuim, porque vira uma sindrome de torcedor de futebol, de fanatico religioso.

            Defendo que devemos ver “do alto”, não de um lado ou de outro!!!

          3. O objetivo em politica não é ser “neutro”…

            É conseguir fazer coisas que interessem as pessoas, grupos, sociedades, nações.

            Não é se colocar “acima”  para ver tudo e não dizer nada além de algo como “que bela vista!”?

            Ora, antes de mais nada, deve-se ter não só visão do alto, mas navegar em todas as alitudes, para enxergar o todo, os parciais e o detalhe. Sentir desde os ventos flutuantes das altitudes até o morno firme do chão.

            A primeira coisa que se deve verificar em análise política é o trinômio: discurso, ação, resultado.

            E se todos (ah se os eleitores conseguissem praticá-lo!) observarem este trinômio (mínimo), poderão perceber sem tanto esforço, que há pessoas e grupos que se pautam apenas por si próprios e seus interesses. E outras que se pautam por mais que isso, pela prioridade primeira do interesse geral.

            Simplificando, sem querer fazer aqui um “tratado”, se vc observar nossa política “do alto”, perceberá que há uma parte mais orientada à negócios, à empresas, à conservação de privilégios usufruindo de um país rico mas mantendo-o atrasado, pouco fazendo ou conseguindo nos temas sociais, o diferencial de qualquer nação desenvolvida.

            De outro, pessoas que se orientam mais a esta elevação social, ao progresso geral (de todos, que é muito mais difícil), sejam privilegiados (menos esforço) e carentes (mais), ainda que mantendo as conquistas e benesses de quem já as tem. Não é tirar de uns, é criar para outros! (1)

            Por isso, na linha atual de focar em GENTE, sem desprivilegiar a “elite” (já socio-economicamente resolvida ou mesmo privilegiada), é extremamente falso que haja (nesta linha) uma cisão, uma dispersão de ódio. Muito pelo contrário, os bancos, as empresas, etc. não têm nada do que reclamar! Mas milhões estão saindo da miséria e entrando na economia!

            Até seria se fosse uma revolução comunista, um combate claro à “elite”, à plutocracia, às oligarquias, aos bancos, à mídia, à justiça. Nada! Total liberdade a todos eles, bancos lucrando como nunca, mídia falando o que quer, justiça livre, leve e solta (até demais). Empresas com desonerações, dispondo de concessões, tudo igual ou melhor que dantes!

            O contrário sim, não é verdadeiro. Pessoas acostumadas às “exclusividades” como um simples viajar de avião (tranporte de gado em classe econômica) já vomitam reclamações e desprezo por gente mais humilde que “interfere” em suas (ridículas) exclusividades. Isso sim é ódio, desfaçatez, desrespeito, preconceito, “siachismo”!

            Quem não enxerga essas mínimas evidências cristalinas e coloca tudo num saco só de “politico é tudo igual”, na melhor das hipóteses está disfarçando-se de neutro, satisfeito (indiferente) ou resignado.

            Eu não estou nem um nem outro! Nasci num país do futuro e meu futuro já é passado, meu caro! (2)

            E continuamos patinando, com uma parte (em graus variados) querendo levar o país para seu natural lugar de destaque no mundo e outros mantendo-o historicamente no atraso secular, desde 1500 até 2015, enquanto um país semelhante ao nosso começa só em 1620 e já em 1800 começava a despontar, talvez mais do que ainda estamos tentando!

            É disso que se trata. Neutralidade não é um objetivo, uma meta, mas apenas uma posição.

             

            (1) Não sou petista, religioso, nunca fui comunista … mas sou brasileirista. Não tenho nenhuma neutralidade quando desprezo usurpadores, vendidos e traidores de seu povo, a maior parte ainda carente, sem necessidade de sê-lo!

            (2) (Há quem tenha prazer em constatar isso, não é certamente meu caso.

          4. Edson

            Muito interessante seu ponto de vista Edson, sua opinião – aliás, a opinião deve ser respeitada, por isso estamos em uma democracia.

            O problema é o esclaricemento, quando falo em olhar do alto não digo ser totalmente neutro, até mesmo porque a critica enriquece quem é capaz de absorvê-la. Mas falo em algo que percebo hoje, a visãos simplesmente baseada na crença, pior ainda é o viés da crença, digo viés de confirmação, em que se buscam “fontes seguras” que na verdade nada mais são do que as fontes que dizem aquilo que queremos ouvir, que concordamos e entendemos ser a verdade absoluta.

            Obviamente que o país mudou, mas eu discordo de quem atribui isso a determinado partido politico, porque – ao meu ver – esse é um grande equivoco. As pessoas evoluiram, a tecnologia é outra, mesmo com uma cultura capenga, temos mais acesso a informação que não tinhamos, hoje é possivel criar grupos por afinidades, discutir temas com pessoas em todos os cantos do país e até fora dele.

            Quando você fala – para mim em sua melhor observação dentro de seu texto – sobre a minha idéia de olhar de cima e você visualiza um lado orientado para x e outro para Y, concordo plenamento, porém, acho muito vago atribuir esse fato para o partido politico, e essa é e será a minha grande critica, dessa simplicidade – até mesmo uma certa inocência, ignorância (no sentido de falta de conhecimento) – de rotular o que é bom com uma estrela vermelha e o que é ruim com uma ave bicuda, e isso é o que mais tenho visto!

            E se você discorda de algo que o partido da estrelha vermelha faz, automaticamente você é rotulado como defensor da ave bicuda, virou um mantra, uma regra – do tipo de você não está comigo é inimigo, e isso é um retrocesso, é um caminho para um regime ditador e não podemos de forma alguma ser assim.

            Continuo defendendo, a CLASSE POLITICA carece de reciclagem, não A ou B, mas se você ou qualquer pessoa tem “um lado”, estamos em um país livre e democratico e o DEBATE – pacifico é claro – é importante sempre. 

      2. Comentários como esse explicam o processo dos dízimos

        Com jeitinho (e manchetes), há que acredite em qq, coisa.

        Se movem por meras piadas (de “pio”).

        O ilustre comentarista deveria se perguntar de fato quantas escolas (afinal, as “de samba” também o são…) poderiam ser construidas com o valor da propaganda da Petrobrás na míRdia, que ele acredita tão “piamente” …

      3. PAI ?

        E vc acreditou ser o Serra o “pai” dos genéricos ? Vc acredita que o FHC é o “pai” do plano Real ? Eu esqueci o nome do Min anterior da Saúde no governo do Itamar Franco. Foi ele que deixou tudo mastigadinho p/ o Serra, assim como o Itamar jogou no colo do FHC o plano Real. Muitos entenderam assim, pq a mídia assim o quis.

        1. Ministro Jamil Haddad, Lenita

          E quando Serra assumiu o Ministério da Saúde, imediatamente afastou um excelente médico, diretor à época do INCA, no Rio de Janeiro.  . Sabe quem ele colocou no lugar?  O médico que  tempos depois o atenderia com vários exames após receber uma bolinha de papel na cabeça.

      4. Os genéricos foram criados

        Os genéricos foram criados pelo min. Jamil Haddad.

        E você sabe bem o que é voto distrital? E o voto distrital mixto? Sabe mesmo?

    2. Não entendi seu

      Não entendi seu posicionamento.

      O Nassif baixou o pau na mediocridade e no oportunismo de Serra… Foi isso que entendi.

      LN escreveu alguma mentira?

  1. Serra

    Esse artigo reforça o que vejo nesse senhor.

    Me lembro de quando ao vir para o interior de SP e ter acesso à Record, sempre observar um componente do finado jornal da tosse com uma clareza de pontos de vista, uma sensatez, que me fizeram, naquele contexto, admirá-lo como um promissor político para esse país. Sempre trocando opiniões com João Melão (outro que desapareceu perdido tal qual seu parceiro) conceitos muito pertinentes.

    Ora bolas, como dizem por aí, esse político promissor retirou sua pele de cordeiro, para se transformar não num lobo, mas numa hiena, um dos animais mais ardilosos e perigosos, que vivem aos bandos se escondendo um por trás dos outros mas sempre letais.

    Meu pai muitas vezes, ao vir me visitar, fazia questão deacompanhar comigo o “jornal da tosse” e hoje, quando nos encontramos e relembramos isso, constatamos como mudam certas pessoas nos nossos conceitos, e justamente após se verem à frente de prefeituras e/ou estados com a dita, caneta na mão, e verificarem que pra eles ela só serve par desenhar casinhas com arvores ao lado e nuvens acima, mais nada, só sonhos.

    Serra, como bem descrito no artigo, se constituiu numa enorme frustação para aqueles que puderam, com toda calma, acompanhar seus passos desde a bancada do jornal da tosse até suas frustadas tentativas de assumir o país. Graça s Deus não o conseguiu.

    1. Infiltrados

      Há sérias suspeitas que esse personagem assim como muitos de seus colegas “auto-exilados”, durante a ditadura, na verdade eram infiltrados.  E o interessante é que hoje eles estão no mesmo partido político e defendem teses antinacionais, tal como a entrega do pré sal a multinacionais.  Coincidência?????

  2.   Faltou falar a respeito de

      Faltou falar a respeito de uma faceta de Serra, o SABOTADOR, o QUINTA COLUNA. Tenta sabotar a tudo e a todos, sendo os dossiês apenas uma das características. 

      Quanto ao oportunismo, vamos ser mais claros, Nassif: Serra não é só um oportunista ideológico, conforme o salto patrimonial de sua (dele) filha mostra.

  3. Nunca enganou

    Durante a ditadura houve um encontro de militantes de grupos terroristas em São Paulo em que todos foram presos, menos Serra, porque chegou atrasado.

    No Chile, preso no estádio Nacional, junto com a exposa de sobrenome Allende (não era parente do presidente deposto), foi libertado, segundo ele, por um amigo do consulado americano. Ele a esposa fogem para os EUA, o país que patrocinava as ditaduras no continente.

    Porra o cara era terrorista procurado no Brasil, haviam cartazes com o nome dele, e ele foge pros EUA e ganha Bolsa da Comissão Fullbright.

    Nunca me enganou.

  4. Segura o Camaleão

    Camaleão

     

    Diana Pequeno

    Eu conheço muita gente
    que é igual camaleão
    com a cabeça diz que sim
    com o rabinho diz que não
    Segura, meu bem, segura
    segura o camaleão

    Se ele é verde ou amarelo
    responda algum sabichão
    tem as cores do estadista
    que pra si serve a nação

    As virtudes deste bicho
    são de grande estimação
    é sobrinho do patronato
    e afilhado da eleição

    Segura, meu bem, segura
    segura o camaleão

       

    https://youtu.be/ZE-6ga4Q8A8

  5. Entrevista do Serra no Valor

    Entrevista do Serra no Valor não tem serventia nenhuma. Os empresários, que são o público alvo do jornal, não são otários como os leitores do O Globo e a Folha. Sabem muito bem que o discurso de sujeito é pastel de vento.

    De qualquer forma Nassif, parece ser esse figurino aí, a do “desenvolvimentista” que ele usará para se lançar à presidência em 2018. Mas isso é detalhe, o mais o importante é saber como é que ele vai desbancar o Alkimin, que é sem dúvida, o favorito para ser o candidato tucano. Ainda mais agora que está passando incólume pela crise hídrica, muito por conta da ignorância dos paulistanos, claro.

    A tática dossiê, que é eficiente contra o Aécio, e como, não funciona muito contra o Alkimin. Tem algum palpite, Nassif?

  6. Como se explica a enorme

    Como se explica a enorme influência que Serra tem sobre a mídia (imprensa e TVs) e sobre setores importantes do judiciário? De que forma Serra retribui tantas gentilezas destes grupos?

  7. O Nassif é sempre muito

    O Nassif é sempre muito gentil, mesmo com dossieiro contumaz, trensaleiro e outras “coisitas” mais. Comecei a aprender a tocar violão, acho que esse perfil nassifiano, vem da música. Que adoro..Esse senhor, serra, não tem história que o faça grande, muito pelo contrário.

  8. Serra é mau-caráter

    Eu prefiro dizer que Serra é simplesmente o político mais mau-caráter, sujo, vingativo e truculento que conheço, dentre aqueles que adquiriram expressão nacional dos anos 90 para cá.

    1. De pleno acordo…

      Se há alguma personificação do “mau” em estado mais aperfeiçoado (o mau caráter, o mau gosto, o mau uso da coisa pública, o mau gestor, o político mau, etc..) e no mais espúrio e anti-higiênico estado de decomposição na política brasileira é esta “pessoa”.

      É o tipo de gente que existe para nos lembrar que o perigo sempre nos ronda…

      O Brasil ficará mais leve quando este ser ignóbil sumir da face da terra.

  9. Mano, na boa… a única coisa

    Mano, na boa… a única coisa que o José Serra desenvolveu foi a fortuna pessoal dele. Upss… esqueci que ele também desenvolveu muito a fortuna pessoal da filha dele. 

  10. Serara é a cara dos políticos

    Serara é a cara dos políticos que são amados pelo PIG: uma esfera vazia. E o que foi dito sobre o Serra pode ser usado para o seu partido:

     

    “Governador do mais importante e industrializado estado brasileiro, com as melhores cidades médias, os mais importantes institutos de pesquisa, as empresas mais modernas, Serra não logrou desenvolver um projeto sequer de competitividade, de reestruturação competitiva da economia paulista.”

     

    O que o PSDB tem feito pelo estado mais poderoso do Brasil?

     

    Não vale citar o aparelhamento da justiça e o trensalão.

    1. Vamos evoluir…

      Discursinho retrógado hein amigo??? Esse ideologia baseada na crença, esses jargões PIG, MIDIA MARRON, AZUL, PRETA AMARELA e demais termos chulos não agregam em nada ao debate.

      1. Mau, Mau!

        “não agrega nada ao debate”. Qual debate vc se propôe ? .Se nem o seu partido tem nada a debater, a não ser o impitim da Presidente Dilma, já que nas urnas por 4 vezes, perdeu.  Palavras novas (?) introduzidas no debate do Mau, Mau : Discursinho retrógrado – Jargões – termos chulos. Parabéns ! Estão evoluindo, ou melhor, retrocedendo.  E TAPETÃO, vc não gosta?

        1. Nelita

          Lenita,

          É justamente contra isso que argumento, essa questão de “dois lados”, note que em sua primeira linha você já diz “seu partido”, baseado em que você me “impôs” um partido?? E foi muito infeliz, discurso com ódio – sentimento tão criticado em determinados discursos politicos.

          Desculpe, mas não me importa quem perdeu ou quem ganhou as eleições, acho que o discurso deve ser de cobrar a classe politica como um tudo, pois é um cultura em nosso pais a atuação desastrosa dos politicos, 

          E reafirmo, esses jargões e termos chulos, em minha opinião, não ajudam no debate e no que realmente deve ser percebido.

          Lenita, não gosto de tapetão, porque gosto do futebol jogado no campo. 

          Mas na politica, infelizmente TODOS – Sejam Estrelas Vermelhas, Tucanos e outras bandeiras, não estão isentos, não são heróis, repito, o discurso baseado na crença é sim, em minha opinião, discurso retrogado, termos como PTRALHAS, PIG, ELITE, MIDIA GOLPISTA não agregam em absolutamente nada, na verdade agregam, para a Ideologia e que, portanto, não faz parte do problema central.

          obrigado pelo Mau Mau, muitos amigos me chamam assim.

          PAZ.

          1. Mau, Mau

            Se vc não é do partido mais hipócrita e defendido que existe, qual a razão de estar aqui falando mal do PT ? Jamais entrei em qualquer blog que não fosse aquele que mais me identifico e onde aprendo como funciona o outro lado.

            INJUSTIÇA , é o que nunca suportei e jamais suportarei calada.

          2. Dúvida

            Mas Lenita, em qual momento eu falei mal do PT??? É como eu te digo, as vezes nos levamos por um ideologia ferrenha que nos leva a achar que quem não está comigo está contra mim, não é meu caso.

            Repito, só acho que o debate tem que ir além do jargões Elite, Midia isso, midia aquilo… temos visto que a classe politica precisa se reciclar e isso que gostaria de ver, algo mais profundo que questões partidárias.

      2. Isso aqui é debate?
        São

        Isso aqui é debate?

        São apenas impressões do cotidiano politico, sem forma adequada para um “DEBATE”!

        Aqui PIG VALE como conjunto de valores que CRIAM RETROCESSO, ECONÔMICO E CULTURAL!

         

  11. Mas Serra tem toda uma
    Mas Serra tem toda uma imprensa a seu favor, e dadas as barbeiragens dos governos Dilma pode ter força em 2018. Aposto numa dobradinha Aécio-Serra para presidente com chances enormes de vencer. Tomara que até lá surja uma alternativa viável, já que PT não ganha mais.

    1. O PT é o PT… E se ele não

      O PT é o PT… E se ele não ganha mais, fazer o q?

      Mas Lula é Lula, e Lula ainda ganha, como mostram as pesquisas que, mesmo depois de apanhar feito um cão sarnento da imprensa nestes tempos de lava-jato, mantém-se como melhor presidente da história do Brasil por mais de 50% dos entrevistados.

  12. Pessoa má

    Nassif,

    Zezinho da Mooca, além de idoso, não tem qualquer preparo físico ( não conseguiu descer a escada do caminhão, na triste passeata do mineirim na Av.Atlântica), fato que dificultaa vida de qq governante.

    Além disto, é pessoa notoriamente má, não tendo nenhum limite para arrebentar com o adversário da vez, o caso de Roseane e do mineirim “pó pará”. A imagem de camaleão fica mais que perfeita quando se vê aquela foto emblemática do cínico, ao lado de TJereissati, naquela missa no interior do Ceará – nem o padre da paróquia mais próxima à casa dele conseguiria acredtitar naquela cena das arábias. 

    Como sempre foi hiper-blindado pela mídia, permanece por aí, conseguiu até mesmo esconder o Privataria Tucana. 

    1. A entrevista é fraca e essa era a crítica a ser feita

       

      Alfredo Machado (quarta-feira, 29/04/2015 às 12:40),

      Não sei se a expressão correta para qualificar José Serra seja pessoa má. Principalmente quando se está em discussão a entrevista que ele deu ao Valor Econômico e que saiu publicada na terça-feira, 28/04/2015.

      O Luis Nassif continua naquela de dar uma no cravo e uma na ferradura. E tudo fica mais aceitável e também mais fácil se a crítica é genérica e se observa que o que é ferradura hoje foi cravo ontem. A crítica a entrevista de José Serra no Valor Econômico apareceu um dia após o texto de Luis Nassif criticando a política econômica de Joaquim Levy. Trata-se do post “Os resultados iniciais do pacote Levy” de terça-feira, 28/04/2015 às 19:33. As críticas que Luis Nassif faz no post “Os resultados iniciais do pacote Levy” aqui no blog dele não diferem muito da crítica de José Serra, apenas que esse último, antes de criticar Joaquim Levy, aliviou a barra do economista de Chicago repassando a responsabilidade pelos problemas fiscais ao governo do presidente Lula.

      A entrevista de José Serra pode ser vista no seguinte endereço:

      http://www.valor.com.br/brasil/4024148/serra-critica-custo-fiscal-de-swaps-e-da-politica-monetaria

      Infelizmente o acesso a íntegra da entrevista é somente para assinantes.

      A íntegra do post “Os resultados iniciais do pacote Levy” pode ser vista no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/os-resultados-iniciais-do-pacote-levy

      E recomendaria também que se fizesse uma leitura atenta do discurso do senador José Serra no Senado Federal e que pode ser visto junto ao post “Pronunciamento do senador José Serra na tribuna do Senado” de quinta-feira, 05/03/2015 e como foi que o senador Jose Serra intitulou a transcrição do discurso dele realizado em 04/03/2015, e que pode ser visto no seguinte endereço no site dele:

      http://joseserra.com.br/pronunciamento-senador-jose-serra-na-tribuna-do-senado.html

      Há um endereço no site do Senado Federal onde é possível escutar os discursos no Senado. Vale a pena escutar o senador José Serra falando. Ele não dá ao tom de voz aquele vigor tonitruante mais próprio daqueles que querem convencer pela retórica e emoção. Não faz um discurso grandiloquente, pois desenvolveu bem o tom professoral. Utiliza o modelo professoral porque quer consolidar o convencimento com base na autoridade técnica. Não deixa, entretanto, de ser um discurso retórico e falacioso em que a história é contada a maneira dele apenas para louvar a si próprio e criticar os adversários, mas ela não se sustenta nos fatos e nem na teoria.

      Na época do discurso dele no Senado Federal eu não acompanhei bem as repercussões. Não sei se houve algum post específico no dia seguinte em que se comentasse este discurso. Um pouco depois, entretanto, houve aqui no blog de Luis Nassif uma crítica a este discurso. Trata-se do post “Análise preliminar do discurso de José Serra” de quinta-feira, 19/03/2015 às 09:40 originado de chamada de texto publicada no Brasil Debate para artigo do sociólogo Marcelo Zero intitulado “Falácias do Discurso de José Serra 1”. Achei tanto a chamada como o artigo de Marcelo Zero fracos, mas era o melhor que se tinha. O endereço do post “Análise preliminar do discurso de José Serra” é:

      https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/analise-preliminar-do-discurso-de-jose-serra

      No post “Análise preliminar do discurso de José Serra” há também o link para o site no Senado Federal onde é possível acessar os discursos.

      Bem, ia escrever um comentário para Luis Nassif, com críticas a ele pela forma como tratou a entrevista do senador José Serra ao jornal Valor Econômico, mas resolvi antes ver um comentário de que eu gostasse e que me agradasse comentar. Há uma birra imensa contra José Serra aqui no blog de Luis Nassif. Salvo quando o comentário é emitido pelos comentaristas bem manjados, de cima para baixo todos falavam mal de José Serra. Até a Lenita, levemente razoável nos comentários dela, excedeu-se nas críticas que fez a José Serra. Parecia querer ir na jugular de quem para mim cada vez mais se assemelha ao pobre vampiro brasileiro.

      Eu sou muito crítico da crítica de Luis Nassif a José Serra. No início da década de 90, eu considerava sofrível o endeusamento que Luis Nassif fazia de José Serra. Para Luis Nassif, José Serra era o mais preparado brasileiro para ser presidente da República. Depois Luis Nassif virou de ponta a cabeça. E aqui no blog salvo as exceções de práxis, todo mundo acompanha o Luis Nassif na crítica que ele faz a José Serra.

      E o pior que a crítica é enviesada. Parece que ninguém quer procurar a racionalidade para se expressar. Dizem imparciais e para demonstrar que são fazem críticas a torto e a direito, como se o ser humano pudesse ser imparcial. Deveriam buscar ser racionais que é qualidade identificativa do ser humano. O Valor Econômico quase caiu no meu conceito quando deu oportunidade para fazer uma pergunta que parecia conversa de botequim. Após dar oportunidade para José Serra falar sobre o primeiro governo Dilma em que José Serra diz o seguinte:

      “Ela devia ter feito um plano, que era turbinar a economia em três setores: infraestrutura, comércio exterior e petróleo. Mas eles atrasaram as concessões, não avançaram nos acordos comerciais, pois ficaram atrelados ao Mercosul e, na área do petróleo, eles deram nó em pingo de óleo. Eles vieram com o método da partilha de produção, que foi feito por motivações eleitorais. O método da partilha atrasou investimentos”.

      Um dos dois ótimos jornalistas do Valor Econômico, Ribamar Oliveira e Alex Ribeira interfere na resposta e acrescenta perguntado: “Mas a presidente Dilma criou a nova matriz econômica…”

      A fala de José Serra era uma fala político em que prevalecia a retórica. E é um direito do político assim proceder. Cabe ao outro lado rebater a crítica. É claro que o outro lado sendo jornalista não pode tomar a defesa do governo, mas não poderia ter sido mais desajeito ao fazer pilhéria. Pilhéria que pelo menos para mim pareceu infantil. Tão infantil que o próprio José Serra perdeu a orientação e apenas disse:

      “Sim, mas isso são palavras”.

      Então o jornalista se corrigiu a tempo e complementou:

      “Mas o governo não reduziu os juros, promoveu uma desvalorização cambial, fez desonerações tributárias e ampliou os recursos do BNDES para investimentos?”

      Foi então que a crítica de José Serra que se identifica com a crítica de Luis Nassif, se fez presente de forma mais contundente, mas não a Dilma e sim a Lula, e ele responde assim:

      “Mas o câmbio, na média, ficou muito atrasado. Na verdade, veja a herança que ela recebeu do Lula, ou do governo Lula-Dilma. A pior coisa que um governo pode receber de outro é câmbio hipervalorizado, pois não tem margem de manobra. O Lula recebeu do Fernando Henrique Cardoso um câmbio hiperdesvalorizado, graças ao “efeito Lula”. Ou seja, com um raio de manobra tremendo para controlar a inflação”.

      Como José Serra, Luis Nassif ao fazer a crítica ao câmbio valorizado fica no meio do caminho. É bem verdade que Luis Nassif até que andou um pouco mais porque há uma frase e dois parágrafos dele lá no post “Os resultados iniciais do pacote Levy” em que ele parece querer dizer um pouco mais quando ele afirma:

      “Com o sistema de metas inflacionários, o jogo mudou.

      Agora, em caso de aumento da inflação, em vez de atuar diretamente sobre os segmentos pressionados, o BC aumenta mais que proporcionalmente as taxas básicas de juros para preservar o capital financeiro de qualquer perda. Quanto mais elevada a inflação, maior é a taxa de juros real (a diferença entre a Selic e a inflação esperada).

      Essa elevação compromete as contas públicas, joga um peso excessivo sobre o emprego, ao afetar a demanda agregada como um todo, e sobre a atividade econômica real, ao encarecer o crédito. Mas preserva os ganhos financeiros”.

      Só que o andar um pouco mais que o Luis Nassif realiza é quase como, a partir do meio do caminho, ir de um lado para o outro de cada margem.

      Sem dúvida que para ganhar a eleição em 2010, Lula aumentou os gastos públicos, forçou o crescimento econômico e permitiu a valorização do real quando ele havia chegado a 2,4 em dezembro de 2008. Só que a grande e perversa amarração que se fez na economia brasileira foi deflagrar um Plano Econômico que acabasse com a inflação de uma vez em um ano eleitoral para eleger um candidato e um candidato que não fora sequer presidente de um grêmio recreativo na juventude. E depois ter que sustentar este Plano em uma época de desvalorização de moedas dos países de periferia, forçando via dólar desvalorizado e portanto via inflação baixa, a população a pressionar o Congresso Nacional para aprovar a emenda da reeleição, e depois garantir a reeleição e depois no segundo mandato introduzir o câmbio flutuante e o regime de metas de inflação.

      A valorização do real que Fernando Henrique Cardoso produziu no primeiro governo é que desencarrilhou o Brasil. Só que a valorização do real não foi fruto do acaso ou da prepotência de G. Henrique de Barroso F., ela foi fruto de toda a lógica do Plano Real. Foi a valorização que estragou o Brasil, mas foi ela também que nos deu a inflação de primeiro mundo. E é bem verdade foi a valorização que permitiu que a disputa presidencial ficasse entre o PT e o PSDB e não por algum partido de Paulo Maluf ou alguém semelhante.

      E depois no segundo mandado Fernando Henrique Cardoso permitiu que se criassem as amarras que fazem o Brasil retroceder. A desvalorização veio no segundo mandato, mas primeiramente em decorrência da arruaça no Banco Central com a introdução da Banda Diagonal Exogena e mais à frente mais em virtude do problema do apagão elétrico no meado de 2001, da crise na Argentina no final de 2001 e do período eleitoral em 2002. E para o Plano Econômico ter êxito no combate a inflação de uma vez de tal modo que se satisfizesse o eleitorado, foi preciso subir bastante o juro e deixar a dívida pública crescer assustadoramente e valorizar a moeda. Tudo isso era sabido antes do Plano Real ser deflagrado.

      Se tiver oportunidade volto a comentar a entrevista de José Serra, mas o farei mais para enfatizar o quanto ele desenvolveu aquelas características que são próprias do tucanato: a vaidade arrogante da presunção autoritária da pretensão da sapiência. Construo essas frases utilizando como modelo Fernando Henrique Cardoso e José Serra. O autoritarismo é mais de José Serra. Fernando Henrique Cardoso não é autoritário. É claro que eu poderia aumentar essas qualificações, com a hipocrisia megalomaníaca de José Serra ou o cosmopolitanismo alienante de Fernando Henrique Cardoso.

      Uma leitura mais atento da entrevista vai servir para mostrar todas essas facetas de José Serra. A entrevista faz de José Serra pequeno. E Luis Nassif se volta ao passado para criticar José Serra como se quisesse dizer a entrevista é boa, mas ele não me engana. Sim, para Luis Nassif, a entrevista do senador José Serra deve soar boa porque o senador diz exatamente o que o Luis Nassif vive dizendo.

      José Serra nunca me enganou e menos ainda na entrevista. Ainda assim a entrevista sozinha pareceu mais vexatória para ele. Ter sido presidente da UNE não é algo para qualquer um. José Serra tem qualidades. O passado dele é melhor do que ele é hoje. E o que ele é hoje é o que se vê na entrevista. E a entrevista dele foi muito fraca. Não se precisava voltar ao passado para criticar José Serra. O que se tem de criticar, ou elogiar no caso de quem vê méritos no que ele diz, é o José Serra de hoje.

      Para mim, se eu fosse criticar a entrevista do senador José Serra eu precisaria somente de buscar as minhas críticas às análises de Luis Nassif tanto à política econômica de Lula como a política econômica da presidenta Dilma Rousseff no primeiro mandato. Também faço a crítica às análises que Luis Nassif faz em relação à política econômica atual do governo brasileiro. Infelizmente no caso da análise de Luis Nassif da política de Joaquim Levy ela vai se mostrar correta na medida em que a esperada elevação do juro americano não acontece e o dólar não vai para um patamar que seria bom para o Brasil (Algo entre 3,1 a 3,5 de modo a assegurar um saldo mensal na Balança Comercial de 1 bilhão de dólares).

      Sem precisar ir nos conteúdos, há muitos trechos que eu pretendia reproduzir aqui neste comentário, em especial as manifestações dele com mania de grandeza, que mostrariam a fraqueza da entrevista. Deixo, entretanto, para outra oportunidade. Ainda assim, reproduzo três trechos que me fizeram lembrar de uma crítica que Roberto Pompeu de Toledo fez ao Nelson Jobim por ele sempre se expressar de forma professoral, mas bastante primária, dando a informação técnica complementar para aquilo que todos sabiam. Na edição 2034 de 14/11/2007, da revista Veja, na página 190, com o título “Autoridade é uma coisa, eficácia é outra”, Roberto Pompeu de Toledo menciona situações em que o Nelson Jobim manifesta o viés de propedeuta que nele habita. E dá dois exemplos assim. Primeiro em que Nelson Jobim diz que “Precisamos caminha para uma percepção de segurança. Uma coisa é ter segurança, e outra é que as pessoas percebam isso”. Ou então “O problema aéreo é composto de três patamares: segurança, regularidade e pontualidade”. E os três trechos de José Serra são os seguintes. Primeiro um em que ele demonstra o que ele afirma via tese e hipótese. Transcrevo todo o trecho a seguir:

      “A estabilização exige, para dar certo, que você dê um horizonte de médio e longo prazos para a economia. É importante isso. A presidente Dilma não deu isso no primeiro mandato, quando o centro da política não era a estabilização, e não está dando isso agora. Tem uma questão que é crucial, o custo Brasil, que piorou. Em uma entrevista ao Valor, logo que tomou posse, o ministro Joaquim Levy [da Fazenda] disse que para a economia crescer no médio e longo prazo é preciso integrar as cadeias produtivas e equalizar as taxas de juros. Se for isso, e depender disso, nós estamos roubados”.

      Então o repórter do jornal Valor Econômico quer saber a razão para a afirmação de José Serra e pergunta:

      “Valor: Por quê?”

      E José Serra responde com o jeito propedêutico:

      “Porque integrar a cadeia produtiva, quem é contra? Isso é supor o problema resolvido. Tese: preciso resolver o problema brasileiro. Hipótese: o problema está resolvido. Não integra porque é caro. Tem o custo Brasil no meio. Será que alguém é contra fazer cadeia produtiva no Brasil? Os índices de proteção tarifária são baixos, inclusive no Brasil. Hoje as barreiras não comerciais são essenciais”.

      Um segundo exemplo propedêutico se deu quando o repórter perguntou sobre a questão do Swaps. Transcrevo primeiro a pergunta:

      “É um tema que o sr. tem levantado no Senado”.

      E então o senador José Serra emendou:

      “Quando o Tombini [Alexandre Tombini, presidente do Banco Central] esteve aqui na CAE [Comissão de Assuntos Econômicos], eu perguntei a ele, como fiz também ao Levy, qual era a razão para o aumento dos juros. Se temos no Brasil queda de demanda, produção caindo e uma inflação de preços administrados, por que subir os juros? Isso é uma autotelia, que é um fenômeno cuja causa é ele próprio. É assim, porque é assim. Na verdade, eles não deram uma explicação. O argumento é que é para acalmar as expectativas. Mas temos que confrontar isso com os efeitos fiscais. No Brasil, não se leva em conta esses efeitos. Eu tenho dever, como parlamentar, de levantar essas questões”

      E a terceira manifestação professoral segue transcrita e decorreu de uma pergunta sobre o ajuste fiscal. O repórter pergunta:

      “Feito o ajuste fiscal, o Brasil volta a crescer?”

      E no seu tom propedêutico, o senador José Serra responde:

      “Não necessariamente. A União Europeia está há cinco anos fazendo o ajuste, e crescer que é bom… Todo ajuste tende a ser um tanto desajustado. Com o perdão pelo oximoro. O nosso ajuste tende a ser mais desajustado do que o de costume, não só por causa do tamanho dos desequilíbrios, mas porque não é um ajuste que veio em cima de uma economia bombando. Suponha que a economia está bombando, inflação lá em cima, demanda explodindo, e você vai lá e põe o pé no freio”.

      Bem, Fiquei só na questão da propedêutica. Depois vou levantar a parte da megalomania. E se tiver tempo relaciono as análises dele para mostrar que ela não tem conteúdo.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 30/04/2015

      1. A megalomania é feia, mas só deprecia o próprio José Serra

         

        Alfredo Machado (quarta-feira, 29/04/2015 às 12:40),

        Em meu comentário acima enviado quinta-feira, 30/04/2015 às 13:46, eu dei a entender que falaria do que eu poderia chamar da arrogância propedêutica falaciosa e da vaidosa megalomania fantasiosa de José Serra e da presunçosa sapiência fictícia de que José Serre se arvora. Todas essas características podem ser vistas e ouvidas também no discurso que ele fez no Senado Federal em 04/03/2015 e para o qual eu deixei o link no meu comentário anterior, tanto do texto no blog dele como do áudio no Senado Federal, sendo que nesse caso do audio, o link está junto ao post “Análise preliminar do discurso de José Serra”.

        No meu primeiro comentário eu dei destaque à arrogância propedêutica falaciosa dos discursos que ele profere selecionando alguns trechos da entrevista que ele deu aos jornalistas Ribamar Oliveira e Alex Ribeiro do jornal Valor Econômico e que saiu publicada na terça-feira, 28/04/2015, que mostravam bem esse traço da personalidade de José Serra.

        O caráter arrogante da propedêutica falaciosa que ele utiliza na intenção do convencimento é mais perceptível no tom da exposição dele e esse tom só é captado no áudio do discurso proferido no Senado Federal. A arrogância de José Serra não é expressa. O tom da voz dele é sempre calmo e tranquilo. A arrogância é implícita. É preciso conhecer sobre o assunto que ele está falando para perceber ali arrogância.

        É o contrário de Fernando Henrique Cardoso. Fernando Henrique Cardoso é arrogante explicitamente mais como uma necessidade de afirmação. Como ele manifestou, por exemplo, uma vez em uma mesa redonda na televisão para discussão de resultados eleitorais provavelmente em 1982 e com Claudio Lembo, provavelmente o líder da Arena ou já PDS em São Paulo. Em determinado momento Cláudio Lembo tentou por duas ou três vezes mencionar o brasilianista Samuel Huntington, e era sempre questionado por Fernando Henrique Cardoso que alegava que Samuel Huntington defendia o regime militar, até que Fernando Henrique Cardoso virou para Cláudio Lembo e disse algo como: “se for para discutir sociologia eu ponho você de cabeça para baixo”. Ai há arrogância, mas é uma arrogância de um lado fruto da vaidade presunçosa da sapiência e de outra um tanto por necessidade de afirmação.

        Foi com a mesma vaidade presunçosa da sapiência que ele manifestou ao responder aos repórteres que o questionavam pelo fato dele um sociólogo assumir o cargo de Ministro da Fazenda. Fernando Henrique Cardoso então disse: “Quando Antonio Delfim Netto dava aula de Estatística eu dava aula de História do Pensamento Econômico”. Era uma manifestação mais com caráter de necessidade de afirmação do que com caráter de arrogância.

        Em 1989, quando perguntado sobre o Plano Verão de Maílson da Nóbrega, Fernando Henrique Cardoso foi mais humilde e disse que ele não entendia de economia e esta pergunta deveria ser dirigida a Luis Carlos Bresser Pereira, o economista do Partido dele. Estranho o Fernando Henrique Cardoso ter mencionado o Luis Carlos Bresser Pereira e não o José Serra. De todo modo, a arrogância de José Serra jamais o deixaria indicar outro prócer do partido para falar sobre determinado assunto,

        A história envolvendo Cláudio Lembo e Fernando Henrique Cardoso pode ser vista na crônica escrita por Marcelo Coelho e publicada quarta-feira, 05/04/2006, na Folha de São Paulo, no caderno Ilustrada, com o título “A estranha sina dos vices”. Fiz menção a esta crônica indicando o link para a Folha de S, Paulo e transcrevi uma parte dela no comentário que enviei segunda-feira, 25/08/2014 às 21:35, para Lionel Rupaud junto ao comentário dele enviado sexta-feira, 22/08/2014 às 19:51, para o post “O Mercado de Notícias, por Marcelo Coelho” de sexta-feira, 22/08/2014 às 16:56, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://72.55.165.238/noticia/o-mercado-de-noticias-por-marcelo-coelho

        Bem feito esse preâmbulo passo a relacionar os trechos da entrevista do senador José Serra que revelam a vaidosa megalomania fantasiosa do discurso do tucano. No início até que o senador José Serra foi sóbrio e destaca mais por fazer crítica à política econômica e monetária do segundo governo de Lula e do primeiro da presidenta Dilma Rousseff. Só mais à frente é que ele inicia o discurso vaidoso megalomaníaco fantasioso.

        O primeiro exemplo se refere a trecho em que ele questiona, utilizando da arrogância propedêutica falaciosa que a ele e característica, a proposta do ministro Joaquim Levy de integrar a cadeia produtiva por considerar a frase vazia se não se diz como isso será feito. Eu os repórteres perguntam: “E como se chega lá”. Então José Serra dá a solução:

        “Tem que reduzir o custo Brasil e fazer entendimentos comerciais, aproveitar o tamanho da importação brasileira. Vou propor que o Brasil faça um acordo bilateral de comércio com os Estados Unidos. Bilateral. Não multilateral, não com o Mercosul, isso e aquilo. Vamos fazer um acordo com os americanos. É muito mais vantagem. O Brasil tem tamanho para isso. Não tem que ficar arrastando outros países. Eu vivo repetindo isso há décadas: o Mercosul é uma trava”.

        Não é a primeira frase que interessa, mas a segunda em que ele afirma que vai fazer e acontecer. Agora aqui eu não posso deixar de referir ao conteúdo da resposta dele. Observe que, como eu mostrei no comentário anterior, o senador José Serra dá uma aula impregnada da arrogância propedêutica falaciosa que a ele é próprio para mostrar que falar em “integrar a cadeia produtiva” é fácil, o difícil é fazer a integração. E sai logo com a história do “custo Brasil”. Terminologia anacrónica já na década de 80 quando ela passou a ser adotada para referir-se a muitos problemas que emperrariam a economia brasileira em especial a carga tributária brasileira. A observar que a carga tributária que chegou a 27% no último ano do governo de Ernesto Geisel, caiu para 24% no final do governo de João Figueiredo quando Antonio Delfim Netto estava no Ministério da Fazenda e caiu ainda mais no final do governo de José Sarney chegando a 22% do PIB (Embora muito dessa queda fosse decorrente do aumento da inflação no período, em razão do efeito Tanzi que é a perda da receita devido a diferença de tempo entre o fato gerador e o pagamento do tributo com a consequente corrosão do tributo pela inflação).

        Então para substituir a retórica, mas moderna, pelo menos é um termo da década de 90, expressão “integrar a cadeia produtiva”, o senador José Serra surge com a caquética expressão “custo Brasil” e a introduz do mesmo modo que Joaquim Levy, isto é sem explicitar como é que se reduz o custo Brasil.

        Depois, na sequência da pergunta “sobre a equalização das taxas de juros proposta por Levy”, o senador José Serra passa a falar sobre gastos públicos que não aparecem no orçamento. E então há a pergunta: “Mas não é um problema esse subsídio não orçamentário do BNDES e os aportes de recursos que pressionam a dívida bruta?” Ai então o senador José Serra vem célere com a resposta pronta:

        “Claro, como tem também outras operações. Por exemplo, os swaps cambiais. Quem pagou isso? Isso não está no Orçamento. Já viu alguém reclamando disso? Ninguém reclama. Por que só o BNDES? Eu quero que esteja no Orçamento. O Brasil é o país onde a política de metas de inflação tem mais implicações fiscais. Em geral, essa é uma política de sintonia fina, de ajustes na margem. Esse fenômeno não é, em geral, considerado. No Brasil, isso tem um aspecto central. A conta que eu fiz é que, neste ano, com a despesa decorrente do aumento de juros pós-reeleição e mais as perdas com as operações de swaps, chega-se a R$ 87 bilhões. São R$ 21 bilhões a mais do que a meta de superávit primário para o setor público (fixada em R$ 66,3 bilhões). E R$ 32 bilhões a mais do que a meta do governo federal. Vejo pouca discussão em torno disso”.

        Ai está o José Serra da vaidosa megalomania fantasiosa: “Eu quero que esteja no Orçamento” . . . . “A conta que eu fiz é que, neste ano, com a despesa decorrente do aumento de juros pós-reeleição e mais as perdas com as operações de swaps, chega-se a R$ 87 bilhões”.

        E os repórteres dão corda, pois a pergunta que vem na sequência é: “É um tema que o sr. tem levantado no Senado”. E ai o senador José Serra se esbalda e diz:

        “Quando o Tombini [Alexandre Tombini, presidente do Banco Central] esteve aqui na CAE [Comissão de Assuntos Econômicos], eu perguntei a ele, como fiz também ao Levy, qual era a razão para o aumento dos juros. Se temos no Brasil queda de demanda, produção caindo e uma inflação de preços administrados, por que subir os juros? Isso é uma autotelia, que é um fenômeno cuja causa é ele próprio. É assim, porque é assim. Na verdade, eles não deram uma explicação. O argumento é que é para acalmar as expectativas. Mas temos que confrontar isso com os efeitos fiscais. No Brasil, não se leva em conta esses efeitos. Eu tenho dever, como parlamentar, de levantar essas questões”.

        Foram duas vezes em uma só frase que ele chama atenção para a importância e superioridade dele diante dos demais: “eu perguntei a ele, como fiz também ao Levy”.

        Não é só pelo emprego do eu que se vê a vaidosa megalomania fantasiosa, é mais no que ele põe depois da expressão que ele explicita a megalomania. E no final, quando ele até parece despretensioso ao dizer “Eu tenho dever, como parlamentar, de levantar essas questões” não se deve ver ai a humildade. Se há humildade é a humildade cínica da hipocrisia. O que ele quer dizer é que os outros por não terem competência não fazem, mas ele o supra sumo da sabedoria supre essa falta.

        Acho que a entrevista está pela metade e a vaidosa megalomania fantasiosa de José Serra ainda não acabou. Os repórteres também ajudam e perguntam: “Se o impacto fiscal dos swaps está também errado, isso não torna o impacto fiscal do BNDES certo…”

        O senador José Serra se sente em casa para responder. Diz ele:

        “Também acho. O FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador] quem colocou fui eu, na Constituição. O PIS e o Pasep já existiam. Mas nós pusemos nas disposições constitucionais transitórias que 40% dos recursos do FAT iriam para o BNDES aplicar. E o FAT passou a ser um dinheiro mais barato. A moda era subsídio. Subsídio uma ova. Estou arrecadando, o custo é de arrecadação, eu estou pagando o custo de arrecadação. Mas o FAT secou. E o FAT não secou apenas, embora isso seja importante, por causa das fraudes do seguro-desemprego. O elemento básico é o salário mínimo, que duplicou. No fundo, essa linha de financiamento [empréstimos do Tesouro ao BNDES] veio substituir o FAT. Agora, aí você tem um problema mais grave que é a inexistência de financiamento de longo prazo privado no Brasil. Que não depende só de incentivos não, porque a Selic acaba sendo o piso. E ninguém vai investir para pegar um dinheiro para um investimento de 10 anos ou 15 anos com a taxa Selic. Tira o cavalinho da chuva”.

        Não estou negando méritos de José Serra, mas ficar lembrando de tudo que fez revela uma memória muito seletiva além de esquecer os mal feitos ou uma vida de poucos feitos. Enfim, é ele mesmo que se desmerece.

        Há uma sequência sobre o financiamento no exterior em que ele também extravasa o veio vaidoso megalomaníaco fantasioso. Os repórteres perguntaram se “Algo tem que mudar no modelo do BNDES”? E o senador José Serra vai firme na resposta:

        “Você pode dizer, evidentemente, que faltam critérios e prioridade aos empréstimos do BNDES. Aí estou inteiramente de acordo. Ouço falar de grupos econômicos sólidos, até competentes, que tem crédito até para se expandir no exterior. Eu não daria o menor incentivo. O Brasil é um país que precisa de capitais, não de exportar capitais. Não é que vou discriminar contra exportar capitais. Mas não vou subsidiar. Não tem cabimento isso. Nesse sentido falta uma política. Agora, a culpa não é do Luciano Coutinho [presidente do BNDES]. Quem tem que fixar prioridades é o governo. Certamente não é fusão… Eu teria a lista do que não pode ser. Seria um avanço”.

        Não sou economista, mas pareceu-me até que o veio vaidoso megalomaníaco fantasioso superou a presunçosa sapiência fictícia que acomete a ele e ele desandou a falar aquilo que até ele mesmo não acredita. Volto a esta questão em outro comentário. Assim, retiro a parte de análise teórica do parágrafo que transcrevi acima e deixo só as expressões dele reveladoras da vaidade megalomaníaca fantasiosa: “Eu não daria o menor incentivo” . . . . “Não é que vou discriminar contra exportar capitais. Mas não vou subsidiar” . . . .  “Eu teria a lista do que não pode ser. Seria um avanço”.

        Há de reconhecer que o senador José Serra não está sozinho nessa tarefa de multiplicar a vaidade megalomaníaca fantasiosa dele, pois os repórteres ajudam. Na própria pergunta eles já abrem espaço para o senador José Serra exercitar a verve que lhe é própria. Eles então lançam a pergunta:

        “Mas o senhor está de qualquer forma preocupado com o descontrole fiscal, tanto que está apresentando um projeto sobre um certo controle sobre a dívida”.

        É claro que quando se vai perguntar um parlamentar tem-se que voltar para a atividade precípua dele e que consiste na proposição de projetos de lei. Assim não culpo tanto os repórteres pela pergunta. A natureza do parlamentar também é mostrada pela qualidade da resposta ou da proposta que o parlamentar defende. A proposta de José Serra é sobre o limite do endividamento da União.

        Aqui a discussão é também sobre presunçosa sapiência fictícia de José Serra que é matéria para outro comentário quando também devo fazer a transcrição da resposta de José Serra. Eu só lembro que o limite da dívida, embora fosse utilizado pelos democratas para pressionar Ronald Reagan e George Herbert Walker Bush, o pai, ainda que com um viés mais para aumentar os impostos, é hoje utilizada pela direita americana contra o governo de Barack Obama. Como é a direita que está votando no PSDB, embora os PSDBistas fundadores não sejam de direita, o senador José Serra está cumprindo o designo parlamentar de representar os eleitores do partido.

        Após a exposição de José Serra sobre a proposta de impor limite da dívida à União os repórteres fazem a seguinte pergunta: “O que mais precisa ser feito?”. A pergunta tinha que ser mais apropriada para a resposta que viria. A pergunta deveria ser “O que o senador José Serra vai fazer para resolver este problema do endividamento da União”? Tivesse sido essa a pergunta a resposta do senador José Serra ficaria de bom tamanho, pois ele respondeu:

        “Vou também ser nomeado relator de outra proposta que cria o Conselho de Gestão Fiscal. Na verdade, o que eu quero é pelo menos padronizar, harmonizar procedimentos contábeis, até para resolver dúvidas. Você terá um conselho que não é bem de controle, como o TCU, no sentido que interfere, manda fazer isso e aquilo. Mas ele produz um material que vai servir, incluindo para imprensa e o governo, as autoridades econômicas”.

        E por fim há pergunta sobre se a discussão sobre o modelo de partilha para a exploração de petróleo vai voltar e para a qual José Serra tira mais um projeto do fundo do bolso dele. Os repórteres perguntaram: “A discussão sobre a partilha vai voltar”? E o senador José Serra mais que ligeiro respondeu:

        “Tenho um projeto que é tirar a obrigatoriedade da Petrobras participar de todos os empreendimentos. Não sou contra acabar a partilha, mas aí é uma luta. Já tem, já tem uma área, então deixa lá. Mas tira a obrigatoriedade da Petrobras entrar em tudo e por 30%. Quando for bom negócio, pode entrar, quando não… Tirar pelo menos isso. Que acho que seria outra coisa boa. Mudar o sinal. Tem aí varias coisas que mudam expectativas, que o governo não faz. É uma coisa incrível. Aí entra a coisa da inépcia, de visão, de tudo mais”.

        Provavelmente o Senador José Serra tinha outros projetos para serem comentados mas havia só uma página no jornal para colocar toda a entrevista, então eles não foram abordados.

        Esses dois primeiros comentários meus são perfunctórios. Eles servem só para mostrar o lado da arrogância propedêutica falaciosa e da vaidade megalomaníaca fantasiosa, mas essas característica apenas revelam fraqueza de personalidade sem criar maiores problemas para o país, salvo pelo cinismo hipócrita da contrafação.

        O cinismo hipócrita da contrafação é a mentira deslavada com que eles esmeram em enganar o eleitor. Antigamente eles defendiam o que eles acreditavam com argumentos falsos. A inflação é o mais injusto dos impostos, pois recai sobre os mais pobres diziam eles para justificar o combate a inflação. É argumento falso, falacioso, uma contrafação. O que recai sobre os mais pobres é o desemprego.

        Hoje eles defendem o limite de teto, algo que muito provavelmente não acreditam. Esse caráter de cinismo hipócrita da contrafação é pernicioso, pois deseduca. Um dos grandes problemas políticos da humanidade é o desconhecimento em que cresce o eleitor em razão do péssimo esclarecimento político de que fazem uso os representantes. Efeito ruim direto não tem nem a arrogância propedêutica falaciosa e nem a vaidade megalomaníaca fantasiosa, mas são características que deseducam o eleitor e por isso devem ser combatidas.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 01/05/2015 (Em Pedra Azul)

  13. Essa figura, para mim, é a

    Essa figura, para mim, é a pior dos últimos tempos na política brasileira. Faz cara de bom moço, rezador, contra o aborto, contra os corruptos, e na surdina, escondidinho, só pensa no pré-sal e seu petróleo. Esta deve ser a dívida que ele deixou p/ os americanos do norte, durante seu EXILIO lá. Um comunista de carteirinha – presidente da UNE SER ACEITO E ATÉ DAR AULAS nos EUA, é demais . Sórdido é o que ele é, além de mentiroso e infiltrado no setor estudantil p/ dedurar os estudantes.

  14. Esse cara é asqueroso.
    Faz

    Esse cara é asqueroso.

    Faz jogo abaixo da cintura contra os  adversários.

    Pensa que os brasileiros só lêem o PIG.

    Sua biografia tá mais cagada que poleiro de tucano.

     

     

  15. Impressionante mistério

    Serra era “esquerdista” no Brasil de João Goulart, presidia a UNE, compareceu e discursou no fatídico comício na Central do Brasil, no Rio, em março de 1964. Depois do golpe, asilou-se no Chile.

    Com o golpe no Chile desfechado pela CIA em 1973, este emérito militante da esquerda foi preso e levado para o Estádio Nacional, onde os que foram  barbaramente torturados tiveram melhor destino que os demais (assassinados, inclusive cidadãos estadunidenses, como o da história retratada por Costa Gavras no filme Missing).

    Mas, eis que, o grande “herói” pátrio é retirado ileso do Estádio Nacional (por ordem de quem?!) e ganha como prêmio um asilo dourado, com direito a bolsa de estudo numa Universidade, justamente, nos EUA que patrocinaram o golpe contra o governo Allende. Tamanha  façanha merece ser lembrada, para possibilitar – se alguém souber – ajudar a desvendar como se deu tamanha façanha. Um verdadeiro e impressionante mistério,    

    1. Achou que ele nunca foi

      Achou que ele nunca foi “esquerdista”, mais bem  “democrata-pouco-cristao”.

      Mas tambem tem muitos que foram “esquerdistas” ( ou infiltrado?) que sao mais canalhas ainda, aquele

      miseravel Aloysio Nunes.

  16. O pior que ele se acha !

    O pior que ele se acha ! pretencioso  !….. ele ainda pensa que a ultima bolacha do pacote tucano.

    Camaleao nada! CAPIVARA ( como o outro capivara, ta )

  17. pobre da Dilma

    “a anomia de Dilma Rousseff”

    A pobre da Dilma anda mesmo sem moral com a rapaziada.

    Sobra pra ela mesmo quando a porrada é no Serra.

  18. Serra economista? Tiririca cardiologista.

    Nassif, sejamos honestos, você, literalmente, chamou o Serra de “economista”. Para tanto, Serra deveria ter um diploma de economista reconhecido pelo MEC. Não tem. Deu aulas de Economia ilegalmente na UNICAMP, quando retornou do exílio. A universidade sentiu-se constrangida em cobrar-lhe o canudo, afinal, era um herói antiditadura, pensavam. Serra era e é apenas um espertalhão. Não sujou as mãos, deixou a tarefa para sua filha Verônica, envolvida até a raiz dos lindos cabelos em negócios essencialmente nebulosos, como aquela sociedade esquisitíssima com outra Verônica, a Dantas, irmã do impoluto banqueiro. O Sindicato dos Economistas processou Serra, e pelo que sei, está até hoje na justiça para ser julgado. Ele deve devolver o dinheiro recebido da UNICAMP, não é economista, é apenas um curioso. Você formou-se jornalista pela ECA-USP e com certeza, deve exibir seu diploma em alguma parede especial da sua casa. Sabe o que isso significa. Onde Serra exibe o diploma que não tem? Por favor, não chame esse sujeitinho de economista. Para tanto, precisa cursar quatro anos de graduação. Talvez lhe poupem os cálculos, esses ele cursou na POLI há seiscentos anos, mas, infelizmente, não conseguiu se formar.

    1. Álvaro, preciso. E isso não é
      Álvaro, preciso. E isso não é implicância com ele por ser tucano ou ser a figura detestável que é. Em 2010 quando essa história do diploma começou a circular, achei que era hoax de uma turma do PT pra ironizar a figura dele, mas de fato só consta na web um doutorado dele (direto) nos EUA, esqueci o nome da Universidade (Cornell, algo assim), sem ele se formar em nada, e ele fazia engenharia, não economia.

      Ou seja, ele nunca se formou e tem um doutorado sabe-se lá como (vai ver que a história de que ele sempre esteve ao lado dos ianques não é “intriga da oposição”, e todo mundo sabe que os EUA fazem isso ao redor do mundo e o Brasil não seria exceção, principalmente pelos recursos naturais do país e valor estratégico).

      Acho curioso como a mídia blinda isso do Serra, imagina se fosse o Lula a ter a mesma “trajetória” nebulosa como seria tratado.

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