Setor externo e eleições voltam a derrubar bolsa de valores

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A bolsa brasileira encerrou o primeiro pregão do mês de outubro em queda, puxado pelo quadro externo desfavorável aliado às perspectivas dos agentes em torno do cenário eleitoral no Brasil.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações de quarta-feira em queda de 2,32%, aos 52.858 pontos e com um volume negociado de R$ 9,789 bilhões. No índice doméstico, os setores com mais fracos desempenhos foram: Petróleo/Petroquímico; Bancos; Consumo; e infraestrutura.

“O Ibovespa principiou o primeiro pregão do último trimestre do ano em baixa e seguiu em tendência declinante ao longo de todo o pregão. Em verdade, após o meio dia, o índice doméstico colou sua trajetória no índice Dow Jones, mas, sempre com deslocamento negativo”, diz o BB Investimentos, em relatório, ressaltando os temores dos agentes quanto à subida antecipada de juros nos Estados Unidos. A decisão deve ser anunciada nesta quinta-feira (02). “Também, passou a existir o receio que o surto de ebola que teve início no oeste da África poderia se espalhar, tornando-se uma epidemia global”.

Segundo informações da agência Reuters, as eleições brasileiras também tem um componente de participação no desempenho do mercado, uma vez que o mercado há meses escolheu o lado da oposição, por avaliar de forma negativa o nível de intervencionismo do atual governo na economia e a maneira como Brasília se dirige ao mercado. No dia anterior, a divulgação de pesquisas do Ibope e do Datafolha mostrou a liderança firme de Dilma nas intenções de voto para o primeiro turno, com vantagem na segunda rodada, e redução da diferença de Marina Silva (PSB) sobre Aécio Neves (PSDB).

Tal avaliação também afetou o ritmo das negociações com o dólar. A moeda (comercial) fechou em alta de 1,5%, a R$ 2,485 na venda, maior valor da cotação desde 8 de dezembro de 2008.

Em meio ao impacto gerado pelas eleições no ritmo de negociações com a moeda, o Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções no mercado de câmbio nesta terça, vendendo todos os 4 mil contratos ofertados de swap cambial, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. Foram vendidos 500 contratos com vencimento em 1º de junho de 2015, e outros 3,5 mil com vencimento em 1º de setembro do ano que vem, em operação que movimentou o equivalente a US$ 197 milhões.

Além disso, o BC começou a rolar o lote de contratos que venceriam em novembro, por meio de leilões diários com oferta de até 8 mil swaps. Foram vendidos 2,5 mil contratos para 3 de agosto de 2015 e 5,5 mil para 1º de outubro de 2015, com volume correspondente a US$ 393,9 milhões.

Na agenda macroeconômica, destaque para os números da produção industrial em agosto e o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). No exterior, além da decisão dos juros norte-americanos, os agentes acompanham os novos pedidos de seguro-desemprego e pedidos de fábrica nos Estados Unidos, e a decisão de juros no Banco Central Europeu (BCE).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

9 Comentários

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  1. Sim, mas e daí? O mercado

    Sim, mas e daí? O mercado secundário de ações, em última instância, só é importante para quem nele especula. Para o restante da economia real do país não faz a menor diferença. Se o deus mercado se viu contrariado nas suas preferências eleitorais, pode dar chilique, rasgar a roupa ou mesmo cortar os pulsos que nada acontecerá no dia seguinte. Afinal de contas, quantos brasileiros estacionam suas poupanças nesse tipo de cassino? É preciso desmontar o embuste terrorista-eleitoreiro da mídia de boca torta, que sempre acontece às vésperas de qualquer pleito eleitoral decisivo,  para deixar bem claro que os interesses maiores de todo o povo brasileiro, que vive do trabalho, são muito mais relevantes do que aqueles de meia dúzia de especuladores que estão acostumados a ganhar e a perder fortunas de um dia para o outro, sem grandes esforços. O país não precisa e não pode viver em função deles.

    1. Quer dizer que a bolsa só

      Quer dizer que a bolsa só interessa aos especuladores? É sabedoria de porta de padaria.

      A queda da Bolsa em 1929 fez o mundo cair numa depressão de DEZ ANOS que só foi resolvida pela Segunda Guerra,

      aliás a Depressão foi uma das causas da Guerra.

      Então a Bolsa é uma SINALIZAÇÃO do vento da economia, não é nenhum “”cassino””, é uma instituição complexa que

      arbitra o direcionamento da poupança e do investimento. Como diz Delfim Neto, o duro é ouvir gente tratar questões complexas com raciociinios simplezinhos.

      1. Não me atribua o que eu não

        Não me atribua o que eu não disse. Eu me referi ao mercado secundário de ações, a bolsa que interessa só aos especuladores, porque se trata, sobretudo, de um jogo de soma zero. Os deslumbrados como você só participam dela para perder dinheiro. Trata-se portanto de uma espécie de cassino, cujo funcionamento depende primordialmente de tolos ambiciosos, infantilizados e que não gostam de trabalhar, mas que acreditam que dinheiro brota do nada. É uma atividade improdutiva e parasitária por definição. Já o mercado primário de ações é outro departamento. É um meio válido das empresas se financiarem e os poupadores valorizarem suas economias. Quem compra ações no mercado primário para investir não está preocupado com o sobe e desce pontual dos títulos e sim com seu rendimento tendencial de prazo mais longo. Portanto, se não há razões substantivas que expliquem as oscilações dos preços das ações, tampouco haveria razão para se criar um clima de pânico se Dilma eventualmente for reeleita.

        Em segundo lugar, você demonstra nada saber de história. O crash de 29 foi exatamente fruto da especulação financeira desenfreada e da ortodoxia econômica lobotomizada, igual a que você hospeda. Sua alusão à IIª GM também é imprecisa, na medida em que você parece incapaz de perceber que a mobilização do Estado alemão e norte-americano para o esforço de guerra foi o que reentroduziu a plena confiança dos empresários a investir produtivamente e assim criar demanda capaz de mobilizar a economia e tirá-la do torpor no qual o seu “deus mercado” a manteria indefinidamente, se deixado às fantasias em que você acredita. Vá estudar de verdade, que você ganha mais.

        Em terceiro lugar, além de viver enganado, você se alimenta de e propaga argumentos falaciosos, tais como a citação de alguma frase desconexa atribuída a alguém famoso, como embasamento capenga para seu próprio vazio intelectual.  

    2. Instituições fortes e funcionado x investimento

      Para que a economia e o País funcione precisamos de instituições fortes e funcionando adequadamente. A  bolsa de valores tem um papel muito importante no processo de captação de capitais e investimento deste capital. De forma alguma devemos diminuir sua importancia, precisamos sim incentivar o brasileiro para que a conheça e participe, tornando-a cada vez mais forte e presente. Quanto a questão de investimento ou melhor quando aplicamos nossas economias ou reservas em determinado ativo, seja ele uma ação ou em renda fixa, a rentabilidade que esperamos no futuro é um item de extrema importancia, se na percepção do investidor uma aplicação lhe parece mais lucrativa que outra ele muda de pote o seu dinheiro, é isto que está acontecendo neste momento. Quanto a possibilidade de umas poucas pessoas venderem uma grande quantidade de ações para provocar uma baixa, não passa de uma ficção, ninguém tem tanto dinheiro assim, também não  acredito que alguém arriscaria perder dinheiro por pura vaidade. Se queremos que o Brasil se desenvolva a bolsa de valores pode contribuir muito. 

      1. Não sei se você leu direito,

        Não sei se você leu direito, mas eu me referi ao mercado secundário de ações. Você está falando do mercado primário, que é outro assunto e ao qual não me referi. Quanto às suas convicções místicas mais profundas, tampouco me manifestei.

         

  2. Mercado? tá na hora de

    Mercado? tá na hora de identificar quem está por trás deste ente, nomear e mandar a PQP, espero que no próximo governo Dilma, ela tenha coragem de ferrar estes bostas.

  3. Saldo comprador

    Saldo nos 3 dias de queda desta semana é comprador em R$ 1,43 bilhões. Enorme, como média de 3 dias. São os gringos comprando. Tem operações de todo tipo. Venda de opções, venda de índice para compra de ações, venda coberta também muita venda descoberta. É bom lembrar que essas últimas são as que causam as reversões bruscas, quando pegam muita gente vendida de calças na mão. Naji Nahas caiu assim. Então, ainda tem muitas emoções pela frente.

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