Tarso Genro e a transição imperfeita para a democracia

Sugerido por Assis Ribeiro

Da Carta Maior

Tarso Genro: Brasil sofre efeitos de transição imperfeita para a democracia
 
Em entrevista à Carta Maior, governador do Rio Grande do Sul fala sobre as consequências da transição imperfeita para a democracia na vida do Brasil hoje.
 
Marco Aurélio Weissheimer
 
Porto Alegre  – “O Brasil viveu uma transição imperfeita da ditadura para a democracia e essa transição trouxe efeitos que perduram até hoje. Ela carrega consigo uma ambiguidade: ao mesmo tempo em que abre um ciclo democrático novo no país, com a Constituinte de 1988, ela carrega as dores de um parto não terminado. A transição democrática foi jurídica e politicamente completada, sem que se resgatasse para a história o que foi efetivamente a ditadura. Essa história, até hoje, não foi resgatada”. A opinião é do ex-ministro da Justiça e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ao avaliar o significado dos 50 anos do golpe de 1964 e o atual estágio da democracia brasileira.

Em entrevista à Carta Maior, Tarso Genro fala sobre o golpe de 64 e a ditadura, sobre a transição conciliada para a democracia, a Constituinte, a Lei da Anistia e as tarefas democráticas que ficaram incompletas, como o julgamento dos responsáveis por tortura e morte durante a ditadura. Para o governador gaúcho, a Lei da Anistia teve um resíduo de conquista democrática, mas representou um habeas corpus preventivo para quem torturou durante a ditadura. Tarso reafirma a sua crítica à decisão do Supremo que estendeu a Lei da Anistia aos torturadores: “Bastaria o Supremo dizer: a Lei da Anistia não se aplica a quem torturou e matou. Mas até agora, o Supremo não teve a coragem de tomar uma decisão desse tipo”. E aponta, por fim, aqueles que são para ele os principais problemas de democracia hoje: a opacidade do Estado e a captura do Estado pelo capital financeiro.
Carta Maior: 50 anos do golpe de 64: o que essa data significa hoje para a política e a democracia brasileira?
 
Tarso Genro: Olhando hoje para 1964, com uma perspectiva histórica, pode-se dizer, em primeiro lugar, que o golpe no Brasil teve algumas particularidades em relação aos golpes militares típicos de um determinado momento da história da América Latina, que derrubaram vários governos constituídos democraticamente. O golpe de 64 foi resultado de um processo gestado por setores da burguesia brasileira e do latifúndio temerosos das reformas sociais e da reforma agrária que o governo Jango propunha.

As elites políticas desses dois setores se integraram e incidiram sobre as forças armadas, aproveitando o clima extremado da guerra fria, da disputa entre o bloco soviético e o bloco norte-americano no espaço geopolítico mundial. Essa resistência às reformas e a abertura de um novo ciclo de acumulação no país, associado de maneira profunda ao capitalismo norte-americano principalmente, é que deu substrato social e apoio político para que se instalasse uma ditadura no Brasil. O poder não foi apropriado diretamente pelos militares para eles próprios. Foi um projeto político desses setores mais conservadores e reacionários que tiveram nas forças armadas um apoio e um protagonismo muito grande.

A trajetória dos governos militares não foi uniforme. Tivemos, em um primeiro momento, um setor da intelectualidade das forças armadas dirigindo o processo, com Castelo Branco. Depois, houve uma degradação dessas lideranças, especificamente com Costa e Silva e Médici. Digo degradação porque eram pessoas despreparadas para gerir o próprio projeto no qual as classes dominantes apostavam. Mais tarde veio o governo Geisel, que manteve os mecanismos ditatoriais e iniciou um processo de abertura. Geisel tinha uma compreensão de que o poder militar puro era incabível numa economia com as características que a brasileira apresentava naquele momento e que, por isso, era preciso criar espaços políticos novos onde as forças sociais pudessem se movimentar. Esse processo de abertura controlada redundou na Assembleia Nacional Constituinte, após a ditadura dizimar a esquerda que fazia a resistência através da luta armada.
 
O processo de conciliação para a abertura colocou no mesmo campo a oposição e os setores que apoiavam a ditadura e vai se consolidar no governo Figueiredo, desaguando na Lei da Anistia. Essa lei foi, na verdade, um habeas corpus preventivo para quem exerceu a ditadura. Os que lutaram contra a ditadura já tinham sido presos, torturados, julgados, assassinados, exilados, expostos. Ela teve um resíduo de conquista democrática, ao devolver direitos, estabelecer indenizações e corrigir algumas injustiças. Mas ela foi um grande habeas corpus preventivo para aqueles que exerceram uma espécie de poder paralelo, exercido nos porões da ditadura por estruturas irregulares e regulares. O Doi-Codi funcionou como um aparato clandestino de repressão, com um grupo de bandidos e assassinos fazendo o ‘trabalho sujo’ da ditadura.
 
Tivemos muitas debilidades no processo de transição. Aqui nunca se pediu que se julgassem pessoas que exerceram cargos executivos e ministeriais, como os ministros da Justiça da época da ditadura, por exemplo. Pessoas que faziam de conta que não havia tortura. Aqui no Brasil, o que se pediu foi que se julgassem os assassinos e torturadores e nem isso aconteceu. Essa transição imperfeita é o que vivemos hoje. Ela carrega uma ambiguidade: ao mesmo tempo em que abre um ciclo democrático novo no país, com a Constituinte de 1988, ela carrega as dores de um parto não terminado. A transição democrática foi jurídica e politicamente completada, sem que se resgatasse para a história o que foi efetivamente a ditadura. Essa história, até hoje, não foi resgatada.

Carta Maior: A Argentina vive hoje uma nova etapa do processo de julgamento de crimes da ditadura e discute a responsabilização de civis por esses crimes. Vê alguma possibilidade de acontecer algo parecido com isso no Brasil ou essa é uma batalha que já foi perdida?

Tarso Genro: Acho que é uma batalha difícil de ser ganha, mas também é difícil de ser encerrada. Ela é difícil de ser ganha porque as forças armadas na Argentina saíram da ditadura completamente derrotadas, desprestigiadas e aniquiladas moralmente. Aqui no Brasil não ocorreu isso. A transição para a democracia se deu por meio de uma conciliação com a oposição. Essa conciliação carregou para dentro do novo regime que surgiria um acordo de prestigiamento das forças armadas que acabaram passando praticamente incólumes por esse processo.

Isso também carrega uma ambiguidade. A primeira possibilidade é aproveitar essas características da transição conciliada para apostar numa profissionalização cada vez maior das forças armadas, isolando-as das influências politicas que ordinariamente se manifestam a partir de uma vocação golpista de direita extremada. A segunda questão é que essa radicalização pela direita está sempre colocada de maneira potencial. Veja, por exemplo, a desfaçatez com que o Círculo Militar defende os torturadores e a tortura. Isso reflete uma sensação de prestigiamento histórico que as forças armadas tiveram na transição, que faz com que essas viúvas do regime ditatorial se expressem dessa maneira perversa. Acho que o caminho mais provável é que tenhamos uma trajetória de reparações, o que está sendo feito hoje, e que as forças armadas majoritariamente afirmem o seu profissionalismo. Não vejo outra possibilidade na atual conjuntura.

Carta Maior: Qual sua opinião sobre as novas gerações de oficiais das forças armadas, a partir da sua experiência à frente do Ministério da Justiça? Há uma percepção diferente sobre o que aconteceu no Brasil durante a ditadura?

Tarso Genro: Durante o período em que estive no Ministério da Justiça, conversei muito com as forças armadas, em diversas circunstâncias e com diversos chefes militares. Como ministro da Justiça, eu integrava o Conselho de Defesa Nacional e participei de vários debates sobre a política nacional de defesa. Junto à maioria dos oficiais com quem tive contato não vi qualquer resíduo de antagonismo com a democracia, embora a gente ainda veja, em determinados quadros, um saudosismo autoritário. Isso, na minha opinião, não decorre de uma mudança na educação e na ideologia de segurança nacional que ainda está na cabeça da maioria das forças armadas, mas sim de uma mudança que ocorreu nos padrões políticos mundiais e do próprio crescimento do Brasil como país com possibilidade de ter uma presença importante no cenário mundial.

Essas mudanças fizeram com que a maioria dos profissionais das forças armadas não rezassem mais pela cartilha da guerra fria e passassem a se preocupar mais com a afirmação do Brasil como projeto de Estado nacional. Isso não quer dizer que não haja nas forças armadas setores que possam abraçar uma agenda autoritária e direitista no futuro. Pode ocorrer, mas creio que esse é um fenômeno presente em todas as forças armadas, não apenas nas brasileiras.

Carta Maior: Qual o balanço que faz de sua passagem pelo Ministério da Justiça no que diz respeito ao tratamento desses temas? 

Tarso Genro: Juntamente com o Paulo Abrão, reorganizei todo o sistema de anistia no Ministério da Justiça. Aquilo ali não tinha lógica nem estrutura, não por culpa dos ministros anteriores, mas sim pelo fato não existir uma preocupação expressa dos governos para organizar essa área de uma maneira racional e de uma maneira institucional mais elevada. Nós fizemos arquivos, contratamos servidores, organizamos protocolos. Não havia ordem de preferência nos julgamentos de anistia. Organizamos as comissões que julgavam esses processos. O presidente Lula assegurou recursos para que fossem iniciadas massivamente as indenizações, o que foi muito importante.

Nós produzimos uma nova cultura sobre a anistia no Brasil. A nossa ideia sobre a anistia mudou completamente. Até a nossa chegada, a Anistia era tratada como um perdão do Estado. Nós mudamos isso e a anistia passou a significar que o Estado é que pede perdão. Nós não estamos perdoando ninguém, mas sim fazendo reparações e pedindo desculpas pelo o quê o Estado cometeu. Afinal, o Estado é fundado no Direito e no respeito aos direitos humanos. Foi essa a cultura de anistia que nós criamos e que teve momentos muito significativos. Estruturamos as Caravanas da Anistia e também um conjunto de debates para fortalecer essa nova cultura sobre a anistia. Fizemos uma sessão histórica no Araguaia, anistiando os guerrilheiros e os mateiros da região. Fizemos isso com absoluta tranquilidade, levados pela FAB com todo respeito.

Nós também iniciamos um debate no Ministério da Justiça defendendo a tese de que a Lei da Anistia não se aplica aos torturadores. Isso acabou pervertido perante a opinião pública pelos jornais e tvs conservadores como se nós estivéssemos pedindo uma reforma dessa lei para punir os torturadores, o que representou uma dupla confissão. A primeira confissão foi admitir que a Lei da Anistia foi feita para anistiar os torturadores. Em segundo lugar foi uma confissão de que eles não querem que os torturadores sejam punidos.

Esse debate foi feito como se eu fosse uma excrescência dentro do governo. O presidente Lula, naquela oportunidade, pediu apenas que eu retirasse essa discussão de dentro do Ministério da Justiça e levasse para fora dele, de modo a não ferir suscetibilidades em partidos políticos que estavam dentro do governo e que achavam que esse debate era desnecessário. E foi o que fiz, fazendo esse debate sobre a necessidade de punir os torturadores, até o momento em que o Supremo Tribunal Federal, em um voto lamentável do ministro Eros Grau, entendeu que a Lei da Anistia se aplicava também aos torturadores, sob o argumento cínico de que era uma lei que promovia anistia ampla, geral e irrestrita, o que incluiria os torturadores.

Esse foi um momento muito duro do debate político no país. Felizmente, têm ocorrido algumas decisões no sentido de punir essas pessoas que torturaram e mataram, mas não sabemos até onde isso vai. O ideal seria que acabasse provocando uma nova decisão do Supremo. Bastaria o Supremo dizer: a Lei da Anistia não se aplica a quem torturou e matou. Mas até agora, o Supremo não teve a coragem de tomar uma decisão desse tipo.

Carta Maior: Quais são, na sua avaliação, os principais problemas e ameaças que a democracia brasileira enfrenta hoje?

Tarso Genro: A opacidade do Estado e a captura do Estado pelo capital financeiro. Essa opacidade só pode ser vencida por um controle público da cidadania sobre o Estado, um controle público que não vai extinguir a opacidade, mas vai aumentar a interferência da cidadania nas decisões. A grande questão da democracia brasileira, ao meu ver, é conseguir uma combinação entre a participação direta da cidadania, por meios presenciais e virtuais, e fazer permanentes correções e adaptações na democracia representativa, dentro da perspectiva de estabelecer uma nova relação entre Estado e sociedade.

A segunda questão, a captura do Estado pela dívida, é mais complexa pois só pode ser enfrentada mediante um novo pacto internacional, entre países que se disponham a se articular e a resistir ao controle do capital financeiro sobre o Estado, criando novos parâmetros de sustentabilidade financeira para as democracias e inclusive criando instituições financeiras alternativas. Já se falou, por exemplo, da possibilidade dos BRICS criarem um banco semelhante ao Banco Mundial para conseguir libertar o Estado dessa tutela absoluta do capital financeiro. Essa tutela é exercida sobre o Direito do Estado, que passa a funcionar segundo uma lógica normativa que vem de fora para dentro, do capital, e não da participação da cidadania.

Esse choque entre o Estado capturado pelo capital financeiro e as demandas sociais cada vez mais volumosas sobre um Estado que não pode responder representa a grande crise democrática do presente. É ela que está nas ruas todos os dias. É ela que está no cotidiano das administrações todos os dias e que deve dirigir os grandes embates políticos daqui em diante. Quem controla o Estado é o capital financeiro que capturou o Estado pela questão da dívida, ou quem controla o Estado é a cidadania organizada, participante da representação política e da democracia direta? Esse é o grande embate global que a democracia brasileira enfrenta hoje.

 

Redação

12 Comentários

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  1. A transição foi sabotada

    Graças aos grandes líderes políticos (de todos partidos) que tinhamos na redemocratização pode-se seguir adiante.

    A Reforma Política deveria ter sido feita no final da ditadura com queria o ministro da justiça Petrônio Portela (que veio falecer) ou na constituinte (mas após a derrota das diretas, o PMDB foi dominado pelos conservadores).

  2. Carta Maior: Quais são, na

    Carta Maior: Quais são, na sua avaliação, os principais problemas e ameaças que a democracia brasileira enfrenta hoje?

    Tarso Genro: A opacidade do Estado e a captura do Estado pelo capital financeiro. Essa opacidade só pode ser vencida por um controle público da cidadania sobre o Estado, um controle público que não vai extinguir a opacidade, mas vai aumentar a interferência da cidadania nas decisões.

    Esse é o mais grave problema brasileiro

    a falta de cidadania (como venho dizendo)

    Essa cidadania nos foi negada desde a nossa colonização e foi mantida durante tempos e aprimorada no período militar.

    Essa falta de cidadania que nos leva até os tempos atuais a sermos ameaçados por golpes; a insegurança.

    A democracia não pode se concretizar, se falta cidadania.

    Derrubaram Getúlio, Jango e ameaçaram outros governos que tentaram fazer da cidadania o símbolo maior do país.

    As elites vencem, impõem, sem contraponto, os seus desejos.

    A imprensa não consegue trazer a voz diversificada da sociedade.

    A falta de cidadania faz com que impere a “lei de Gerson”;os interesses privados e os individualizados se tornam mais forte que o interesse de nação; some o interesse de todos.

    Neste condicionamento não procuramos a solução de problemas graves como a locomoção; surgem os enormes engarramentos e o péssimo transporte coletivo. O Carro individual se torna mais importante que o sistema de transporte coletivo.

    Esta condição nos leva a perseguir pessoas e setores, por exemplo, no caso da corrupção optou -se por sedimentar a corrupção n no país como uma característica do PT; esqueceu -se que um problema endêmico. Esconde -se  ou protege – se outros grupos que igualmente a praticam; nunca se mostra a cara dos corruptores (sempre da elite privada).

    É o “pega para capar”.

    É o ” farinha pouca, meu angu primeiro”.

    1. Este é o problema da

      Este é o problema da humanidade, não é exclusivo do Brasil. E qualquer mudança é chamada de comunismo e demonificada.

  3. Pelo menos não estou

    Pelo menos não estou sozinho.

    Já falei várias vezes que tudo que enfrentamos hoje aqui no Brasil está regado a interesses globais, Tarso Genro confirma nesta entrevista tudo aquilo que minha percepção detectou, fora, aquilo que sei concretamente sobre a conjuntura atual. 

    Já gritei aqui dizendo que o Brasil tem a faca e o queijo para mudar a conjuntura Global, falta é coragem para nossos políticos livres, já que a maioria representa o capital.

    Só vejo duas saída para a Humanidade, dar “Brioche ao povo” ou partirmos para uma Utopia aberta e franca. O Capitalismo não se sustenta e cria mais miséria a cada dia, a criminalidade só tende a aumentar.

    Quando me refiro a dar “Brioche ao Povo” é no sentido de por dinheiro nas mãos dele mesmo sabendo que é fundo perdido, que não há retorno financeiro justificável só a retorno material e social.

    Nossa divida explodiria igual as dividas dos países desenvolvidos, mas, alcançaríamos rapidamente todas as reivindicações do sociedade que é justa. Somos um pais imensamente rico e de uma população imensamente pobre e desamparada. Todos os países capitalistas estão reféns do capital, os mais ricos, para não explodirem possuem nota de credito elevadas e uma falsa avaliação de que são mais capazes de saldar suas dividas. Nós somos extorquidos nos juros e remessas de dólares para ajudar nas finanças deste chamado grupo desenvolvido, quando digo nós me refiro a todos os países exportadores de matéria prima e mão de obra barata.

    Todo mundo sabe disso, os que querem que continue tudo como estar defendem meritocracia, alegam que qualquer coisa diferente, é comunismo ou bolivarismo, na verdade é uma luta contra o conformismo não podemos aceitar que a humanidade seja tratada como escravos ainda nos dias de hoje. Hoje para se fazer qualquer coisa é alegado que falta dinheiro, quando na verdade o que falta é vontade politica e determinação, tecnologia vale bilhões preso a patentes, quando a mão de obra vale uns trocados para a pinga.

    O dinheiro é o problema da humanidade, o segredo é como administrar sem ele, ou melhor como administrar ignorando ele. Para mim passa pela necessidade dos lideres políticos mundiais mudarem completamente a forma de comercio mundial. Devemos voltar ao passado e voltarmos a praticar as chamadas trocas e com muita generosidade. Países pobres não possuem muito a oferecer, mas, necessitam de muitas coisas para suas necessidades básicas. O Brasil dentro deste universo até poderia exportar grãos e receber de volta manufaturados para dar equilíbrio nas relações.

    Vejo as coisas mais ou menos por ai, a volta da troca sem que estas sejam embasadas em valores de mercados, mas, em necessidades básicas das nações. Para isso entra a coragem, teríamos que dar o pontapé inicial fecharíamos o comercio mundial e nossas fronteiras para importação e exportação, nada seria comercializado sem que fosse levado em conta as condições estratégicas de ambos os lados tirando da pauta o capital financeiro.

    Estaríamos assim a pequenos passos caminhando para a tão sonhada Utopia onde dinheiro não move países e não corrompe governos. Seria um pacto mundial de viver em comunidade onde todos ganham e perdem juntos.

    Só que este sonho permeia a cabeça de todo mundo, mas, cade a coragem!? A humanidade está em um momento impar, os países grandes estão falidos e reféns do capital, nós temos poder para romper isto e provocar uma onda renovando a humanidade.

    Como disse, é um sonho, pois medíocres avanços já produzem uma enorme onda de rancor e golpismo em nosso país, neste exato momento, nossa democracia é que está em cheque e não o capitalismo.

     

    1. Quando critico o Mantega, as pessoas levam para o lado pessoal.

      Lógico que o Mantega é muito melhor que o Palocci, mas falta um ministro da Fazenda que pense um projeto-nação, Márcio Pochmann seria uma grande oportunidade do Brasil se encontrar consigo mesmo e se afastar da lógica financista.

      O papel do Mantega tem sido o de administrar o piloto automático.

    2. ” O Capitalismo não se

      ” O Capitalismo não se sustenta e cria mais miséria a cada dia, a criminalidade só tende a aumentar.” Não amigo o capitalismo não gera miséria ele tira as pessoas da miséria, e a criminalidade não aumenta diminui.

      Suas idéias estão contaminadas pelo marxismo.

      As intenções são boas, mas a ação parece que criaria mais problemas que soluções.

       

       

       

      1. Não seja otário nunca li

        Não seja otário, nunca li Marx. Não sou contaminado, eu não sou é hipocrita, deixo isto para vcs que não possuem reponsabilidade com a verdade, que mentem dia a dia para todo mundo. Não existe lucro sem perdas, por tanto, o capitalismo é uma farsa, um engodo e uma falsa promessa de riqueza. O capitalismo hoje está se apropriando do  conhecimento, amanhã será de sua vida, vc não terá o direito de existir. Hoje negam a existencia aos aposentados e pensionistas. Amanhã que farão? Darão uma injeção para dormirem em paz sem sofrimento?

        1. “Não seja otário, nunca li

          “Não seja otário, nunca li Marx.” não há necessidade de ler marx para se deixar influênciar pelo.

          Como trocar livres não coercivas(redundância) podem prejudicar as partes envolvidas.

          O mercantilismo já foi superdado atualize se, a economia não é um jogo de soma zero.

          1. Eu estou falando de Utopia e

            Eu estou falando de Utopia e vc de economia nunca haverá consenso, na minha concepção não existe economista, mas estrategista baseados em cálculos estatísticos. Não podemos negar que passa pelo futuro do Brasil, América do Sul e Africa a incumbência de alimentar o mundo. Agora negar desenvolvimento e legar escravidão a todos este povos para o proveito de um grupo de Nações é piada de mal gosto.

            Você tenta defender o indefensável, a questão é que modelo será implementado para o futuro, pois o capitalista faliu. Hoje não podemos pensar em Nação sem levar em conta as necessidades Globais.

            Como Nação podemos nos declarar independentes e nos isolarmos, mas, pelas necessidades Globais seriamos invadidos para que continuasse o trafego de mercadorias e alimentos.

            Descumprir pactos sociais não será aceito, as aposentadorias prometidas e acordadas não foram cumpridas em nome do capitalismo, para cumpri-las o sistema explode. É assim aqui e é no mundo! Resolva esta equação e lhe darão o Premio Nobel de Economia.

            A miséria é a mãe da criminalidade, o dinheiro é o pai, sem ambos os crimes caem vortiginosamente. Ninguém saqueará comida tendo ela a disposição. No máximo será separado para um grupo aquilo que for considerado mais raro e de difícil distribuição para a maioria. É fato que privilégios nunca desapareceram, está na essência do homem e talvez nem mais 2 milênios pagaram estas mazelas. 

            Seu discurso PT oposição não me interessa, me interessa é sua visão para daqui 50 anos, como seus filhos aposentarão, como eles e seus netos terão chances de uma vida digna. O hoje é um momento em construção, e neste momento cabe inovar e criar novos caminhos para a Humanidade. Não me diga que sem dinheiro o homem não se mexe, eu sei disso. Ai entra dar brioche ao povo.

            Como garantir condições iguais para todos e ao mesmo tempo e não quebrar o sistema. Esta resposta não existe, alguém paga a conta. No capitalismo saímos do bens duráveis para mercado de consumo, tudo virou descartável, para que o dinheiro circule e realimente o sistema. Esta politica está gerando mais concentração de renda e estresse na população do que o desejável, influi diretamente no crime, pois, todo mundo quer possuir a novidade, só que a cada seis meses vem outra onda de inovação e assim suscetivamente.

            Nos meus tempos de garoto sonhava com a inovação para que ela diminuísse o tempo no trabalho para que a família pudesse ficar mais tempo reunida, hoje ela faz mais escravos que no passado. A inovação chegou na minha área eliminou 99% dos postos de trabalhos, profissionais perderam suas profissões num intervalo de 3 anos sem a menor chance de recolocação. Em área paralela jornalista como o Nassif tiveram seus espaços restringidos, muitos abandonaram a profissão outros nunca conseguiram exerce-la. E caminham para uma extinção num futuro próximo, é muito pouco veiculo de comunicação para os milhares de jornalistas espalhados pelo Brasil e no mundo.

            Assim será com arquitetos, engenheiros, contadores, administradores e por ai vai, programas sofisticados realizarão todos os cálculos em segundos, um mero operador pode projetar qualquer coisa.

             

  4. E o que políticos como Tarso

    E o que políticos como Tarso Genro fizeram a este respeito além de escrever artigos ? O PT está no poder há doze anos, e NADA foi feito para educar o Brasil, para democratizar a mídia, para contar a história verdadeira ? 

    Tarso e o PT sequer tiveram coragem para defender seus quadros que foram a a cadeia injustamente. A ditadura não conseguiu segurar José Dirceu na prisão, entretanto cinquenta anos depois, no governo democrático do PT, eles conseguiram fazer isto.

  5. “Esse choque entre o Estado

    “Esse choque entre o Estado capturado pelo capital financeiro e as demandas sociais cada vez mais volumosas sobre um Estado que não pode responder representa a grande crise democrática do presente. É ela que está nas ruas todos os dias. É ela que está no cotidiano das administrações todos os dias e que deve dirigir os grandes embates políticos daqui em diante. Quem controla o Estado é o capital financeiro que capturou o Estado pela questão da dívida, ou quem controla o Estado é a cidadania organizada, participante da representação política e da democracia direta? Esse é o grande embate global que a democracia brasileira enfrenta hoje.

    E aponta, por fim, aqueles que são para ele os principais problemas de democracia hoje: a opacidade do Estado e a captura do Estado pelo capital financeiro.

    A grande questão da democracia brasileira, ao meu ver, é conseguir uma combinação entre a participação direta da cidadania, por meios presenciais e virtuais, e fazer permanentes correções e adaptações na democracia representativa, dentro da perspectiva de estabelecer uma nova relação entre Estado e sociedade.

    Essa tutela é exercida sobre o Direito do Estado, que passa a funcionar segundo uma lógica normativa que vem de fora para dentro, do capital, e não da participação da cidadania.

    Esse choque entre o Estado capturado pelo capital financeiro e as demandas sociais cada vez mais volumosas sobre um Estado que não pode responder representa a grande crise democrática do presente. É ela que está nas ruas todos os dias. É ela que está no cotidiano das administrações todos os dias e que deve dirigir os grandes embates políticos daqui em diante. Quem controla o Estado é o capital financeiro que capturou o Estado pela questão da dívida, ou quem controla o Estado é a cidadania organizada, participante da representação política e da democracia direta? Esse é o grande embate global que a democracia brasileira enfrenta hoje.”

    A sintese desta ditadura ideológica, infelizmente, ninguém quer saber de reparar: O conluio dos EUA com o mercado financeiro para dominar o mundo. 

    A mídia está encarnando o revanchismo, que não leva a liberdade, ofuscando a memória de cinquenta anos da virtude daqueles que tombaram na luta. 

    Vocês se contentam com isso? E a nossa parte que depende de resurgir no ideal que nos salvaria, não importa mais? Vamos omitir os nossos deveres de resgatar a consciência daqueles que tiveream serenidade e angustia ao divergir com o exercício de lucidez? ou vamos dizer sim à alienação financeira que capturou o Estado e ainda permanece?  

    Portanto, a democracia não é só a reclamar pela justiça de punição aos torturadores. Não basta uma certa visão da revolta popular como esperança que não volta mais. Trata-se de aprendermos que ninguém pode derrotar a alienação financeira sem a prévia condição de aprender os meios de manejar a democracia em atos e ativos. Para isto, é necessário, pelo menos, se reconhecer no próprio país, para ser permitido deliberarmos as finalidades que devem acontecer e salvar a própria história que nos diz respeito.

    É para isso que sirvo.

  6. Quem é esse hipocrita para

    Quem é esse hipocrita para falar em como se deve haver transiçao para democracia?

    O Italiano homicida que ele deu aval para ficar no Brasil matou gente em um regime legal nao de exceção

    Nem o Conare reconheceu o asilo e ésse picareta abriga um homicida cuja a corte de direitos humanos da uniao europeia endossou a acusao do governo italiano

    Esse mesmo picareta nao fala um A contra a ditadura de Cuba e fica enchendo o saco aqui toda hora para falar o que é ser democrata?

    Só pelego mesmo para ouvir algo assim e nao vomitar…

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