Thurgood Marshall, o primeiro negro da Suprema Corte americana

Por Jura Passos

Joaquim Barbosa foi o primeiro negro brasileiro a se tornar juiz do Supremo Tribunal Federal.

Thurgood Marshall foi o primeiro da Suprema Corte americana.
 
Ambos vieram de famílias humildes e tiveram dificuldades para poder estudar.
 
É possível que Marshall tenha servido de inspiração para a nomeação de Barbosa, mas as semelhanças param ai.
 
O currículo acadêmico de Barbosa é superior ao de Marshall. Toca piano e violino, fala alemão e francês, além de português e do inglês de Marshall. Fez pós graduação na faculdade de direito da Sorbonne na rua Assas, em Paris, homenageada no nome da empresa que fundou em Miami, a Assas JB Corporation.
 
Marshall nunca fez pós graduação, nunca foi bolsista, acadêmico, funcionário público, nem empresário. Sempre foi advogado dos negros pobres americanos e uma águia nos tribunais americanos em defesa de seus pares.
 
Se Rui Barbosa foi o águia de Haia, Marshall foi a águia negra de Washington.
 
Nos tempos do colégio, o pai de Marshall – ajudante de um clube granfinos – gostava de ouvir julgamentos no tribunal e discutir os casos com os filhos.
 
Ele, o pai e o irmão mantinham debates acirrados sobre qualquer coisa. Costumavam discutir cinco noites por semana na mesa de jantar.
 
No colégio foi um aluno acima da média e usava seu talento como debatedor para apresentar os trabalhos escolares. Também costumava aprontar e, como castigo, foi obrigado a decorar toda a Constituição americana.
 
Ingressou na Lincoln University – uma universidade para negros da Pennsylvania – e foi membro da Alpha Phi Alpha – primeira associação masculina de estudantes negros dos EUA – como Martin Luther King e Jesse Owens, o velocista que obteve quatro medalhas de ouro nas olimpíadas de Berlin, deixando Hitler mais revoltado que Malcolm X.
 
Após formar-se em literatura americana e filosofia, Marshall decidiu tornar-se advogado. E foi rejeitado pela faculdade de direito da Universidade de Maryland por ser negro.
 
Novamente ingressou numa escola para negros, a Howard University. Seu mentor foi o vice-reitor Charles Hamilton Houston, formado em Harvard, que só era vice por que era negro também.
 
Formado em direito com louvor, começou a advogar para a Associação Nacional para o Desenvolvimento das “Pessoas de Cor” – a NAACP, em Baltimore. Seu primeiro grande caso foi Murray v. Pearson, em que defendeu outro estudante negro barrado como ele pela faculdade de direito da Universidade de Maryland. E venceu, aos 27 anos.
 
Hoje, a biblioteca da escola de direito da Universidade de Maryland tem o nome dele.
 
Em 1940, aos 35, obteve a primeira vitória na suprema corte e tornou-se conselheiro chefe da NAACP pelos próximos 25 anos. Em Chambers v. Florida conseguiu reverter uma sentença de morte da Flórida contra um jovem negro acusado de matar um branco após uma confissão forçada pela polícia.
 
Em Brown v. Topeka ele acabou com a segregração racial nas escolas.
 
Até hoje ele é o recordista em número de vitórias pelos direitos civis e a igualdade racial na suprema corte americana.
 
Após uma série de vitórias nos tribunais que sedimentaram a jurisprudência da igualdade de oportunidade racial nos EUA, Marshall foi nomeado por John Kennedy para a corte nacional de apelos, contra a vontade da bancada democrata sulista.
 
Nenhuma de suas 98 sentenças foi revertida pela corte suprema.
 
Lyndon Johnson nomeou-o procurador geral da União em 1965, no auge do movimento negro pelos direitos civis.  Em seguida, forçou a demissão de um dos juízes da Suprema Corte nomeando seu filho como procurador geral de justiça. Com isso, abriu a vaga que desejava para colocar Marshall na corte suprema e torna-lo seu primeiro membro afrodescendente.
 
Ele, no entanto, preferia ser chamado de “crioulo” (negro).
 
Marshall colaborou na redação das constituições de Ghana e da atual Tanzania.
 
Ao se aposentar em 1991, aos 82 anos, ele lamentou que seu sucessor – Clarence Thomas – seria nomeado por George Bush Jr.
 
“Thurgood” é uma redução de thoroughgood – completamente bom.
 
Lula e Lyndon Johnson acertaram ao decidir equilibrar a composição social das cortes supremas do Brasil e dos EUA, deixando-a com uma cor mais parecida com a do povo.

A pele de Barbosa é muito mais negra do que a de Marshall.
 
Mas a alma – e o currículo -, não.
 
Ninguém percebeu: nem Frei Betto, nem Thomas Bastos, nem Lula.
 
Será que Dirceu percebeu?

http://www.archives.gov/historical-docs/todays-doc/?dod-date=830

Luis Nassif

26 Comentários

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  1. Thurgood Marshall o primeiro negro da Suprema Corte americana

    Nem Frei Beto, Thomas Bastos, tampouco Lula e muito menos o Dirceu perceberam a imensa diferença entre Marshall e JB. Um brilhou por defender seus pares negros e pobres assim como ele, enquanto o outro levou toda sua raiva para ser mostrada em público.

  2. Barbosa não tem consciência de classe

    De NEWTON:

    Olá Neide! 
    Tudo bem, minha amiga? 

    Boa noite! 

    Este termo é usado em sociologia, certa vez também aconteceu comigo, vi esta expressão num livro de Leonardo Boff e pesquisei naquele momento. Consciência de classe é a percepção que os integrantes de uma camada social têm de pertencerem à mesma classe e, ainda, a percepção de status social desta classe na sociedade . A consciência de classe abrange também o sentimento de classe e pode determinar atitudes de superioridade ou inferioridade , em relação as outras. Podem surgir entre os indivíduos de uma classe, sentimento de hostilidade, oposição ou estranheza em relação as demais classes , assim como pode haver solidariedade entre os que pertencem ao mesmo estrato social, esses sentimentos de classe podem gerar atitudes e, entre elas, o conflito ou luta de classe, que assumem proporções variáveis de acordo com a sociedade e com o momento histórico considerado.. 
    Da época de Marx pra cá , depois da tomada de consciência do proletariado , a luta entre burgueses e proletários se intensificou. 
    Não sei se fui claro, minha amiga, mas pelo menos tentei explicar sobre o pouco que sei sobre consciência de classe. 
    Receba meu abraço fraterno!

    Asker’s rating & comment

     5 out of 5Obrigado Newton! Sua resposta é elucidativa. Gostei muito. è claro que foi só vc que respondeu, mas acredito que se tem cem respostas, seria essa a escolhida. Estou lendo uma obra de Dennis Collin da coleção “compreender” e ele fala de Marx. Muito bom.!! 

     

  3. A dignidade da justiça

    Os valores de Marshall se assentam na defesa  dos direitos do cidadão,  os do Sr. Barbosa na valorização da norma como instrumento de punição e não como protetora da sociedade e do cidadão. O juiz Marshall carrrega em si a chama digna da defesa da liberdade.  O Sr. Barbosa é um burocrata com caráter despótico, que mostra que o preconceito não esta reduzido à cor de uma pessoa, mas a sua racionalidade.

  4. GrandeThurgood Marshall !

    Grande!

    E o sucessor “Clarence Thomas – seria nomeado por George Bush Jr.” nossa GB nao se parece tambem com JB?  Entre Clarence e JB: Um foi homem e outro eh um Louco!

    Que sorriso!

     

     

     

    Olha como rir diferente!

     

  5. Realmente, os Estados Unidos

    Realmente, os Estados Unidos devam estar orgulhoso! JB virou simples serviçal, caiu em contradição ao apartar Daniel Dantas do processo vulgarmente chamado de Mensalão, caiu às graças no camarote dos familiares do Luciano Huck, comprou um apartamento em Miami (pobre brasileiro!), nunca fez nada pelos pobres negros desse país. Realmente, Joaquim Barbosa é uma vergonha nacional!

  6. Antes dele Pedro Lessa foi

    Antes dele Pedro Lessa foi membro do STF nomeado em 1907 e depois foi Hermenegildo de Barros, nomeado em 1919 e que presidiu o STF em 1931 e 1934, Barbosa foi o terceiro e não o primeiro afro descendente a ser juiz do STF e o segundo a ser Presidente. Hermenegildo tambem presidu a Constituinte de 1934.

  7. Cuidado com os comentários a

    Cuidado com os comentários a respeito de JB, que podem traduzir um imenso viés racista, como as frases finais desse texto.

    “A pele de Barbosa é muito mais negra do que a de Marshall.

     Mas a alma – e o currículo -, não. Ninguém percebeu: nem Frei Betto, nem Thomas Bastos, nem Lula.” JB é só o presidente, neste momento, do STF. Não é o STF! Todas as decisões que tomou ou são com base na maioria de votos do pleno ou não foram constestadas por ninguém, nem mesmo pelos advogados dos presos e, desse modo, contam com a concordância (tácita ou não) dos presos e seus advogados. Não há constestação à prisão (na forma de petição a ele) das decisões tomadas por ele a partir de 14/11, por exemplo. Há falas na mídia, não no processo. Além disso, os próprios ministros, nas sessões realizadas desde então, nada falaram a respeito do tema. O absurdo afastamento do juiz titular da vara de execuções penais, por exemplo, recebeu até este momento constestação na mídia, apenas. Quem porá o guiso no gato e irá interpor ação no Senado visando o impeachment de JB devido a essa ação? Bandeira de Melo??? Dalmo Dallari?? Faltam juízes em Brasília, mas faltam Sobrais Pintos pelo país afora.

    1. Ao aceitar a peça preparada

      Ao aceitar a peça preparada por Antonio Fernandes, Barbosa deu o passo mais decisivo de sua vida. Ele estava sabendo perfeitamente o que fazia. A partir daí era cúmplice e coartífice do maior engodo da história jurídica do país. Se ele tinha orgulho de sua vida profissional e acadêmica, despediu-se deste orgulho naquele momento.

  8. Lembro me exatamente do dia

    Lembro me exatamente do dia que ele saiu do supremo e eu li uma das ultimas entrevistas dele!!!

    Ele estava com um senso de desespero tao grande de ver o tal “Thomas” entrando -e algumas outras coisas- que na ultima entrevista que eu li o senso de abandono estava clarissimo!

    Advinhe…  O tal Thomas eh lunatico extremista de direita…  e decide com ela eh praticamente todas as suas decisoes.

    Nao, Barbosa nao eh Thurgood Marshall.  De fato, nao eh nem torneiro mechanico.  Espero que toque piano bem porque justica ou legislacao…  merda nenhuma.

  9. Laranja chupada

    Nassif: vamos desmistificar de vez essa de “primeiro negro” do Joaquim Barbosa. Recentemente, em seu blog afirmei ser ele o 3º, depois de Hermenegildo e Lessa. Se os dois anteriores eram de tez mais clara, não deixavam de ser “criolos”. Vamos, também, deixar claro que a moralização política e social é sonho de todos nós. Só não concordamos com a forma como o presidente do STF (ciceroneado pelos da PGU, especialmente Gurgel e Fernando), fez da Corte Maior uma sala de “passagem dos autos” para o PSDB. Ao arrepio da lei, elaborou uma versão tupiniquim, deturpada egrotesca, do “domínio do fato”, como se estivesse cassando nazistas. E o que é pior, com claro intiuito de alcançar o então presidente da República que o nomeara, e assim, varrer todos daquele governo do cenário nacional. Não consta de Marshall conspirando contra Lyndon Johnson. E escândalos não faltou naquele governo. Como o voto é secreto, tenho cá minhas dúvidas se realmente Barbosa votou em quem ele diz para presidente. Também não concordo com este estudo “comparativo” do Sr. Jura Passos. Não leva a lugar algum, seja no tempo, seja no espaço. Acho até que ele faça parte daqueles que, saciados pela condenação do pessoal do PT, queira agora afastar Barbosa, pois ele representa um risco de se condenar o pessoal do “trensalão” paulista e do “mensalão” mineiro”. Isto sem falar de Demóstenes e Cachoeira. Foi isto, inclusive que o ex presidente Fernando Henrique Cardoso disse a amigos estar temeroso. Barbosa agora é “laranja chupada”, cujo bagaço deve ser lançado fora o mais rápido possível. Não é pessoa de confiança daqueles que estão por trás da trama. Por isto a campanha para difamá-lo, de culpá-lo mais do que ele merece. O Dr. Ives Grandra já profetizara o fato, há pouco menos de 6 meses atrás: a Corte condena agora e depois muda o entendimento, sem rever o da AP 470. Há precedentes. Parece ser jogo de cartas marcadas, onde o “povo” é mero espectador, mesmo sendo invocado a todo instante. Só lamento ser um “negro” o maestro desta orquestração macabra e sórdida, para a vergonha e repúdio de todos nos “criolos”, como Marshall, como eu e tantos outros deste Brasil.

  10. A composição da Suprema Corte dos ianques é outro indício da estupidez, deslumbramento e mesmo burrice das nomeações de Lula de Dilma para o STF.

    Lá não existe aposentadoria compulsória aos 70 anos, e portanto o sujeito fica até morrer mesmo (ou ficar realmente incapacitado). Para se ter uma idéia da seriedade da coisa, se o juiz tem 87 anos, foi nomeado por um democrata mas o presidente atual é republicano, ele não pede aposentadoria, ainda que não aguente mais trabalhar. Fica lá até que outro democrata volte ao poder (ou que a natureza decida). Tudo isso para não permitir que o outro partido coloque “gente sua” lá.

    Já Lula e Dilma nomearam mais de dez ministros (contando os que se aposentaram ou morreram), e conseguiram criar um dos piores supremos de nossa história. Preferiram fazer politicagem de cotas e promover apadrinhamentos toscos, ao invés de nomear pessoas com sólida formação jurídica, mentalidade progressista, conhecimento histórico e postura reservada.

    O castigo veio a galope. 

     

    P.S. – anos antes desse rolo todo da AP 470, eu criticava aqui as nomeações de Lula ao STF; invariavelmente, meus comentários eram negativados pela militância, afinal eu estava criticando o Lula. Só pra lembrar. 

  11. Barbosa marcou Genoíno com o número 1

    Qual é o significado dessa marcação com o número 1 feita por Barbosa para identificar a prioridade em termos de importância dos “seus presos”. É claro que se deve ao fato de Genoíno, como ex-presidente do PT, representa o partido, enfim, a atuação de Barbosa é partidarizada do começo ao fim. Quanto ao post em si, dá prá ver que o inimigo de Barbosa não é a elite tupiniquim e muito menos o status quo e sim o PT. Virou fixação, como se Barbosa não tivesse a mínima noção de política e muito menos consciência de classe, talvez tenha ressentimentos, apenas isso:

    JB MUDA REGRA E ROTULA GENOINO 1, ZD 2, DELÚBIO 3

    :

     

    Acaba de ser revelada uma nova heterodoxia do presidente do Supremo Tribunal nas prisões do chamado mensalão; um dia antes de efetuá-las, Joaquim Barbosa criou uma nova classe processual, denominada Execução Penal; essa norma instituiu que as prisões deveriam ser distribuídas ao relator (ele próprio) com tramitação eletrônica; essa mesma norma definiu os modelos das guias de recolhimento e do tratamento médico; depois disso, Barbosa numerou seus alvos: José Genoino foi o 01, José Dirceu o 02 e Delúbio Soares o 03; curiosamente, ele só prendeu réus com direitos a embargos infringentes e deixou outros, sem possibilidades de recurso, como Roberto Jefferson, Pedro Heny e Valdemar Costa Neto de fora; modelo absolutista avança no Judiciário

     

    26 DE NOVEMBRO DE 2013 ÀS 20:31

     

    247 – Acaba de ser descoberta uma nova heterodoxia de Joaquim Barbosa na execução das prisões do chamado mensalão. Um dia antes de efetuá-las, ele criou uma nova classe processual, chamada Execução Penal, que garantiu a ele próprio o comando das prisões, assim como os modelos  das guias de recolhimento, de execução e tratamento médico. Curiosamente, Barbosa só prendeu réus com direitos a embargos infringentes e deixou de fora nomes que não tinham mais chance de recurso, como Valdemar Costa Neto, Pedro Henry e Roberto Jefferson – o delator que confessou ter recebido R$ 4 milhões.

    A informação é da Agência Brasil. Leia abaixo:

    André Richter
    Repórter da Agência Brasil

    Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, decidiu criar uma nova classe processual para executar as penas dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. A norma não estava prevista no Regimento Interno do Supremo e foi instituída pela Resolução nº 514, assinada no dia 14 deste mês, um dia antes da decretação da prisão de 12 dos condenados no processo.

    De acordo com o texto da norma, divulgado no dia 19 no Diário da Justiça, a nova classe processual, denominada Execução Penal (EP), foi criada para dar cumprimento às penas condenatórias do processo do mensalão. A resolução prevê que o processo seja distribuído ao relator da ação penal e tenha tramitação eletrônica. A norma também definiu os modelos das guias de recolhimento, de execução e tratamento médico. Os documentos são necessários para efetivar a prisão.

    No último dia 20, com a publicação da norma, os processos começam a ser autuados.

    A execução do processo do deputado federal licenciado e ex-presidente do PT José Genoino (SP) foi identificada como número 1. A de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, é a número 2, e o processo de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, o 3. Os demais condenados foram identificados em seguida.

     

  12. Comparações equivocadas

             Desculpe ao autor, mas nem em portugues, espanhol ou inglês, a palavra ´crioulo´ tem o significado da palavra racial ´negro´. http://en.wikipedia.org/wiki/Negro#In_English 

             Em qualquer língua créolle – criollo – significa algo como miscigenado. Mais próximo de nosso ´mulato´ do que do signficado degradante que é ´negro´ para os afro-americanos. v. http://en.wikipedia.org/wiki/Creole_peoples 

             Porém, o maior erro na indicação do Min. Joaquim foi terem abreviado sua carreira jurídica que poderia ter sido brilhante e chegar ao Supremo por mérito, tal como o Dr. Mashall.

            O que leva a outra diferença substanciosa: O Dr. Mashall teve uma grande carreira como jurista, renomado e respeitado, antes de chegar à Suprema Corte. Chegou com inegáveis méritos.

             Já a condição de um ´cotistaa racial´ afetou o lado psicológico do Dr. Joaquim. De fato ele foi guindado ainda no início de carreira de Procurador em nível regional, apenas com presença em cursos acadêmicos, em sua condição de afro-brasileiro muito dedicado aos estudos.

             O Ministro Joaquim não tinha nenhum grande reconhecimento no meio jurídico. Precisava ter passado por Tribunais inferiores e pela defesa de importantes teses juris-filosóficas antes de chegar à Suprema Corte. Isso foi negado ao ainda jovem professor. Sua maior dificuldade mais evidenciada está na atuação colegiada e dá-se pela ausência dessa, digamos, tarimba, além de seu inequívoco gênio.

             Autor de um único livro acadêmico a respeito de Ações Afirmativas, publicado em 2001, em que afirmava, de forma categória, que Ações Afirmativas não se confunde com ´cotas raciais´ e que essa segregação de direitos raciais somente poderia ser utilizada em ´condições muito específicas e com extrema cautela´,  o que depois renegou, passando a defende-las de forma indiscriminada.

             Enfim, a maior culpa da sua performance como Magistrado não é dele: é do sistema de cotas raciais que o privilegiou antes da hora, pois, tal como o antigo sistema de alforrias, o beneficiário é violado em sua auto-estima e na própria dignidade humana.

             A única semelhança e mais triste ainda: é a condição de ambos serem afrodescendentes.

    1. Creole cajun

      Meu caro, eu acho que você é que não sabe o significado de crioulo em português. Não tem nada a ver com creole, nem criollo.

      O seu link da Wikipedia confirma o que eu disse, convém ler direito.

    2. Crioulo é o nascido na terra.

      Crioulo é o nascido na terra. No caso, o Brasil. Dizia-se do negro de segunda geração já nascido nesse lado do Atlântico Sul e que falava a língua. O indígena também era chamado de crioulo. Essa é uma expressão muito importante no Rio Grande do Sul. Quando os gaúchos dizem que uma coisa é crioula, significa gaudéria, da terra, típica.

      Não tem absolutamente nada a ver com miscigenação.

  13. Enquanto isso…
    Em Banânia…

    Defendem os criminosos condenados como se fossem imaculados e acusam o juiz como o mais vil facínora, além do racismo sórdido e virulento exsudando por todos os lados. Sonham com um capitão do mato conduzindo o negro desgraçado e ingrato, sob chibatadas, para a senzala das treze estrelas. Onde seria entregue aos cuidados dos guardiões da pureza revolucionária, que com as próprias mãos e chicotes fariam justiça. Em desagravo à afronta cometida contra os senhores da política seria colocado a ferros e ocuparia o lugar que merece, por não ter visto nos crimes cometidos uma prática necessária para o fortalecimento do partido redentor dos miseráveis.

    É quase impossível não encontrar nos arautos da injustiça a associação entre a cor da pele do relator e as decisões que consideram infames, mesmo sabendo que a turma do lodo estava submersa no mar de lama da corrupção. Distorções, omissões, leviandades e mentiras são os argumentos que fundamentam os ataques, quanto mais contundentes mais extensos e deturpados eles são.

    Não aceitam que um negro oriundo da classe baixa possa condenar os seus supostos defensores. Fosse branco e da classe média a violência dos progressistas não apareceria com tamanha intensidade. Ninguém iria associar a tez e os cabelos com os termos da condenação e da prisão. Seria apenas mais um agente da opressão capitalista e do judiciário como órgão de repressão. Embarcariam sim nas teses estapafúrdias dos defensores, pagos não se sabe com qual dinheiro, porém jamais fariam a ilação entre cor e honestidade. Entre origem e decência. Tudo estaria na normalidade, o choro e o ranger dos dentes não fariam aflorar o ranço intransigente, preconceituoso e totalitário contra o traidor da raça e da classe.

    Encontraram um preto impertinente a quem devotar o ódio. Talvez surja um novo Friedrich lançando ironicamente a sua candidatura para a presidência do zoológico. Afinal jamais repudiaram o que foi escrito pelos criadores da ideologia que seguem, apenas aplicaram uma camada de verniz que se rompeu com a maior facilidade.

    1. Enquanto sso em … Banânia

      Por que um banana perde tanto espaço para defender um sujeito indefensável?

      O texto é tão longo quanto é tolo.

      O seu protegido é tudo quanto as pessoas lúcidas têm a ele se referido, e tem mais:

      É um simples, porém, perigoso arrivista!

  14. Juiz escolhido por Barbosa é funcionário de Gilmar Mendes

    Neste artigo públicado no argentino Pagina 12, Eric Nepomuceno aponta um detalhe da ficha do juiz Bruno Ribeiro que passou despercebido até agora, o jovem rebento do ninho tucano faz parte do corpo docente do IDP, de Gilmar Mendes:

     

    Página/12 :: El mundo :: El polémico juez Barbosa http://www.pagina12.com.ar 

    EL MUNDO › OPINION

     Por Eric Nepomuceno

    Joaquim Barbosa, el cada vez más polémico presidente del Supremo Tribunal Federal brasileño, no se cansa de demostrar que se siente dueño absoluto no sólo del concepto de Justicia, sino del mismo Poder Judicial del país. Luego de conducir un largo juicio mediático plagado de innovaciones, a empezar por condenar al menos a dos altos dirigentes políticos sin prueba alguna, ahora decidió intervenir directamente en el trato dispensado a los condenados que desde hace una semana están en la cárcel. El blanco preferencial de la saña discriminatoria de Barbosa es evidente: José Dirceu, uno de los más consistentes cuadros políticos de la izquierda, y José Genoino, un ex guerrillero de los años ’70 que luego ayudó a fundar el Partido de los Trabajadores (PT) y llegó a presidirlo.

    Ejerciendo solitariamente el poder de adoptar decisiones que deberían ser tomadas por el colegiado del Supremo Tribunal Federal, Barbosa expidió, en el feriado del 15 de noviembre –día de la proclamación de la República en Brasil–, las órdenes de prisión.

    Lo hizo de manera tan irregular que la Policía Federal, responsable por ley a cumplirlas, no sabía ciertamente qué hacer con los condenados, que se presentaron voluntariamente. Luego, en lugar de comunicar formalmente sus órdenes al juez federal encargado de determinar el destino de los presos, Ademar Vasconcelos, de la Justicia de Brasilia, prefirió informar a Bruno Ribeiro, el juez sustituto.

    Ni un acto ni otro se debe a alguna falla en la formación profesional de Barbosa. Como luego se pudo comprobar, cada movimiento es parte de un plan personal de escarnio.

    Al no especificar en el mandato de prisión que algunos inculpados –no por coincidencia o descuido, Dirceu y Genoino entre ellos– están condenados al régimen semiabierto, o sea, pueden reivindicar el derecho de trabajar por el día y dormir en la cárcel, hizo que todos fuesen conducidos a una penitenciaria con régimen de prisión cerrada.

    El país entero sabía, Barbosa inclusive, que José Genoino sufrió, el pasado julio, una cirugía cardíaca de alto riesgo y ocho horas de duración. Y que al mes tuvo una isquemia cerebral. Al expedir de manera incompleta la orden de detención, forzó a Genoino a un vuelo a Brasilia y a una larga e inexplicable espera hasta ser conducido al presidio. Fue necesario que la salud del preso empeorase, a punto de ser trasladado de urgencia a un hospital para que Barbosa finalmente permitiese que fuese conducido a prisión domiciliaria en casa de su hija, en Brasilia.

    Ahora, el magistrado aprovechó el fin de semana para determinar que el caso de los condenados quede en manos del juez sustituto y no de su titular, como sería obvio.

    Una vez más, no se trata de ningún descuido: Bruno Ribeiro es hijo de un dirigente del PSDB, mayor partido de oposición al PT. Y, a la par de sus funciones públicas de juez, da clases en el Instituto Brasiliense de Derecho Público, una entidad privada que tiene entre sus dueños a Gilmar Mendes, otro representante máximo de la truculenta ala de la Corte Suprema brasileña dispuesta a atropellar principios básicos de la Justicia.

    Ser hijo de un dirigente de oposición quizá no sea motivo para poner en duda la capacidad de actuar de manera imparcial de Bruno Ribeiro. Pero ser el juez encargado de dictar las reglas de prisión de políticos de alto coturno y, al mismo tiempo, ser empleado de un ministro del Supremo Tribunal Federal parece un tanto raro.

    Mientras prosigue con un proceso de linchamiento moral de los dirigentes políticos que fueron condenados en un juicio mediático, que bajo muchos aspectos transformó la Corte Suprema brasileña en un tribunal de excepción, Joaquim Barbosa abre espacio para una futura carrera política. Es, al menos por ahora, una especie de ídolo de las clases medias más retrógradas y mal informadas.

    Víctima de un grave y permanente surto de soberbia, parece olvidarse de que la misma mano que hoy aplaude puede, mañana, tirar piedras. Ofuscado por el poder, quizá no se haya dado cuenta de que en los medios jurídicos brasileños, con el respaldo de altos iconos del clan de juristas del país, inclusive algunos notoriamente conservadores, empiezan a surgir comentarios sobre el riesgo que corre de sufrir un proceso legal que termine por declarar su impedimento para seguir sentándose en la silla de ministro de la Corte Suprema.

    Una silla, dicho sea de paso, que él cree ser el trono supremo hecho a medida para que ejerza el rol de dueño y señor de la Justicia en el país.

    Source: http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/4-234422-2013-11-27.html 

     

  15. A diferença de formação

    A diferença de formação maior, entre outras, está aí: Barbosa se ilustra mundanamente tocando piano e violino e falando alemão e francês. Marshall formou-se em literatura americana e filosofia. Dentro da literatura cabem mil cursos de direito. A diferença é abissal, não poderia entender de modo algum um Barbosa formado em literatura.

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