Usiminas fecha trimestre com lucro de R$ 222 milhões

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – A siderúrgica Usiminas encerrou o primeiro trimestre de 2014 com um lucro líquido de R$ 222 milhões, um salto de 372% em relação ao ganho de R$ 47 milhões visto no quarto trimestre, e revertendo o prejuízo de R$ 123 milhões contabilizado nos primeiros três meses do ano passado.
 
De acordo com os dados divulgados, a receita líquida totalizou R$ 3,1 bilhões, praticamente estável em relação à do quarto trimestre de 2013, em função do menor volume de vendas totais compensado pelos maiores preços médios de aço e de minério de ferro. Em comparação a 2013, houve uma redução de 1,6%, afetada pelo segmento de Bens de Capital (-34,8%), em decorrência do encerramento de projetos. Em Mineração (+39,4%) a receita foi impulsionada pelo aumento de 31,1% no volume vendido, enquanto em Siderurgia os maiores preços praticados compensaram a redução das vendas, em 9,7%.
 
O EBITDA (geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 648 milhões no 1º trimestre deste ano, mais que o dobro do obtido no mesmo período do ano passado. Já o Ebitda Ajustado mais do que dobrou entre os trimestres em comparação, para R$ 655,4 milhões, ajudado pelo ganho de 10,1 pontos percentuais na margem bruta e pela redução em 18,1% das despesas operacionais. 
 
Segundo avaliação da corretora Concórdia, as despesas com vendas, gerais e administrativas reduziram em 10% e que, apesar de não contar com recursos do Reintegra, a linha de outras despesas/receitas operacionais foi beneficiada pela redução com custos atuariais e provisões e, sobretudo, pela venda de energia excedente. 
 
Desde 2012, a empresa tem promovido medidas que priorizam o ganho de competitividade, como a venda de unidades com fraco desempenho. Desta forma, o resultado trimestral foi positivo apesar de queda de quase 10% no volume vendido de aço na comparação anual, para 1,437 milhão de toneladas.
 
Esse recuo nas vendas ajudou na queda dos custos com produtos vendidos de 12,2%, enquanto as despesas operacionais baixaram 21,6%. Destaca-se também a redução em 15,2% no endividamento total, que contribuiu para a retração de 57% nas despesas financeiras. A Dívida Líquida ao final do trimestre era de R$ 3,7 bilhões, com alavancagem de 1,7x.
 
O resultado financeiro negativo da companhia passou de R$ 236,15 milhões nos primeiros três meses de 2013 para R$ 18,06 milhões no início deste ano. Os efeitos cambiais positivos cresceram 28,6%, a R$ 64,8 milhões, enquanto as despesas financeiras tombaram quase 74%, para R$ 76,8 milhões.
 
Apesar da melhora do resultado, a companhia cita no balanço cenário adverso para a produção industrial brasileira, afirmando que “o cenário se mostra menos propício ao crescimento dos setores industriais ligados ao investimento, cuja expansão tem sustentado, até o momento, o crescimento do consumo de aço”, afirma a empresa, citando falta de dinamismo da atividade econômica, pressões inflacionárias e aumento de juros.
 
“O desempenho foi impulsionado pelas maiores vendas da mineração, incremento das margens em siderurgia – com foco no mercado interno –, câmbio mais favorável às exportações, continuidade da redução de gastos, diminuição da dívida; além do ganho, de R$ 74,9 milhões, com venda de energia no mercado spot”, diz a corretora. 
 
Para o segundo trimestre, a companhia espera estabilidade, em função dos inúmeros feriados e da realização da Copa do Mundo. Outro fator de preocupação é o ritmo produtivo mais fraco de setores importantes, como o automotivo, que tem afastado trabalhadores e reduzido produção com a menor demanda. Do lado positivo devemos ter um pequeno impacto do reajuste de preços realizado no 1T14, com o setor industrial ainda em fase final de implantação. 
 
“Dito isto, temos que observar se os ganhos de eficiência operacional observados nos últimos períodos serão suficientes para mitigar os efeitos da desaceleração da economia interna”, ressalta a corretora Concórdia.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador