Veja não é material pedagógico, reclama Pablo Villaça

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por Pablo Villaça, via Facebook

Email que enviei há pouco para o colégio de Luca:

“Prezado Sr. [diretor da instituição],

meu filho Luca é aluno de seu colégio desde o início do ano. Um bom aluno, como poderá facilmente verificar por suas notas (e esta informação é irrelevante para o tema deste email; queria apenas, como pai coruja, me gabar um pouquinho). 

Escrevo para reclamar enfaticamente acerca da utilização da revista VEJA como instrumento pedagógico pelo colégio. Frequentemente, Luca tem que fazer estudos de notícias publicadas neste semanário, com o objetivo de compor redações acerca das matérias lidas. Para isso, os senhores selecionaram o Jornal Nacional e a revista VEJA. 
Ora, como deve certamente saber, a VEJA há MUITO deixou de ser uma revista jornalística e se tornou panfleto político. E quem diz isso não sou eu, mas o próprio TSE, que a condenou a retratar-se há alguns dias por publicar matéria que foi considerada pelo maior órgão de justiça eleitoral do país como sendo “propaganda partidária”. Eu poderia até me deter no fato de que o próprio JN repercutiu a matéria de maneira irresponsável – e também foi amplamente criticado por isso -, mas prefiro me deter na VEJA por julgar que uma batalha deve ser empreendida por vez.

Observe que não entro, aqui, nos méritos ideológicos da revista (da qual discordo, obviamente), mas apenas em seus aspectos jornalísticos, que inexistem. Para piorar, trata-se de uma publicação comprovadamente ligada a um bandido, Carlinhos Cachoeira, que a alimentava com pautas pré-determinadas. Assim sendo, sinto-me pessoalmente ofendido ao ver o colégio que educa meu filho não só financiando esta revista como ratificando-a como órgão de imprensa.

Como pai, não posso permitir que Luca continue a usá-la como referência para trabalhos escolares. E gostaria de um posicionamento da escola acerca da questão.

Grato desde já.”

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

56 Comentários

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  1. Passou da hora da parcela

    Passou da hora da parcela decente desse país tomar atitudes como essa contra a direita fascista e violenta que ganhar o jogo na marra, no apito, no tapetão, na porrada. CHEGA!!

  2. O pior é que essa lavagem

    O pior é que essa lavagem cerebral também é tentada nas escolas públicas (quero crer que há Professores que resistem)…

  3. A mudança é por ai. País, não

    A mudança é por ai. País, não analfabetos políticos, se posicionarem contra esse esgoto presente nas escolas. Parabéns ao Pablo.

  4. As escolas do país (por essa

    As escolas do país (por essa e outras manipulações) poderia gerar os direitos universais com sua base natural, mas é o resultado mecânico do conflito social com as especulações econômicas.

  5. Para evitar a fadiga.

    Pablo Vilaça,

     

    por favor, não publique a resposta do Colégio. Quero “evitar a fadiga” como diria um personagem do Chave. 

     

  6. Veja faz escola em São Paulo. Pode isso Arnaldo?

    É por isso que a maioria, senão parte importante da população de  São Paulo encontra-se “catequizada”. E não adianta argumentar, a lavagem cerebral parece irreversível. 

    É o povo morrendo de sede e votanto no Xuxu…

    Dá-lhe Veja!

     

    PS. Agora a culpa é do Governo Federal, melhor ainda, da Dilma. É isso que o Luca iria aprender na escola.

  7. Obrigado Pablo Vilaça,
    Obrigado Pablo Vilaça, professor, por mais essa lição alcançada.
    Quando entrei no colegial, meus professores de redação obrigaram a ler a revista, que ainda tinha algum prestígio. Hoje vejo o crime que aquilo foi. E entendo a minha satisfação de moleque ao pegar a bicicleta e correr Até a banca para ver se já tinha a Caros Amigos.
    Recebi hoje como “denúncia” um email com um ofício de secretaria estadual mandando tirar as Veja disponíveis em sala de espera. Assim como não pode ter Bíblia, por laico o estado, também não pode ter panfleto partidário.

  8. Muito mais que partidária

    Caro Luna, Pablo, amigos,

    vou contar uma pequena história, fato ocorrido há cinco anos, pouco mais ou menos.

    Tenho uma descendente, neta, que estuda no Colégio Porto Seguro, unidade de Valinhos. Como o filho do Pablo, ótima aluna.

    O Porto Seguro, na avaliação da minha esposa, que é do ramo, educadora, é uma excelente instituição de ensino, sob qualquer ponto de vista.

    Bem, há uns cinco anos, como disse, o  Porto Seguro, por seu conselho pedagógico (ou nome equivalente) resolveu mudar a fonte do material didático utilizado. O produto a ser substituído era o da Abril.

    Em represália, a Veja publicou matéria afirmando, a partir de trechos pinçados do material da nova fornecedora, que o Porto Seguro estava dando lições, ensinando comunismo aos seus alunos.

    A reação da Escola foi imediata: redigiu e enviou à famílias dos alunos, um texto, muito bem fundamentado, de repúdio à matéria da revista. Não sei se a Escola também processou a revista.

    Bem, a revista alcançou um número de leitores incomparavelmente maior e de alcance nacional, mesmo que sua putativa tiragem seja exagerada, enquanto a manifestação da Escola atingiu pouco mais que os familiares dos alunos. O mal foi feito.

    Se o Porto processou a revista, a coisa deve estar andando e, em caso de decisão favorável, o efeito terá perdido o sentido, pelos prazos que levam estes tipos de processo em nosso País.

    É só um exemplo, amigos, de como a Abril, muito mais que partidária, é mesquinha, rasteira, desonesta, uma “ferramenta pedagógica” que eu não indicaria nem para o filho do meu teórico pior inimigo. A rigor, tal nte nem deveria existir.

    Um abraço e bom final de semana..

      1. Há uma matéria do blog antigo especificamente sobre esse caso

        Eu a tenho impressa (usei num artigo meu), nao achei mais o link . O nome da matéria é “Veja e o Porto Seguro”, de 15/11/08. 

        1. Dá para recuperar?

          Quem sabe a equipe Luis Nassif possa recuprar a matéria?

          Não me lembro de tê-la lido.

          Acredito que seria de utilidade para todos aqui.

           

          Abraço.

          1. Só a tenho em papel, Eduardo. Peça ao Nassif, ele deve ter

            Nao há como eu subi-la aqui, mesmo escaneando e transformando em arquivo. 

  9. Por favor Pablo, nos informe

    Por favor Pablo, nos informe que escola é essa. Pode ser que tenha filhos de amigos ou parentes matriculados lá, e preciso avisá-los sobre os perigos da revista da Marginal. Aliás, se outros pais tivessem a mesma postura do Pablo, com certeza a educação em nosso país seria bem melhor.    

  10. Resposta

     

    Imagino a resposta:

     

    “Sr. Pablo Villaça,

     

    Compreendemos sua aflição de pai. Não se preocupe. Somente adotaremos como material didático os livros e textos de consagrados autores nacionais, eleitos para a ABL – Academia Brasileira de Letras: José Sarney, Paulo Coelho, Merval Pereira, Fernando Henrique Cardoso.”

     

    É… estamos mal mesmo…

     

  11. Paulo Vilaça, quem sou eu

    Paulo Vilaça, quem sou eu para dar conselho, mas vou drar.

     Estamos no final do ano letivo, procure outra escola para aprender civilidade, nessa escola vai ter lavagem cerebral.

  12. Taí…”eu quero que meu

    Taí…”eu quero que meu filho tenha uma ótima educação (paga) longe de delinquentes da escola pública, etc”. 

    Agora, é só mudar de ”fornecedor”. 

    Deve haver mais escolas ”de apostila” que utilizem outras revistas.

  13. O Pablo tem se mostrado a

    O Pablo tem se mostrado a principal liderança de esquerda entre os não-políticos ou jornalistas. É um cidadão comum, fora da média. Fantástico!

  14. Veja para otários

    Quem quiser constatar mais sacanagem vá ao Diário Oficial do Estado de São Paulo e procure pelos contratos com a Editora Abril… Uma vergonha…

     

  15. Caro Pablo,
    não se surpreenda

    Caro Pablo,

    não se surpreenda se a escola afirmar que dispensa seu ponto de vista “comunista” sobre a utilização destas “isentas e confiáveis publicações” no currículo escolar.

    Você sabe bem com quem está se metendo. Educação privada é um tema caríssimo ao PiG.

    Esses caras tem lado, salvo poucas exceções.

    Boa sorte na sua empreitada.

    1. O Pablo não precisa ser

      O Pablo não precisa ser isento. Assim como você também não é. Cada um com sua opinião.

      Quem deveria ser isenta é a escola.

  16. Enquanto 48% dos eleitores

    Enquanto 48% dos eleitores continuarem pensando que a desconstrução do país é apenas uma opção democrática, e não a escalada mais baixa do capitalismo americano, não haverá niguém a ser governado.

  17. Parabéns! Atitudes como a sua

    Parabéns! Atitudes como a sua podem barrar a lavagem cerebral de nossas crianças, feita ao fim e ao cabo para favorecer os interesses dos norte americanos. Por favor, não deixe de publicar a resposta desse colégio.

  18. as “assinaturas” gratuitas da Veja

    Aqui em São Paulo, capital, várias empresas administradoras estão oferecendo de brinde, assinatura gratuita da revista Veja para todas as unidades  (apartamentos ou casas) do condomínio.

    Assim a Abril caminha para a falência, sem entretanto diminuir o número de feitores.

  19. Curioso

    A “Veja” e o “Jornal Nacional” não podem, mas se fosse a “Carta Capital” e o “Jornal da Record” não haveria nenhum problema, não é mesmo, sr. Pablo?

    “o homem é o homem e suas circunstâncias.” (Ortega y Gasset).

    1. Que tal ambas as revistas e

      Que tal ambas as revistas e ambos os telejornais?

      Mostrar os dois lados, isso seria isenção, não apenas um deles. Além de mais democrático, já mostraria às crianças que não existe só uma verdade absoluta e sim pontos de vista diferentes sobre o mesmo fato. Ajudaria até no debate sobre os assuntos selecionados para estudo.

      1. O problema é que a Veja não é

        O problema é que a Veja não é ser de direita, é ser ruim, falsa e desqualificada. Ela não informa, muito pelo contrário, desinforma e manipula. Se quiser apresentar material jornalístico de ambas as tendências eu recomendo o Estadão e Carta Capital. 

    2. Em termos de qualidade

      Em termos de qualidade jornalistica e honestidade, comparar a Veja com a Carta Capital chega a ser ridículo. Esse migué da equivalência entre elas, só porque estão em lados opostos do cenário politico, é a maior forçação de barra de quem se locupleta nas falsidades da revista da Abril.

      A Veja finge imparcialidade politica, se associa com bandidos, pratica crimes, inverte sentido de declarações, inventa offs, forja noticias. Vale tudo pra avançar sua agenda politica e comercial.

      A Carta é o contrário da veja: assume seu “lado”, mas nao distorce fatos nem cria uma realidade paralela pra sustentá-los. Ou seja, ainda pratica jornalismo. 

      Nao a toa, o melhor período da Veja foi sob o Mino Carta, atual dono da Carta Capital.

      1. Ora…

        Meu caro colega, eu não defendo os erros da Veja.

        Mas dizer que a Carta Capital é imparcial, é de uma inverdade absoluta.

        Lembro que pouco antes da eleição (algumas semanas), houve uma entrevista com o ex Presidente Lula, a qual se iniciou com: “Meu querido amigo e Presidente Lula”. Ora, que danado de entrevista se inicia com tal subserviência? O Mino só faltou ajoelhar e beijar a mão dele. Isto é independência?

        Outra: não esqueço a capa da Carta, cujo título era “Aguenta firme”, com um sapinho verde, clara referência à condenação dos “mensaleiros” (se é que posso dizer esta palavra aqui).

        A Globo, com todas as suas mazelas, ainda é laica, e que tal a Record, que parece ser subsidiada pelos dízimos de uma Igreja (isento de impostos)?

        Está bom para você?

        Este rapaz apareceu bastante nas eleições, ótimo para ele.

        Que tal agora a gente cuidar dos problemas do país e parar de fazer proselitismo político.

        A situação fiscal está horrível, vamos arrumar a casa e trabalhar, que o País está precisando é disso, a eleição já acabou.

  20. Nos tempos da Ditadura

    Nos tempos da Ditadura tínhamos aula de Moral e Cívica. Lavagem cerebral militar. Agora temos aulas de Amoral Civita para educar os nossos filhos. Lavagem cerebral midiática.

    1. foi numa dessas aulas que descobri o que é prisão…

       passei a tarde toda trancafiado na sala de um “psicólogo” inspetor que, seguindo o padrão da época, só deu o ar de sua graça às 18hs

  21. Muito bom o senhor Pablo

    Muito bom o senhor Pablo reclamar do uso da Veja como material didático na escola do filho dele, outros pais deveriam fazer o mesmo pois isso pode evitar que seus filhos saiam da escola relinchando.

  22. Resposta gerundina.

    Estão pedindo aqui a resposta da tal instituição. Não precisa. As tais instituições tem resposta padrão automática, pronta, genérica e gerundina.

    Sr. Villaça,

    agradecemos por sua confiança e apreço em escolher nossa honorável instituição,  sobejamente reconhecida como entre as melhores e mais bem equipadas do país, quiçá do mundo, para ocupar-se da educação de vossos herdeiros.

    Quanto ao teor de vossa missiva, vamos estar encaminhando a mesma para o nosso DPADPAP -Departamento Para Assuntos Didáticos em Pauta Assim que Possível.

    Assim que possível vamos estar  um oferecendo um parecer técnico/pedagógico.

    Atenciosamente,

    Sr. Dr. Prof.  Hariovaldo.

     

  23. Folgo em saber que há pais

    Folgo em saber que há pais que entendem que uma revista condenada pelo TSE por disseminar matérias falsas com o intuito de prejudicar uma candidatura presidencial não faz jornalismo. Folgo em saber que há pessoas preocupadas com a educação dos seus filhos dentro de um ambiente de pluralidade de informações e não sob o domínio da midia de uma pauta só, de uma voz só. Isso como professor me dá um enorme alento. Parabéns pai!

  24. Revista Veja,

    Quero deixar aqui os meus pesames ao povo paulista, lembrando que não precisa votar no PT, tem outras opções melhores que essa em outros partidos. 

  25. Para quem quiser conhecer melhor

    Para quem não conhece o Pablo, ele é o criador e editor do site Cinema em Cena, um dos melhores portais sobre cinema na internet, além de publicar em outros sites e ser membro organizações internacionais de criticos de cinema.

    Nos últimos anos ele tem manifestado publicamente suas opiniões políticas. Isso afastou parte de seus leitores e o tornou alvo de ataques na rede, mas ele não se intimidou e se manteve fiel ao que acredita.

    Quem gosta de cinema pode conferir o http://www.cinemaemcena.com.br.

    Aqui o verbete sibre ele na Wikipedia: pt.m.wikipedia.org/wiki/Pablo_Villaça

     

  26. ??????????????

    Que escola? o senhor pablo não colocou no nome da escola em sua reclamação, a impressão que da é que a escola se chama LUCA, pois não ha identificação da mesma.

    Como saber se isto é verdade ou apenas uma peça publicitaria contra a veja, posso não gostar da veja e seu blogueiros, mais o post esta vago e com pouca credibilidade. 

    Acho que ter o nome da escola seria importante para podermos ter uma possivel resposta da mesma.

     

     

  27. Club Veja

    Sendo Veja o que é: uma carteirinha de associação do clube dos novos ricos ou pretendentes, não creio que a escola vá tomar qualquer medida que não seja mandar pai (que, com toda razão, se queixa do fomento à lavagem cerebral) e filho ajustarem-se ou buscarem outra escola.

    Em escola de “vencedores”, há que pensar como um “vendedor”. E a um “vencedor”, não se pretende que pense, mas que Veja.

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