Vulnerabilidade social nas regiões metropolitanas caiu entre 2000 e 2010

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Elaine Patricia Cruz

Da Agência Brasil

A realidade social de 16 regiões metropolitanas do Brasil melhorou e deu um salto entre os anos de 2000 e 2010, de acordo com o índice criado este ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado hoje (5) na capital paulista. Segundo o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), que se baseia nos censos feitos no país nesse período, todas as 16 regiões metropolitanas analisadas apresentaram diminuição na vulnerabilidade social.

A região metropolitana que apresentou a maior redução foi a do Vale do Rio Cuiabá, que saltou duas faixas em dez anos (de muito alta vulnerabilidade para média vulnerabilidade social). Já a região metropolitana de Salvador, por exemplo, foi a que mais reduziu a mortalidade infantil no país. A capital baiana conseguiu diminuir o número de crianças mortas com até 1 ano de vida de 40 casos para mil nascidos vivos, no ano de 2000, para 16 casos a cada mil nascidos vivos em 2010, o que representou uma queda de 60%.

As 16 regiões metropolitanas analisadas no índice são Belém, Belo Horizonte, Vale do Rio Cuiabá, Curitiba, Região de Desenvolvimento Integrado do Distrito Federal (Ride-DF), Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Grande São Luís, São Paulo e Grande Vitória.

O IVS vai analisar situações de exclusão e de vulnerabilidade social no país e foi estruturado em três níveis urbanos e sociais: infraestrutura [que analisa indicadores como água e esgoto, coleta de lixo e tempo de deslocamento casa/trabalho], capital humano [que analisa a taxa de mortalidade infantil, escolaridade e analfabetismo, entre outros indicadores] e renda e trabalho [que avalia a renda, desocupação e trabalho infantil, entre outros]. O índice varia de 0 [situação considerada ideal] a 1 [a pior].

“O índice é uma régua que varia de 0 a 1. O zero é sempre a situação ideal. Consideramos a mortalidade infantil zero a uma melhor situação, considerada de muito baixa vulnerabilidade social. Enquanto o 1, na régua, corresponde a muito alta vulnerabilidade social, que é a pior situação”, explicou Bárbara Marguti, coordenadora de Estudos em Desenvolvimento Urbano do Ipea.

O IVS foi dividido em quatro categorias: muita baixa vulnerabilidade social (de 0 até 0,200); baixa vulnerabilidade (até 0,300); média vulnerabilidade (até 0,400); alta vulnerabilidade (de 0,400 até 0,500) e, acima disso, de muito alta vulnerabilidade social.

Mudança de faixa

O Brasil passou de uma faixa de alta vulnerabilidade social, estimada em 0,466 em 2000, para uma faixa de média vulnerabilidade social, estimada em 0,326 em 2010. No ano 2000, três regiões metropolitanas eram consideradas de muita alta vulnerabilidade social: Manaus, Recife e São Luís. Em 2010, com base no novo censo, Manaus passou para a categoria de alta vulnerabilidade, enquanto Recife e São Luís passaram para a classificação de média vulnerabilidade. As regiões metropolitanas de Cuiabá, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo atingiram o nível de baixa vulnerabilidade entre 2000 e 2010.

Para o diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Marco Aurélio Costa, o balanço geral é positivo. “A gente observou, por meio dos mapas, que a redução da vulnerabilidade social nessa década foi muito expressiva. Mas o que chama mais a atenção para a gente, olhando para esses dados, é a dimensão da infraestrutura urbana. E, nesse campo, nossas principais regiões metropolitanas estão na faixa da alta vulnerabilidade social como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e a Ride do Distrito Federal”, disse.

De acordo com Marco Aurélio, isso significa que precisa ser feito, nessas regiões, muito investimento em infraestrutura urbana, em transporte público, mobilidade urbana e saneamento básico.

A região metropolitana que apresentou o melhor IVS, ou seja, que agregou as melhores condições sociais e urbanas, foi a de Porto Alegre, com índice estimado em 0,270, seguida pelo Vale do Rio Cuiabá (0,284) e Curitiba (0,285), todas consideradas de baixa vulnerabilidade social.

O Atlas da Vulnerabilidade Social, que apresenta o índice e seus indicadores, pode ser consultado por meio da plataforma http://ivs.ipea.gov.br/ivs/.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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