Bolsa despenca pressionada por indústria e empresas de Eike Batista, e tem pior resultado desde 2009

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A divulgação de dados ruins da indústria brasileira, aliada às incertezas com o desempenho das empresas X, de Eike Batista, levaram a bolsa de valores a um dia de novas perdas. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou a terça-feira (2) em queda de 4,24%, aos 45.228 pontos e um volume negociado de R$ 8,762 bilhões. Esta foi a menor pontuação desde 22 de abril de 2009, quando o fechamento ficou em 44.888 pontos.

“O Ibovespa terminou a terça-feira em baixa, seguindo as principais bolsas norte-americanas, que caíram com o aumento dos temores de que o Federal Reserve poderá diminuir o tamanho de seu programa de compra de ativos, o quantitative easing, nas próximas reuniões do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). As tensões políticas no Egito também contribuíram para o tom negativo do dia”, explica o analista Nataniel Cezimbra, do BB Investimentos, em relatório.

“No pregão de hoje, as únicas altas foram as ações da B2W (BTOW3) e Dasa (DASA3). As maiores baixas ficaram por conta dos papéis da OGX (OGXP3), MMX (MMXM3) e LLX (LLXL3)”, ressalta. No caso das empresas X, os agentes continuaram a repercutir a notícia da inviabilidade comercial de quatro campos da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro – incluindo Tubarão Azul, o único campo produtor da OGX , que será interrompido em 2014 – tanto que sete bancos anunciaram o corte do preço-alvo das ações, e a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito da companhia em dois degraus.

O mercado também não recebeu bem os dados de produção industrial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que caiu 2% em maio no comparativo com abril, e só respirou um pouco mais com o anúncio de uma reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, devido à expectativa de que possam ser anunciadas mudanças de estímulo fiscal.

No caso do dólar, pela segunda vez em quase duas semanas, a moeda norte-americana fechou acima de R$ 2,25. A cotação do dólar comercial fechou o dia em alta de 0,84%, vendido a R$ 2,2501, em um dia sem intervenções do Banco Central, que não vendeu a moeda norte-americana no mercado futuro.

Pela manhã, o dólar já tinha um viés de alta ante boa parte das divisas com elevada correlação com commodities, em meio a especulações sobre quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) iniciará o  processo de redução de estímulos à economia do país. O ajuste avançou na parte da tarde. Na máxima do dia, por volta das 15h30, o dólar chegou a ser vendido a R$ 2,2530, mas a cotação diminuiu nos últimos minutos de sessão.

Além disso, a expectativa antes da divulgação do relatório de empregos nos Estados Unidos (payroll), na próxima sexta-feira (5), direcionou a procura dos investidores por segurança. Além disso, o presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, afirmou que o banco central norte-americano ainda não está pronto para apertar a política monetária. Mas, segundo ele, provavelmente o Fomc começará a reduzir o programa de compra de bônus mais tarde neste ano, embora esse movimento não deva ser interpretado como um sinal de ajustes para as taxas de juros de curto prazo.

A agenda desta quarta-feira (3) estará mais concentrada no mercado internacional. No Brasil, os agentes vão acompanhar o índice de serviços (PMI) referente ao mês de junho. No setor externo, destaque para os dados da balança comercial nos Estados Unidos, seguro-desemprego (novos pedidos e total de demanda), o índice de serviços na Europa, e vendas de varejo na zona do euro.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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