Violência urbana: De quem é a culpa?, por Luiz Regadas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Violência urbana: De quem é a culpa?

por Luiz Regadas

De quem é a culpa da violência no Brasil ou mais precisamente do estado do Ceará que passa por ataques de facções criminosas do tráfico de drogas?

A culpa da violência no estado do Ceará ou no estado brasileiro é de quem: do judiciário? Dos desembargadores que vendem sentença? Dos carcereiros? Dos delegados? Dos políticos?

Sinceramente não resolveremos esse problema com repressão ou na teoria de que bandido bom é bandido morto, preso ou sendo humilhado.

Se assim pensarmos estamos reproduzindo os defensores do Bolsonaro.

A questão é social de educação, saúde, emprego para que esses jovens não se percam na vida.

Poderia eu, você, nossos amigos terem se perdido se não tivessem um teto aquecido, não tivesse tido boas escolas, comidas entre outras coisas que tivemos.

Nossos-as sobrinhas-os choram por um celular e pais dão e o filho de um pobre?

Sinceramente não é fácil, não deve ser fácil viver no outro lado.

Nem todos se perdem, mas neste momento está o estado perdendo a guerra para o tráfico e muitos jovens sem perspectiva de futuro e diante dos problemas tem preferido ser atravessador de drogas e queimar ônibus ou repartições, pois receberão de hum a cinco mil reais.

O problema da segurança é no Brasil todo e desde que do Rio de Janeiro foram expulsos esses jovens perdidos pelo estado brasileiro vieram para o nordeste e agora chegou a vez do Ceará.

Mas quem são os cabeças? Quem ganha dinheiro com o tráfico? Quem vende armas? Quem vende carros de polícia e armamento para o estado? Quem vende colchões e quentinhas?

Quem sinceramente lucra e quem está tentando loucamente sobreviver nessa guerra desigual?

Perde os pais desses jovens que serão mortos, ou os filhos desses que ficarão sem pais. Perde o pobre que está nesse fogo cruzado porque raramente ocorre na Aldeota, no bairro rico.

Perde o pobre que pega ônibus e ganha a turma que vive desse submundo do crime onde. É melhor ter o cidadão sem estudos e desempregados na cadeia do que dar a ele um trabalho bem remunerado, pois dividir o bolo e diminuir a desigualdade social não é o querer de muitos que fazem o estado brasileiro.

Luiz Regadas – Sociólogo e Mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará – UECE

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

12 Comentários

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  1. Perdem também as esquerdas

    quando elas, mimetizando os discursos reacionários das direitas, pautam a questão do enfrentamento da violência sob o viés lato sensu do “aprimoramento” da repressão.

  2. Pronto…

    “…desde que do Rio de Janeiro foram expulsos esses jovens perdidos pelo estado brasileiro vieram para o nordeste e agora chegou a vez do Ceará.”

     

    Pronto… La vem… Então a sociedade cearense era muito boa e justa até que os cariocas foram pra lá…

    Aqui no Rio mesmo tem quem acredite que a sociedade carioca era muito boa e justa até que os presos politicos “ensinaram” os criminosos comuns a serem “organizados”…

    Já era. Daqui a mais quarenta anos ainda vão repetir esse tipo de mistificação.

    Porém, com graus de boçalidade e brutalidade proporcionalmente maiores.

    1. Não sei se os presos políticos tinham muito a ensinar…

      Não sei se os presos políticos tinham muito a ensinar aos presos comuns. Mas tentar, eles tentaram, Eu me lembro que as primeiras facções criminosos que surgiram ao final dos anos 70, no alvorecer do crime organizado no país, tinham nomes sugestivos tipo Falange Vermelha, e até hoje os bandidos executam ações que imitam insurgência, como botar fogo em ônibus, bem como encenam um apoio da comunidade, obrigando os comerciantes a fechar as portas.

      Será conicidência?

      1. Dentro do ambiente

        Dentro do ambiente penitenciario, é uma questão lógica, intuitiva: é muito melhor ser “organizado” do que ser desorganizado, para evitar o “esculacho”. Não precisa aparecer um “comunista”, ou um “carioca” pra ensinar isso aos “ingênuos”…

        Lembremos que foi no final dos amos 70 que a questão das drogas ascendeu como inimigo publico numero 1, a meu ver para dissimular a incapacidade de coibir o aumento dos crimes contra o patrimonio. E daí, tambem, o aumento do encarceramento…

        Daquelas cronicas do Drauzio Varela sobre a Casa de Detenção, por exemplo, um aspecto ressalta: até dentro da cadeia o pessoal arruma um jeito de dar boas gargalhadas.

        Pra mim, o vermelho aí é só o nome, assim como há outros (Terceiro Comando, Amigos dos Amigos…). De resto, organizar quem, o que, quando, onde e como cada um dorme ou come, não tem nada a ver com “revolução”.

        Certamente essas organizações hoje  transbordaram o ambiente dos presidios. Recrutamento, recusrsos, distribuição e diferenciação interna, reconhecimento externo, etc, não foram observados exatamente por causa da “cegueira vermelha” dos condutores do debate e das politicas publicas na área.

      2. As gangues mexicanas tb estudaram com os presos políticos?

        Será que as gangues do México também estudaram com os presos políticos brasileiros?

        Você sabe qual a origem dos Mara Salvatruchas?

        Lanterna Vermelha também é um nome sugestivo. Teria ele sido aluno de algum preso político?

        1. Gangs mexicanas

          Rui, tem um filme chamado “A ditadura  perfeita” que esclarece com exatidão as relações ente o governo e a criminalidade.

          Ele é de 2014 está disponível na internet .

          1. A série El Chapo, da Netflix, também mostra a promiscuidade

            A Série El Chapo, da Netflix, também mostra a promiscuidade entre o estado burguês e o crime organizado. Na brita por território entre as facções, as forças armadas mexicanas estavam do lado do Cartel do El Chapo e este as comandava em se tratando de combater as gangues concorrentes.

            Conheci um sujeito aqui no Brasil que é o Don Ismael. Se você quiser qualquer .50, AK47, etc, não fale comigo, fale com ele. Mas perdi o contato, graças a Deus.

  3. O tráfico de drogas só
    O tráfico de drogas só prospera e não acaba no país, porque todos ganham.
    Todos !
    De membros do topo da Pirâmide Social à base, todos se locupletam.

    Se fosse só os criolinhos desdentados das comunidades que se dessem bem, o tráfico já teria acabado. Aliás, esses são os que mais se ferram.

    Infelizmente o tráfico de drogas não vai acabar nunca. É controlado por uma máfia que tem raiz dentro do Estado Brasileiro.

    O Helicóptero do Perella/Aécio é prova disso.

    Os USA é o país que mais combate o Tráfico de drogas, se lá eles não conseguem acabar com este mal, imaginem aqui.

    Governante que diz que vai acabar com o tráfico esta mentindo .

  4. Respondendo diretamente a

    Respondendo diretamente a questão sobre responsabilidade pelo caos violento em que vive o Brasil: nossa, da sociedade brasileira, que reclama todo dia desse feito e, em grande parte, é ultra-egoista e alienada. E não teremos solução para isso com o atual governo que é vilento também e vai elevar os niveis de violência em todo os sentidos. 

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