Nota dos técnicos da Sabesp admite os riscos já conhecidos desde 2004 e confirma necessidade de rodízio administrável
Jornal GGN – A baixa vazão do Sistema Cantareira impacta diretamente no abastecimento de água para a Região Metropolitana de São Paulo. Em uma nota técnica produzida em janeiro deste ano, a própria Sabesp alertou que se o sistema atingisse 28 m³/s haveria a implantação de um “rodízio administrável” para 9 milhões de habitantes, ou seja, o modelo proposto de corte períodico de água (revezando entre 48 horas com água e 24 horas sem). Mas a nota foi além: “abaixo dessa vazão, teríamos consequências imprevisíveis para o atendimento dos 20 milhões de habitantes da região”.
A conclusão dos técnicos da Sabesp é direta: o agravamento da probabilidade de “reduções de vazões, associado a regimes hidrológicos instáveis, implicaria na adoção de medidas drásticas de um racionamento que pode se prolongar por meses”. Em setembro, o Sistema Cantareira produziu 22,79 m³/s, segundo o boletim de monitoramento publicado nesta quarta-feira (01).
Esses padrões de limite para a vazão da água foram definidos com a crise do Sistema Cantareira em 2004, mas atualizados em estudo com as condições críticas recentes, chegando à conclusão da necessidade do esquema de rodízio:
Ao passo que o risco de racionamento já foi alertado pela própria Sabesp, o boletim de monitoramento mensal da Agência Nacional de Águas demonstra a queda gradual da vazão. “Considerando o histórico de vazões médias mensais afluentes desde o ano de 1930, este foi o menor valor observado no mês”, informou o relatório de setembro.
Outro dado relevante na nota técnica da Sabesp é que os riscos já conhecidos desde 2004 foram admitidos. Com as modificações realizadas na outorga da empresa naquele ano, o aumento da disponibilidade do sistema Cantareira para outros rios, da Bacia PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), reduziu o nível de confiabilidade operacional das represas de 95% para 86%, valor “considerado alto para sistemas de abastecimento público”, além de aumentar “os riscos para atendimento das demandas para o abastecimento público” da Região Metropolitana de São Paulo.
A nota técnica ainda confirmou que o sistema de abastecimento pela Sabesp opera em regime de “sintonia fina” entre demanda e oferta, sem capacidade ociosa, ou seja, sem possibilidade que o sistema produza além desse limite.
Alertou para o crescimento populacional, que obriga um aumento de 0,7 m³/s de produção de água por ano, e para o fato de que a disponibilidade efetiva de água na Região Metropolitana de São Paulo é de 135 m³ por habitante por ano, muito inferior aos 2.500 classificados pela ONU como um limite de escassez.
O documento também desmistifica a “conquista”, entre os anos de 1930 e 2013, dos 4,7 m³/s da represa Paiva Castro, adicionados ao sistema, informando que essa vazão é observada apenas durante 40% do tempo. Nos outros 60% do período, a represa não pode contribuir com essa vazão.
A outorga que garante à Sabesp os direitos de uso dos recursos hídricos do Sistema Cantareira venceria em agosto deste ano. Entretanto, segundo o boletim de setembro, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia (DAEE) estenderam para outubro de 2015 a responsabilidade da Sabesp.
O motivo foi que “as vazões médias observadas nos meses do primeiro semestre de 2014 foram inferiores às mínimas já registradas anteriormente desde 1930”, necessitando de operações especiais.
Confira a análise completa da Nota Técnica da Sabesp em: Nota técnica da SABESP alertava situação crítica desde 2004
Leia, abaixo, a nota técnica na íntegra e o Boletim de Monitoramento do Cantareira (setembro)
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TODA empresa tem esses
TODA empresa tem esses projetos e calculos. Seria impossivel que eles nao existissem.
O que esta sendo omitido eh que a Sabesp so tomou medida contraria aos proprios calculos, e essa documentacao definitivamente existe tambem. Nao tem Policia Federal no Brasil pra lidar com isso antes dos documentos desaparecerem?
secretária
É como disse aquela secretária (Maria Antonieta) do governo de São Paulo:
Não tem água?
Eles que banhem-se com chuchu!
Se tivéssemos uma justiça de verdade era cana
mas quem não se enquadra em nenhum dos 4 Ps…
o pecado capital do dinástico
o pecado capital do dinástico cartel tucano na gestão d’água jorrando nas torneiras abertas da américa latina – cristalina, abundante, barata, natural como água mineral da nestle – dos paulistas quatrocentões foi o de não terem convidado ou convocado o manda-chuva são pedro à mesa de reuniões do governo, da sabesp e das indefectíveis comissões técnicas acadêmicas de notáveis especialistas d’água.
nunca se faz uma ofensa dessas ao supremo manda-chuva! quanta prepotência soberba desses tucanos…
Há possibilidade de
Há possibilidade de um Impeachment, caso se confirme o racionamento no pós-eleitoral?
Isso configura estelionato eleitoral!
Pergunta
Faço uma pergunta aos amigos deste blog: diante da incompetência do governador atual, se você fosse um empresário e estivesse disposto a investir em uma atividade industrial, viria neste momento para São Paulo?
Para mim, neste momento, São Paulo estaria completamente descartada.